O que é?

É uma doença benigna que se caracteriza por uma sudorese (transpiração) excessiva ou hipersudorese.

O suor é um mecanismo essencial para a regulação da temperatura do organismo, sendo controlado pelo sistema nervoso autónomo. Quando a sua produção ultrapassa as normais necessidades para essa regulação, o que acontece em cerca de 1% da população em geral, causa grandes incómodos. A hiperidrose aparece habitualmente na infância, mais frequentemente no sexo feminino, e tem tendência para o agravamento dos sintomas na fase da puberdade.

 

Sintomas

Manifesta-se habitualmente nas palmas das mãos, axilas, plantas dos pés e face (por vezes associada a rubor intenso), em conjunto ou com predomínio acentuado de uma região em particular. Quando a incidência se verifica nas palmas das mãos e axilas, altera a forma como estes doentes se relacionam com o “mundo exterior”. Com efeito, estas pessoas têm dificuldade no contacto social, evitam escrever porque molham o papel, evitam cumprimentos, pegar em objetos, trabalhar no computador, conduzir porque têm medo de que o volante fique escorregadio. Mancham frequentemente a roupa (aparecimento de auréola a nível axilar), molham as meias que permanecem húmidas ao longo do dia, e não gostam de usar sandálias ou sapatos abertos porque são visíveis as manchas de suor. Todo este quadro, que se agrava com o calor, com o stress e cessa durante o sono, pode causar transtornos psicológicos graves, uma vez que há uma tendência para o isolamento social e para esconder o problema.

Causas

As causas da hiperidrose primária não são bem conhecidas. Inicialmente considerava-se que a hiperhidrose estava associada distúrbios de ansiedade e que apenas ocorria em indivíduos ansiosos ou com alterações emocionais. No entanto, pesquisas recentes demonstraram que os indivíduos com hiperhidrose não são mais propensos a ansiedade, nervosismo ou stress emocional do que o restante da população quando expostos aos mesmos elementos. De facto, a relação é inversa e é a hiperhidrose que condiciona alterações emocionais e psicológicos motivadas pela transpiração excessiva. 

Estudos também mostraram que certos genes desempenham um papel na hiperidrose.
A hiperidrose secundária tem uma longa lista de causas conhecidas:

  • Lesão da espinal medula
  • Abuso de álcool
  • Ansiedade
  • Diabetes
  • Gota
  • Doença cardíaca
  • Hipertiroidismo
  • Obesidade
  • Doença de Parkinson
  • Gravidez
  • Insuficiência respiratória
  • Zona (causada pelo vírus herpes zoster)
  • Alguns tipos de cancro, como a doença de Hodgkin
  • Algumas infeções (HIV, malária, tuberculose)
  • Medicamentos, incluindo alguns antidepressivos, anticolinesterásicos (para a doença de Alzheimer), pilocarpina (para o glaucoma), propranolol (para a hipertensão)
  • Abuso de substâncias

Diagnóstico

Vários exames laboratoriais de sangue e urina são importantes para despistar a presença de condições subjacentes, como hipertiroidismo ou hipoglicemia. Os pacientes são ainda questionados sobre os padrões de transpiração: quais as partes do corpo afetadas, com que frequência ocorrem os episódios e se também acontecem durante o sono.

A realização do Teste termorregulatório de suor . Trata-se da aplicação na pele de um pó sensível à humidade. Quando a transpiração excessiva ocorre à temperatura ambiente, o pó muda de cor. O paciente é exposto a altas temperaturas e humidade, o que desencadeia a transpiração. Quando expostas ao calor, pessoas que não têm hiperidrose tendem a não suar excessivamente nas palmas das mãos, ao contrário dos pacientes com esta patologia. Este teste também ajuda o médico a determinar a gravidade da condição.

Tratamento

Numa primeira fase da abordagem do seu tratamento, a dermatologia tem uma palavra a dizer, com vários tipos de terapêuticas. Quando o tratamento médico não é eficaz, o cirúrgico, deve ser equacionado. Este é realizado por videotoracoscopia, sob anestesia geral e consiste na remoção de fibras do sistema nervoso autónomo responsáveis por estas zonas, situadas dentro da cavidade torácica. O resultado é imediato e o doente tem alta no próprio dia ou no dia seguinte, com as mãos completamente secas e preparado para regressar à sua vida normal, sem limitações.

Prevenção

  • Usar preferencialmente tecidos leves e respiráveis, como algodão e seda
  • Usar meias em fibras repelentes da humidade dos pés (lã merino)
  • Tomar banho todos os dias com um sabão antibacteriano para controlar as bactérias que podem habitar a pele suada e causar odores
  • Secar completamente a pele depois do banho
  • Usar antitranspirante
  • Evitar alimentos picantes, álcool e bebidas quentes que são estimulantes da hiperhidrose
Fonte:

Medical News Today

WebDM

Doenças relacionadas