Urticária: como os pais devem atuar

Alergias
Bebés e crianças
3 mins leitura

O que é, por que surge e o que fazer caso o seu filho seja diagnosticado com urticária, uma reação cutânea que pode ter inúmeras causas.

A urticária é uma reação cutânea que se caracteriza pelo rápido aparecimento de lesões cutâneas ligeiramente elevadas em relação à pele sã (pápulas), avermelhadas (eritematosas) e, por vezes, esbranquiçadas na parte central. Estas lesões são acompanhadas de comichão (prurido) ou, por vezes, sensação de queimadura. Estas regridem espontaneamente ou com terapêutica, sem pigmentação residual num período de 24 horas, podendo recorrer. Em alguns casos, pode surgir inchaço (angioedema) com envolvimento frequente das mucosas (lábios, por exemplo). 

Pode persistir durante alguns dias evoluindo muitas vezes por surtos. Cada pápula pode durar várias horas, para depois desaparecer e voltar a surgir noutro local. Quando tem uma duração superior a 6 semanas designa-se por urticária crónica.

Estima-se que cerca de 20% da população terá um episódio de urticária.

 

Quais são as causas da urticária?

As lesões de urticária não têm, na sua maioria, doenças alérgicas por base. As lesões resultam da ativação dos mastócitos, que são células que existem na pele e nos tecidos que quando ativadas libertam histamina e outros mediadores que são responsáveis pelos sintomas.

Vários estímulos, alérgicos ou não, podem levar a ativação dos mastócitos, nomeadamente:

  • Infeções virais - a principal causa em idade pediátrica
  • Reações a alimentos 
  • Reações a medicamentos
  • Estímulos físicos (calor, frio, luz solar, pressão, exercício físico)

 

Como é feito o diagnóstico da urticária

Nos casos de urticária aguda não será necessário qualquer tipo de método complementar de diagnóstico. O diagnóstico é clínico e, na maioria dos casos, não conseguimos determinar o fator desencadeante.

 

O que deve ou não fazer

O tratamento é sobretudo sintomático, sendo muito importante o alívio da comichão. Os duches devem ser tépidos e é fundamental uma boa hidratação da pele.

Se possível, fazer evicção ou eliminação dos factores desencadeantes identificados (medicamentos, estímulos físicos, tratamento de infeções, alimentos, etc). 

Alguns alimentos e aditivos favorecedores da libertação de histamina devem ser evitados:

  • Atum, bacalhau e crustáceos
  • Charcutaria
  • Frutos: banana, morango, quivi
  • Frutos secos
  • Tomate, cogumelos
  • Queijos fermentados
  • Enlatados e pré-cozinhados
  • Aromatizantes: cacau, baunilha, malte, cola
  • Especiarias (picante)
  • Gaseificados

O médico poderá prescrever anti-histamínicos não sedativos, reservando-se os sedativos para situações clínicas muito particulares. Os de aplicação tópica não deverão ser utilizados. Existem situações exuberantes em que poderá ser necessária a prescrição de corticosteroides orais ou injetáveis. 

 

Atenção!

Muito raramente, a urticária e angioedema podem estar associados a reações graves como o choque anafilático. Nesta situação, outros sintomas também estarão presentes, nomeadamente:

  • Falta de ar
  • Dificuldade em engolir
  • Dor abdominal/vómitos
  • Queda da pressão arterial
Publicado a 24/06/2014
Doenças