Cancro de Mama
Como se trata hoje o cancro da mama?
O cancro da mama é o carcinoma mais diagnosticado à escala global, mas também um dos que mais beneficia com a investigação científica. Na CUF, é abordado de forma holística, envolvendo tratamentos inovadores, uma aposta consciente no diagnóstico precoce e cuidados dedicados que colocam o doente no centro de uma equipa para quem, tão importante como tratar o tumor, é tratar a pessoa.
Precisão, individualização e humanização são palavras que cada vez mais associamos ao cancro da mama. E ainda bem que é assim. É fundamental que o diagnóstico e tratamento seja cada vez mais preciso, que a abordagem seja cada vez mais individualizada através de terapêuticas dirigidas a cada tumor e que os cuidados sejam cada vez mais humanizados, com as características e necessidades de cada doente a serem tidas em conta. Afinal, dos carcinomas mais presentes à escala global, o cancro da mama tem uma incidência que, em Portugal, ronda os 7000 novos casos por ano, tendo-se assistido a um aumento da prevalência nas últimas décadas. Apesar disto, os sobreviventes são cada vez em maior número.
Quando diagnosticado precocemente, o cancro da mama regista taxas de sobrevivência aos cinco anos próxima dos 85%. A elevada taxa de cura em estadios iniciais deve-se não só a uma aposta crescente na deteção precoce, mas também à rapidez de resposta das instituições e aos múltiplos avanços terapêuticos e tecnológicos.
A CUF foi, há 36 anos, o primeiro operador privado de saúde em Portugal a dedicar-se ao cancro e é hoje o maior prestador privado nacional na área do diagnóstico e tratamento oncológico. Ao longo deste tempo, acompanhou a evolução no tratamento do cancro e, em particular, do cancro da mama. Por exemplo, é hoje boa prática internacional a abordagem multidisciplinar, em que o doente é visto como um todo e o seu caso é analisado por especialidades que vão da Imagiologia à Anatomia Patológica, passando pela Cirurgia, Radioterapia, Oncologia e ainda pela Psicologia e Nutrição. Na CUF, a criação da Unidade da Mama – com a qual o Grupo também foi pioneiro – possibilitou esta abordagem dedicada e com foco alargado ao bem-estar e qualidade de vida do doente. Para este caráter diferenciado – reconhecido com a certificação da EUSOMA, uma das mais prestigiadas organizações internacionais da área – contribui também a aposta feita na investigação, nomeadamente com a participação em ensaios clínicos internacionais.
Não obstante, o cancro da mama continua a ser o tumor maligno que mais afeta a população feminina e o responsável pela morte anual de uma média de 1500 mulheres em Portugal. Ao longo do último ano e meio, fruto da pandemia, assistiu-se a uma diminuição dos exames de rotina e também da prevenção por parte das mulheres, que não podem deixar de se manter atentas à sua saúde, já que um bom prognóstico depende do diagnóstico precoce.
PREVENÇÃO
O primeiro passo para a cura
“Em Portugal, é expetável que uma em cada oito mulheres venha a ter um cancro da mama ao longo da sua vida. Já a sobrevivência do cancro da mama depende do estadio em que este é diagnosticado”, alerta Ida Negreiros, Coordenadora da Unidade de Diagnóstico e Tratamento Integrado da Mama e da Unidade da Mama CUF em Lisboa, que lembra que uma boa parte dos fatores de risco do cancro da mama resultam do estilo de vida. Por exemplo, “obesidade, falta de exercício físico, alimentação pouco saudável”, mas existem outros fatores como a genética ou a terapêutica hormonal de substituição na menopausa. “No início deste século, ficámos a saber que a terapia hormonal de substituição aumenta o risco de cancro da mama. Antes disso era muito utilizada, mas foi sendo progressivamente abandonada”, afirma Ida Negreiros.
Existem, no entanto, outros fatores de risco impossíveis de contornar tais como ser mulher, já que o cancro da mama é uma patologia muito rara nos homens, representando apenas 1% dos casos. Iniciar a menstruação em idade precoce, não ter filhos e não amamentar são também fatores a ter em conta, pois aumentam o risco de cancro da mama. Já a componente hereditária, que pode aumentar o risco em mais de 80%, é responsável por 5 a 10% de todos os casos.
