Epilepsia na adolescência: como lidar?

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A epilepsia na adolescência é uma doença frequente. Mas a maioria das pessoas tem uma vida normal se a doença estiver devidamente controlada.

A epilepsia é uma disfunção do sistema nervoso caracterizada por crises resultantes de alterações da atividade elétrica cerebral. As crises podem ser parciais (simples ou complexas) ou generalizadas (ciclo-tónicas, de ausência, mioclónicas ou atónicas) e as manifestações variam consoante as zonas do cérebro afetadas.

Na maior parte dos casos, não é possível identificar as causas, mas sabe-se que alguns fatores ambientais podem aumentar o risco de sofrer uma crise. Assim, o adolescente com epilepsia deve:

  • Evitar situações de stress. A gestão do tempo é importante para não acumular demasiadas tarefas e não deixar tudo para a última hora
  • Dormir bem. Se souber que vai sair à noite, deve fazer uma sesta
  • Evitar a exposição excessiva a ecrãs de computadores, videojogos e televisões, sobretudo em aparelhos mais antigos, sem filtros apropriados
  • Optar por locais de diversão sem luzes brilhantes e muito ruído
  • Abolir o álcool, as drogas e produtos estimulantes
  • Fazer uma dieta equilibrada e ter hábitos saudáveis, de modo a prevenir infeções e febre

 

Como viver bem com epilepsia na adolescência

O diagnóstico de epilepsia pode ser sentido como um grande inconveniente, quer pelo doente, quer pela família, devido ao potencial impacto no desenvolvimento e nas relações sociais. A maioria das pessoas com epilepsia tem uma vida normal, realizando-se a nível pessoal, familiar e profissional. Poderá praticar desporto, sair à noite, conduzir, namorar, fazer um curso superior, ter uma carreira e constituir uma família.

Contudo, são recomendadas algumas precauções de segurança, tais como:

  • Avisar as pessoas mais próximas (familiares, amigos, professores) sobre a possibilidade de ocorrer uma crise repentina e inesperada, para que mantenham a calma e saibam como reagir
  • Manter os objetos afiados ou potencialmente perigosos longe do alcance, a fim de evitar lesões involuntárias
  • Preferir o duche ao banho de imersão para reduzir o risco de afogamento
  • Ter sempre um cartão com informação sobre o estado de saúde e contacto preferencial em caso de emergência

 

O tratamento e o prognóstico

Os antiepiléticos são medicamentos eficazes e seguros que visam restabelecer o equilíbrio elétrico do cérebro e parar as crises. Cabe ao médico determinar o tratamento mais adequado para manter a doença sob controlo, bem como ajustar as doses. Algumas pessoas passam meses ou anos sem crises. Cumprir rigorosamente a terapêutica é fundamental.

No caso das adolescentes, os antiepiléticos podem interferir com a pílula anticoncecional, pelo que é recomendável o aconselhamento médico nestes casos.

Quando a epilepsia surge na adolescência, o prognóstico é favorável e o tratamento pode ser até interrompido no futuro, mas nunca por iniciativa própria.

 

Sabia que...

A pessoa com uma crise de epilepsia deve ser ajudada a deitar-se de lado, com algo confortável debaixo da cabeça. Deve ser desapertada a roupa junto ao pescoço. Jamais devem ser colocados objetos ou as mãos dentro da boca.

Publicado a 30/10/2016
Doenças