Dentes do siso: devemos sempre “arrancá-los”?

Saúde oral
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Os dentes do siso são os últimos a nascer e, nalguns casos, têm de ser removidos.

Quando chegamos à idade adulta, podemos ter até 32 dentes. Os dentes do siso são os últimos a nascer, habitualmente entre os 17 e os 25 anos, podendo, no entanto, erupcionar mais tarde.

Nalgumas pessoas, o maxilar é demasiado pequeno para alojar todos estes dentes e, na maior parte dos casos, temos espaço para um máximo de 28 dentes. Isto significa que nem sempre há condições para que os quatro dentes do siso nasçam e permaneçam na boca de forma adequada. Contudo, quando estes nascem corretamente, podem ajudar-nos na mastigação dos alimentos. Fique a conhecer as situações em que os dentes do siso devem ser removidos pelo médico dentista.



É sempre necessário remover os dentes do siso?

A resposta é não. Através da avaliação em contexto de consulta, o médico dentista irá determinar se é necessário proceder ou não à extração dos dentes do siso e se basta apenas a vigilância.

Mesmo quando os dentes do siso já estão completamente erupcionados, há alguns sinais que podem indicar que devem ser removidos antes que provoquem problemas mais graves:

  • Cárie dentária ou destruição de algum dos dentes adjacentes;
  • Inchaço ou edema facial;
  • Dor;
  • Inchaço na gengiva que circunda o dente do siso (chamada pericoronarite).

 

Também é possível que o dente do siso esteja apenas parcialmente erupcionado - algo que pode ocorrer quando este não tem espaço na boca para erupcionar completamente - ou que não erupcione de todo (dente incluso). Quando o dente do siso está incluso e não permite fazer uma correta higiene oral, é aconselhável que seja removido.

Por outro lado, quando o dente nasce numa posição correta e funcional, habitualmente não é necessário “arrancá-lo”.

A presença de dor no maxilar superior ou inferior pode ser um dos sintomas comuns de que os dentes do siso estão a causar problemas. Outros sinais a estar atento são a sensação de pressão na zona de trás da boca, gengiva sensível, inchada e inflamada na zona circundante. Mas atenção: a ausência de dor não significa que está tudo bem com o dente do siso. É possível que não manifeste qualquer tipo de sintomas, daí que seja tão importante a vigilância pelo médico dentista.

 

Problemas associados a dentes do siso inclusos

Quando um dente não erupciona, diz-se que está incluso. Isto pode ocorrer com os dentes do siso e dar origem a alguns problemas, como:

  • Acumulação de bactérias e placa bacteriana caso os dentes se encontrem semi-inclusos (quando os dentes do siso não estão corretamente posicionados, pode acumular-se comida nessa zona);
  • Infeção;
  • Quisto;
  • Tumor;
  • Doenças das gengivas e maxilares;
  • Cáries ou reabsorção das raízes do dente adjacente.

 

Como são “arrancados” os dentes do siso inclusos?

O procedimento, que é normalmente realizado com anestesia local, é feito através de uma incisão na gengiva que cobre o dente do siso. É por esta incisão que o dente é retirado, depois de ser separado do osso. Por fim, o dentista encerra a ferida com pontos de sutura de modo a fechar o corte.

Há situações em que é também necessário remover parte do osso circundante ao dente ou até de cortar o dente em vários pedaços para possibilitar a sua remoção.

 

Depois da remoção dos dentes do siso

Depois de arrancar os dentes do siso, é possível que ocorra algum inchaço e desconforto nos dias seguintes. Quanto ao nível de desconforto, este poderá variar consoante a dificuldade na extração do dente - que depende da sua posição e do formato das raízes.

De modo a garantir que a recuperação decorre normalmente, é importante seguir as recomendações do médico dentista, que podem incluir a toma de analgésicos e anti-inflamatórios para aliviar a dor e o edema. Deve-se evitar ingerir bebidas alcoólicas e fumar nas 24 horas seguintes ao procedimento para minorar infeções e hemorragias.

Cerca de uma semana depois da remoção do dente, o médico dentista poderá retirar os pontos.

 

Cuidados a ter com os seus dentes do siso

Quando os dentes do siso não precisam de ser arrancados, é importante continuar a vigiá-los, pois é possível que surjam problemas mais tarde.

Deve ter cuidados de saúde oral adequados, incluindo a escovagem e o uso de fio dentário nos dentes do siso e a visita regular ao médico dentista.

Fontes:

Cleveland Clinic

Johns Hopkins Medicine

Mouth Healthy, American Dental Association

Oral Health Foundation

Publicado a 17/09/2024
Doenças