Implantes dentários: solução para dentes perdidos
Sabia que cerca de 70% dos portugueses têm falta de dentes naturais? Os implantes permitem melhorar a qualidade de vida ao recuperar a mastigação e a estética.
Segundo o mais recente estudo "Barómetro da Saúde Oral, edição de 2019", publicado pela Ordem dos Médicos Dentistas, cerca de 70% da população portuguesa tem falta de dentes naturais (à exceção de dentes do siso), e aproximadamente 10% da população portuguesa tem falta de todos os dentes. Por sua vez, a percentagem de portugueses com falta de seis ou mais dentes naturais (excetuando os dentes do siso) - situação a partir da qual é considerado que a falta de dentes afeta, significativamente, a qualidade de mastigação -, é de 31.1%. Segundo o mesmo estudo, no segmento com falta de seis ou mais dentes naturais, 27.8% não têm substitutos, ou seja, cerca de 8.6% dos portugueses vivem sem mais de seis dentes e sem substitutos, estando a prejudicar, significativamente, a sua saúde oral.
No sentido de solucionar os problemas que advêm da falta de dentes, a implantologia surge como a subespecialidade da Medicina Dentária que, ao permitir a reabilitação de dentes ausentes, restabelece a função e a estética, devolvendo a qualidade de vida aos pacientes. A base consiste na colocação de uma raiz artificial no osso da região onde o dente se encontrava. Dessa forma, ocorre um fenómeno de integração do implante no osso, que depende de vários fatores que contribuem para a taxa de sucesso do tratamento:
- qualidade e disponibilidade óssea
- higiene oral do paciente
- técnica do cirurgião
Os implantes dentários são dispositivos médicos fabricados num material biocompatível - o titânio -, e sobre eles é feita a reabilitação. A reabilitação permite a recuperação dos dentes perdidos através da colocação de coroas, pontes ou próteses sobre os implantes cicatrizados no osso.
Tipos de reabilitação
Desdentados parciais
Com a perda de um dente, é possível a colocação de um implante na posição da raiz e, após o período de cicatrização óssea em torno do implante, a colocação de uma coroa (dente) sobre o implante, permitindo substituir o elemento em falta.
Com a perda de três dentes contíguos, poderão ser colocados dois implantes e, após o período de integração dos mesmos no osso, a reabilitação é feita através da colocação de uma ponte fixa sobre os implantes.
Desdentados totais
Em situações clínicas em que tenha havido a perda total dos dentes, a reabilitação pode ser totalmente fixa nos implantes ou ser removível através de um sistema de encaixe macho-fêmea, sem que comprometa a fixação da prótese ou interfira na mastigação.
Vantagens dos implantes dentários
Os implantes dentários permitem a manutenção do nível ósseo da zona a reabilitar, evitando o desgaste de dentes adjacentes para fazer uma ponte, de forma a substituir o dente em falta. Permitem também:
- reposição da função mastigatória
- restabelecimento da fonética
- reabilitação confortável, natural e estética
Fases do tratamento com implantes dentários
São quatro as fases do tratamento: planeamento, cirurgia, reabilitação e manutenção.
Fase pré-operatória / planeamento
Atualmente o planeamento em implantologia é realizado de forma reversa, ou seja, a prioridade é estabelecer o tipo de reabilitação a fazer, posição, tamanho e cor dos dentes, bem como se é fixa ou removível. Para isso, é necessária uma avaliação criteriosa de vários fatores através de uma análise estética e compreensão de quais as expectativas do paciente. Apenas depois de definido o tipo de reabilitação é que deve ser feito o planeamento cirúrgico para a colocação dos implantes.
Um dos fatores essenciais para a colocação de implantes é a disponibilidade e tipo de osso existente. Devem-se respeitar determinados requisitos em termos de posicionamento e relação dos implantes com as outras estruturas existentes, nomeadamente as estruturas nobres, dentes naturais e outros implantes. Uma avaliação pré-cirúrgica da quantidade e qualidade óssea da região candidata à colocação de implantes dentários é imperativa. Por esse motivo, a realização de exames a 3 dimensões, como as Tomografias Computorizadas (conhecidas como TAC ou TC), fornecem uma informação mais completa ao operador, de forma a planear o caso de forma mais objetiva e eficiente.
Um planeamento mais rigoroso poupa tempo aos pacientes, diminui o número de cirurgias e, o mais importante, informa o clínico numa fase pré-operatória do que pode encontrar, nomeadamente as limitações anatómicas que não são visíveis em exames a duas dimensões.
Fase operatória / cirurgia
A cirurgia deve ser executada por um clínico com formação diferenciada e específica na área de implantologia. Só assim é possível realizar uma cirurgia desta complexidade, minimizando as complicações e os riscos inerentes.
Fase de reabilitação
Acontece após o período de integração dos implantes no osso e permite recuperar a função perdida pela ausência dos dentes. Nesta fase, através de scanners, é feita uma leitura dos implantes e é planeada a reabilitação futura. Com o recurso a esta tecnologia, disponível na CUF, esta etapa é mais cómoda para os pacientes, evitando o recurso a moldes. A leitura é enviada para o laboratório onde é feito o planeamento digital da futura coroa / prótese e a sua execução em materiais estéticos e resistentes.
Fase de manutenção
Mesmo depois do tratamento ser finalizado, é essencial manter os níveis de higiene oral e comparecer nas consultas de acompanhamento / manutenção pelo médico dentista. Só assim se consegue garantir a longevidade dos tratamentos feitos, evitando que haja infeções que afetem o osso que suporta os implantes.