10 mitos sobre a COVID-19

COVID-19
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Esclarecemos dez mitos frequentes sobre a COVID-19 para que informações erradas não o coloquem em risco de contrair a doença.

Todos os dias são descobertos novos dados sobre a COVID-19, a doença causada pelo vírus SARS-CoV-2. Esta é uma doença recente, o que significa que todos os dias surgem novos dados resultantes da investigação e que ainda há muito para esclarecer. O desconhecimento geral sobre esta doença, aliado às constantes alterações das notícias e à circulação de informações sem base científica, pode dar origem a mitos. Esclarecemos aqui dez dos mitos mais frequentes.



Mito 1

Apenas as pessoas mais velhas ou com doenças preexistentes correm risco de complicações da COVID-19

Resposta: O SARS-CoV-2, tal como outros coronavírus, pode ser transmitido a pessoas de todas as idades. Adultos mais velhos e pessoas de qualquer idade com doenças preexistentes - como problemas pulmonares ou cardíacos, diabetes, sistema imunitário comprometido ou obesidade - correm maior risco de sofrer sintomas mais severos da COVID-19. Por outro lado, pessoas com menos de 40 anos, os jovens e as crianças têm menor probabilidade de ficar gravemente doentes com COVID-19. Contudo, esta doença pode provocar complicações e até a morte em todos os grupos etários.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que todas as pessoas, independentemente da idade, adotem medidas de proteção contra o vírus, como uma boa higiene das mãos e uma correta etiqueta respiratória.

 

Mito 2

As crianças não "apanham" COVID-19

Resposta: Qualquer pessoa, independente da idade, pode desenvolver COVID-19. Até agora, a maior parte dos casos da infeção tem ocorrido em adultos, mas as crianças não estão imunes. O que acontece é que a maioria das crianças desenvolve sintomas ligeiros ou é assintomática. Contudo, há casos de crianças que desenvolvem quadros mais graves de COVID-19, necessitando de cuidados hospitalares.

Além disso, é também importante ter em consideração que, tal como acontece com os adultos, as crianças podem transmitir o vírus a outras pessoas, mesmo que sejam assintomáticas.

 

Mito 3

A COVID-19 é como uma gripe

Resposta: Não. Esta é uma comparação frequente, mas apesar de a COVID-19 e a gripe serem ambas doenças respiratórias contagiosas de origem viral e partilharem alguns sintomas, são, no entanto, doenças diferentes e, de modo geral, a COVID-19 é mais grave do que a gripe.

Habitualmente, os sintomas da COVID-19 surgem entre 2-14 dias após o contágio do vírus e os da gripe aparecem 1-4 dias depois da exposição. Alguns destes sintomas podem ser comuns, como dores no corpo, febre e tosse. Na COVID-19 pode ocorrer perda de paladar e de olfato e é mais frequente a doença ser grave. Ambas as infeções respiratórias podem causar pneumonia, mas na COVID-19 tende a ser mais grave e mais frequente do que na gripe.

A taxa de mortalidade da infeção causada pelo SARS-CoV-2 é variável consoante o grupo etário e entre diferentes países do mundo, mas, segundo os dados disponíveis, a mortalidade associada à COVID-19 é várias vezes superior à da gripe.

Além disso, a COVID-19 é mais contagiosa e transmite-se mais rapidamente do que a gripe.

Estão em estudo vários tratamentos e medicamentos para a COVID-19, sobretudo alguns fármacos que podem reduzir a severidade da doença.

 

Mito 4

Todos os doentes com COVID-19 têm de ser internados

Resposta: Falso. A maioria dos doentes com COVID-19 apresenta uma forma moderada de doença que não necessita de internamento hospitalar, mas sim de vigilância médica no próprio domicílio. No entanto, apesar das pessoas com mais idade e doenças preexistentes terem habitualmente doença mais grave e maior taxa de complicações, pessoas de todas as idades podem vir a necessitar de cuidados hospitalares.

 

Mito 5

Para ser contagiado com SARS-CoV-2, é preciso estar com uma pessoa infetada durante 10 minutos

Resposta: Quanto mais tempo estivermos com uma pessoa que tenha testado positivo à COVID-19, maior é a probabilidade de ocorrer contágio. Contudo, o vírus pode transmitir-se de pessoa para pessoa em menos de 10 minutos, sobretudo se for um contacto próximo, não usando máscara e em local fechado.

