COVID-19: Quais os sintomas? As crianças são menos infetadas?
Efetivamente a COVID-19 não afeta tanto as crianças? Será que os mais novos contagiam menos do que os adultos? Mónica Cró Braz, Pediatra CUF, esclarece.
Dos estudos que se têm publicado, e ao contrário do que sucede com outros vírus respiratórios, na COVID-19 as crianças infetam-se menos do que os adultos. Ainda não se conhecem completamente os fatores que protegem a criança em relação aos adultos, mas as menores alterações do sistema imunitário das crianças e as maiores lesões das células que forram os vasos sanguíneos nos adultos parecem ser fatores determinantes.
Outros fatores protetores na criança prendem-se com o facto de conviverem mais com infeções em geral, e com outros coronavírus em particular, o que poderá oferecer alguma proteção imunitária.
Refere-se também que o nível aumentado de melatonina nas crianças poderá protegê-las, enquanto que a deficiência em vitamina D nos adultos poderá ser desfavorável, mas mais estudos são necessários.
Os sintomas da COVID-19 na criança são mais ligeiros do que nos adultos?
A grande maioria das crianças, geralmente infetada por adultos, é assintomática ou apresenta sintomas muito ligeiros como:
- febre baixa
- dores de cabeça
- dores no corpo
- corrimento nasal
- tosse
- dor de garganta
- diarreia
- vómitos
As crianças mais velhas podem referir também alterações do cheiro e / ou do paladar.
A doença grave por SARS-CoV-2 na criança é rara. Contudo, uma criança com os seguintes sintomas deve ser avaliada:
- febre persistente
- prostração
- dificuldade respiratória
- dor abdominal contínua
- manchas na pele
- cansaço
As crianças contagiam menos do que os adultos?
Até à data, os estudos feitos com o SARS-CoV-2 (estirpe original) parecem mostrar que as crianças, ainda que tenham menos capacidade de infetar os outros, também o fazem, transmitindo a outras crianças e adultos. O contágio ocorre mais em espaços mal ventilados, sem distanciamento físico e sem máscara.
A capacidade de transmissão do novo Coronavírus aumenta com a idade e, nos adolescentes, iguala a dos adultos.
As novas estirpes da COVID-19 e as crianças
Se a COVID-19 é recente, as novas estirpes do vírus ainda mais o são e é cedo para tirar conclusões. Em Inglaterra, as novas variantes parecem afetar mais as crianças do que a estirpe original. De qualquer modo, não parecem ser estirpes mais agressivas para a criança e não se sabe ainda se estas novas variantes são mais infecciosas entre crianças ou de criança para adulto.
Informação atualizada a 20/04/2021