Sabendo isto, torna-se claro que uma boa parte da prevenção está nas mãos das mulheres e das equipas médicas que as seguem. “Mudar os estilos de vida é sempre o mais difícil, mas é isso que é necessário”, explica Ida Negreiros. Conhecer o próprio corpo e, perante um sinal de alerta, consultar o médico assistente ou o ginecologista é outro passo importante, já que, depois de serem feitos os exames necessários (mamografia e ecografia mamária), a mulher poderá, se necessário, ser encaminhada para uma consulta de senologia. É, por isso, importante que a mulher valorize eventuais alterações na mama, quer através da observação quer da palpação da mama.
Para Ida Negreiros, é essencial que as mulheres façam estes exames de rotina a partir dos 40 anos, independentemente do rastreio de base populacional que é feito a partir dos 50 anos: "Numa consulta, a mama é palpada, é percebido o contexto familiar, são pedidas mamografia e ecografia mamária. Os profissionais que tratam cancro sabem que aparecem muitos casos antes dos 50 anos. Em Portugal, cerca de 17% dos cancros da mama diagnosticados são em mulheres com menos de 50 anos.” Luís Costa, Oncologista no Hospital CUF Descobertas, não tem dúvidas de que o perfil dos doentes com cancro da mama está a mudar, com o aparecimento de formas mais graves da doença em mulheres cada vez mais jovens. “Quando olhamos para a percentagem de casos que correm pior, observamos dois grandes grupos: o das mulheres cuja doença foi diagnosticada numa fase inicial, mas não tão inicial quanto seria desejável, e o das mulheres que, infelizmente, aquando do primeiro diagnóstico, já surgem com metástases - ou seja, o cancro não está presente apenas na mama, já se disseminou para um ou vários órgãos à distância. Dentro deste último grupo, há outro que é particularmente carente de atenção clínica e científica: o subgrupo das mulheres jovens”, explica o médico. “Há mulheres que estão abaixo dos 40 anos de idade e, por isso, não estão incluídas em nenhum programa de rastreio, mas que infelizmente aparecem com cancro da mama de alto risco.”
Esta é uma realidade bem conhecida de Sofia Braga, oncologista no Hospital CUF Descobertas e Coordenadora da especialidade no Hospital CUF Cascais e no Hospital CUF Sintra. Assumindo ainda a responsabilidade da coordenação científica da CUF Oncologia, Sofia Braga desenvolveu aquele que é, até à data, o maior estudo feito em Portugal sobre o impacto do cancro da mama nas mulheres jovens, tendo os resultados sido recentemente publicados pela Sociedade Europeia de Oncologia Médica. “Trato cancro da mama há mais de 20 anos e, ao longo deste tempo, senti que havia um aumento de casos na mulher jovem. Propus a uma das médicas internas que nos debruçássemos sobre um grupo alargado de hospitais da área metropolitana de Lisboa, para analisarmos todas as mulheres com menos de 35 anos dessas instituições”, explica Sofia Braga. Feita ao longo de 10 anos, a observação de 207 mulheres seguidas no Hospital CUF Tejo, no Hospital CUF Descobertas, no Hospital Vila Franca de Xira, no Hospital Fernando da Fonseca, no Centro Hospitalar Barreiro-Montijo e no Centro Hospitalar Lisboa Ocidental permitiu concluir que existe uma tendência para tumores mais agressivos entre as mulheres mais jovens. “Encontramos estadiamentos avançados (30% das mulheres em estadios III e IV) e biologias do tumor mais agressivas. Ao mesmo tempo, registámos uma sobrevivência mais alta do que seria de esperar, de 85% aos cinco anos. Por fim, verificámos uma prevalência baixa de testes genéticos”, elenca Sofia Braga.
Em Portugal, cerca de 17% dos cancros da mama ocorrem em mulheres com menos de 50 anos.
CUF tem um dos maiores laboratórios de Anatomia Patológica do país
Quer se trate de diagnóstico, caraterização do risco, prognóstico ou orientação terapêutica, a Anatomia Patológica está presente no percurso do doente com cancro da mama.
No Hospital CUF Descobertas, funciona o laboratório centralizado de Anatomia Patológica da CUF, que, certificado desde 2004 pela norma ISO9001, está entre os maiores do país.
Além do trabalho de diagnóstico, os seus anatomopatologistas integram projetos de investigação e participam na formação dos novos médicos especialistas em Anatomia Patológica, tendo o laboratório idoneidade formativa reconhecida pela Ordem dos Médicos.