 

Mito 6

Quem está vacinado contra a COVID-19 não transmite SARS-CoV-2 a outras pessoas

Resposta: Os resultados dos ensaios clínicos de várias vacinas contra a COVID-19 sugerem que as vacinas apenas são eficazes a prevenir os sintomas da infeção causada pelo vírus SARS-CoV-2. Ou seja, tendo como base os dados atuais, não está demonstrado que as pessoas vacinadas não sejam capazes de transmitir o vírus a terceiros.

 

Mito 7

É possível atingir a imunidade de grupo se deixarmos o vírus espalhar-se pela população

Resposta: A imunidade de grupo ocorre quando uma grande percentagem de uma comunidade se torna imune relativamente a uma doença, reduzindo o risco de transmissão de pessoa para pessoa. Como resultado, toda a comunidade fica protegida e não apenas aqueles que desenvolveram imunidade.

Contudo, recorrer à infeção comunitária - isto é, deixar o vírus circular livremente pela população - para atingir essa imunidade de grupo face ao SARS-CoV-2 traz vários problemas de saúde pública. Primeiro, ainda não é claro se a infeção por COVID-19 confere imunidade (e, se sim, qual o grau e duração dessa "proteção") relativamente a futuras infeções. Se não for o caso, então, não é possível atingir a imunidade de grupo. Além disso, mesmo que a infeção por COVID-19 ofereça uma imunidade duradoura, seria necessário que uma grande percentagem da população ficasse infetada para que fosse possível alcançar a imunidade de grupo, o que poderia resultar em milhões de mortes e uma grande sobrecarga nos serviços de saúde.

 

Mito 8

Os suplementos de vitamina D podem prevenir e até tratar a COVID-19

Resposta: Não existem provas de que a toma de um suplemento alimentar de vitamina D possa prevenir ou tratar a COVID-19. É importante desfazer este mito, que pode levar as pessoas a fazer suplementação de vitamina D, conferindo-lhes uma falsa sensação de proteção contra esta infeção. Alguns estudos científicos demonstraram taxas mais elevadas de morte e de infeção por COVID-19 em locais onde a população apresentava níveis mais baixos de vitamina D, no entanto, estes estudos não comprovaram uma relação causa-efeito entre os baixos níveis desta vitamina e a ocorrência de doença ou morte.

 

Mito 9

Para nos protegermos da COVID-19 devemos evitar os hospitais

Resposta: Se precisa de cuidados médicos urgentes, não hesite em recorrer ao hospital. Não fazê-lo pode colocar em risco a sua saúde e, nalguns casos, ser fatal.

É fundamental manter a vigilância periódica pelo seu médico assistente, assim como as rotinas de prevenção e os rastreios. Em situações que o preocupem, entre em contacto com o seu médico assistente e marque consulta, podendo inclusivamente optar por uma Teleconsulta ou pela Teleconsulta do Dia CUF.

Sempre que haja necessidade de se deslocar a um hospital, todas as medidas de segurança estão asseguradas, incluindo as estratégias habituais de prevenção da infeção: uso de máscara, distanciamento de segurança e a higienização das mãos, quer para os doentes quer para os profissionais de saúde.

 

Mito 10

O uso prolongado da máscara pode causar doença

Resposta: Ao longo dos anos, os profissionais de saúde têm usado máscara durante períodos de tempo prolongados sem efeitos adversos para a sua saúde.

Existe o mito de que usar máscara durante várias horas seguidas pode provocar níveis baixos de oxigénio no organismo (hipóxia) em adultos saudáveis, o que não é verdade. O mesmo se aplica à possibilidade de intoxicação por dióxido de carbono. Este gás, produzido durante a respiração, passa através da máscara, não ficando retido no seu interior.

É verdade que, para algumas pessoas, o uso prolongado de máscara pode provocar desconforto. Nesse caso, falar o mínimo possível e respirar pelo nariz enquanto a tiver colocada são gestos que podem ajudar, pois reduzem os níveis de humidade na máscara. Troque de máscara assim que verificar que está húmida.

Publicado a 26/03/2021