A vida após o cancro
Em muitas das nossas conversas com sobreviventes de cancro, o fim dos tratamentos é apontado como um dos momentos de maior ansiedade. Embora seja um momento positivo, é natural que surjam algumas preocupações.
Partilhe com a sua equipa clínica as suas preocupações para que o possam orientar. Existem cada vez mais recursos disponíveis para que se sinta mais seguro e confiante nesta nova fase.
Foco na qualidade de vida
Os grandes avanços na melhoria dos fármacos têm permitido que os doentes vivam mais tempo, mas essas terapias também trazem as suas próprias toxicidades e embora estas possam ser menores do que os fármacos anteriores, alguns efeitos secundários podem ter implicações na qualidade de vidas dos doentes ou sobreviventes a médico e longo prazo.
Nas populações mais envelhecidas, as preocupações com o benefício das terapias a utilizar mantém-se. A medicina atual permite que se viva mais tempo, mas a partir da oitava década de vida, as fragilidades são muitas, pelo que a qualidade de vida não deve ser comprometida.
O seu plano de vigilância após o cancro
Existem protocolos internacionais bem definidos para o acompanhamento clínico periódico do sobrevivente de cancro. No final dos seus tratamentos, o seu médico assistente deverá prepará-lo para esta fase e recomendar-lhe um conjunto de medidas para adotar um estilo de vida saudável e para o controlo de possíveis recidivas de cancro.
O seu plano pode incluir:
- Revisão da sua história médica
- Observação física
- Avaliar e ajudar a resolver eventuais problemas relacionados com os tratamentos
- Aconselhamento sobre exercício físico e nutrição
- Recomendações para a prevenção secundária, ou seja prevenção de recidiva do cancro
- Referenciação para outros especialistas ou outros recursos que apoiem esta fase, por exemplo para a Cardio-oncologia ou a Reabilitação Física.
Esta pode ser uma fase de transição em que o apoio de um profissional de Psicologia oncológica ou de um Psiquiatra pode ser fundamental na sua orientação.
Não tenha receio de pedir o aconselhamento necessário.
Os avanços recentes no tratamento da doença oncológica conduziram à melhoria significativa da sobrevida dos doentes. No entanto, a toxicidade cardíaca é um dos principais efeitos laterais da quimioterapia. A preocupação crescente relacionada com a doença cardiovascular precoce, consequente dos tratamentos oncológicos, levou à criação da subespecialidade de Cardio-oncologia, baseada numa abordagem multidisciplinar entre Cardiologia e Oncologia.
A Consulta de Cardio-Oncologia tem como objetivo:
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Avaliação inicial após o diagnóstico da doença oncológica e antes de iniciar terapêutica, para rastrear doentes com risco potencial de cardiotoxicidade (história de doença cardíaca e/ou fatores de risco cardiovascular) e otimizar a terapêutica farmacológica;
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Avaliação sistematizada durante o período de tratamento, de modo a identificar precocemente o atingimento cardíaco subclínico, ajustando a terapêutica;
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Avaliação e seguimento a médio-longo prazo, para despistar potenciais complicações tardias.
As nossas equipas de nutrição podem ajudar a minimizar efeitos dos tratamentos, nomeadamente no que se refere a dores de estômago e nauseas, mas também a prepará-lo para uma fase de maior equilíbrio nutricional e perda ou manutenção do peso após os tratamentos.
Consulte um dos nossos nutricionistas, especializados na área da oncologia.
Nunca é tarde para deixar de fumar e agora que iniciou uma nova fase, poderá ser a altura ideal para o fazer.
Nas nossas unidades disponibilizamos uma consulta especializada para ajudá-lo neste caminho.
Com um plano de acompanhamento personalizado e adequado às suas necessidades, os especialistas em cessação tabágica vão ajudá-lo a deixar de fumar.
O primeiro passo é seu.
Como consequência de alguns tratamentos cirúrgicos ou farmacológicos poderá ser necessário reabilitar a zona tratada para uma recuperação total ou em grande medida da função e da qualidade de vida.
Nas unidades CUF encontra também profissionais treinados, por exemplo na recuperação do linfedema após cirurgia ao cancro da mama ou recuperação pélvica, após cirurgia do reto.
Para além da Reabilitação Física, a prática regular de exercício físico é essencial para manter uma vida saudável e equilibrada. Aconselhe-se com o seu médico sobre o tipo de exercícios que poderá fazer e, caso se inscreva num ginásio refira a sua história clínica para que o seu plano de treino possa ser adequado ao seu estado geral e aos seus objetivos.
O conjunto de momentos associados à doença e os tratamentos realizados para combater o cancro podem fragilizar emocionalmente a pessoa com cancro e abalar a sua vida familiar e conjugal.
O cansaço, as náuseas, e outros efeitos dos tratamentos podem fazer com que a mulher não sinta qualquer desejo de intimidade, podendo afetar a sua saúde sexual. Por vezes, é difícil para os próprios companheiros compreenderem o seu papel. Escondem-se na timidez e na insegurança, não conseguindo acompanhar todo este duro processo.
Os especialistas salientam a importância da comunicação aberta entre o casal e até, se necessário, um acompanhamento profissional para ajudar a encontrar formas de manter a qualidade de vida conjugal.
A fertilidade é uma questão importante e muito pessoal para muitos doentes, especialmente doentes jovens.
Os nossos especialistas estão preparados para lhe explicar as implicações dos tratamentos na sua capacidade gerar e ter filhos, assim lhe poderão apresentar as diferentes opções de preservação da sua fertilidade.
Faça o seu pedido de contacto para o podermos acompanhar desde o primeiro momento.
Se preferir pode agendar uma consulta através da nossa linha gratuita.