O que é o índice de Apgar?

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É um teste realizado nos primeiros minutos de vida de um recém-nascido e permite vigiar a sua saúde global. Saiba o que é avaliado no índice de Apgar.

Os primeiros minutos de vida de um recém-nascido podem ser decisivos para a adaptação do bebé à vida fora do útero materno. O teste de Apgar, introduzido nos anos 50 pela obstetra norte-americana Virginia Apgar, é um método rápido de monitorizar o estado clínico do recém-nascido após o nascimento.

Este teste é realizado ao primeiro, ao quinto e ao décimo minuto de vida do recém-nascido e expressa-se num índice de 0 a 10 - quanto mais alta a pontuação, melhor é o estado clínico do bebé após o nascimento.

 

Para que serve?

O índice de Apgar é uma expressão da condição fisiológica do bebé num momento específico e inclui algumas apreciações subjetivas, como a avaliação da cor da pele, entre outros parâmetros.

O teste de Apgar não determina a necessidade de uma reanimação do recém-nascido, mas é uma ferramenta útil para a tomada de decisões quanto à sua saúde nos primeiros minutos de vida. O Programa de Reanimação Neonatal norte-americano recomenda que a reanimação, se necessária, seja aplicada de imediato, mesmo antes do primeiro minuto de vida, portanto, antes da avaliação pelo teste de Apgar. Neste caso, o índice de Apgar será uma ferramenta útil para avaliar a resposta do recém-nascido à reanimação.

 

O que é avaliado no índice de Apgar?

Para o teste de Apgar é suficiente o uso de um estetoscópio (para auscultar o coração) e a observação da equipa que acompanha o parto. São analisados cinco pontos da fisiologia do bebé: respiração, frequência cardíaca, irritabilidade reflexa, tónus muscular, cor da pele. Para cada um, a pontuação de zero a dois corresponde a características específicas.

  • Respiração

0 - Não respira

1 - Respira lentamente e de forma irregular, fraca, com suspiros

2 - Chora vigorosamente

 

  • Frequência cardíaca

0 - Não há batimento cardíaco

1 - Menos de 100 batimentos por minuto

2 - Mais de 100 batimentos por minuto

 

  • Irritabilidade reflexa

0 - Não responde a estímulos

1 - Faz caretas em resposta aos estímulos

2 - Chora, espirra ou tosse em resposta a estímulos

 

  • Tónus muscular

0 - Músculos moles e caídos, sem atividade

1 - Há alguma tensão muscular e flexão dos músculos

2 - O bebé está ativo, músculos tensos e fletidos

 

  • Cor (é importante notar que a cianose periférica é comum entre recém-nascidos e que esta avaliação pode também variar segundo a cor da pele do bebé)

0 - O bebé está pálido ou azulado

1 - O bebé está rosado, mas azulado nas mãos e pés

2 - O bebé está completamente rosado

 

As pontuações de cada ponto são somadas. Uma pontuação de sete ou mais indica que o bebé nasceu bem. Uma pontuação inferior a sete implica um acompanhamento próximo por parte da equipa médica, que avalia que procedimentos poderão ser necessários. O Programa de Reanimação Neonatal norte-americano, por exemplo, recomenda que, no caso de uma pontuação inferior a sete aos cinco minutos, este exame seja repetido a cada cinco minutos até aos 20 minutos.

 

Quais as limitações deste teste?

Esta escala não tem em conta circunstâncias que podem influenciar uma pontuação baixa no índice, mesmo que o recém-nascido seja saudável. Entre os fatores que podem diminuir a nota neste teste estão:

  • nascimento prematuro
  • gravidez de risco
  • parto por cesariana
  • anestesia durante o parto
  • complicações no trabalho de parto

 

É importante notar ainda que esta escala terá avaliações diferentes no caso do recém-nascido ter sido sujeito a reanimação.

 

O mau resultado no teste tem implicações na saúde futura do bebé?

Não. Este teste é uma avaliação do momento em que foi feito. Uma pontuação inicial baixa não significa que o bebé terá complicações de saúde depois de lhe ser prestada a assistência que se revele necessária. O teste de Apgar não diagnostica, aliás, nenhuma doença.

Fontes:

Cleveland Clinic, agosto de 2021

National Center for Biotechnology Information, agosto de 2021

Pedipedia, agosto de 2021

The American College of Obstetricians and Gynecologists, agosto de 2021

WebMD, agosto de 2021

Publicado a 28/12/2021
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