A importância de um diagnóstico precoce
Medicina Geral e Familiar:
Uma Medicina centrada na pessoa
É certo que a COVID-19 continuará a fazer parte das nossas vidas e é importante não descurar as medidas de proteção desta doença. Contudo, isto não pode fazer com que se releguem para segundo plano todas as outras doenças que continuam a existir e que não podem ser desvalorizadas.
É essencial que as pessoas se sintam confiantes para retomarem os seus cuidados de saúde habituais, o que, para muitos, começa com uma consulta no médico de família. “Aos meus alunos, digo que o médico de família está presente na vida de um novo ser antes sequer de ele ser concebido.A Medicina Geral e Familiar é a especialidade médica que está presente ao longo de todo o ciclo vital do ser humano.” As palavras são de Carlos Martins, Coordenador de Medicina Geral e Familiar no Instituto CUF Porto, para quem o médico de família proporciona uma continuidade de cuidados que beneficia todo o agregado, ao mesmo tempo que favorece o exercício de “uma medicina centrada na pessoa e não na doença”, capaz de conciliar informação clínica que vai além das queixas apresentadas.
Carlos Martins dá um exemplo: “Quando um doente se queixa de uma dor lombar numa consulta, é diferente se o fizer a um médico que não o conhece ou ao seu médico de família que o acompanha desde sempre e até sabe que ele está a passar uma fase difícil, com alguma tensão ao nível profissional ou familiar.”
Efetivamente, os exames globais de saúde feitos no âmbito de uma Consulta de Medicina Geral e Familiar levam em conta as características individuais de cada pessoa. “Há estilos de vida que se associam a um maior padrão de risco de doença, pelo que até os podemos ter em conta para tomar decisões do ponto de vista dos exames complementares de diagnóstico ou de aconselhamento clínico”, explica o médico.
As visitas regulares ao médico de Medicina Geral e Familiar permitem, deste modo, evitar doenças de maior gravidade ou detetá-las em fase precoce, ao mesmo tempo que ajudam a manter a vigilância de patologias como diabetes ou hipertensão que, quando não controladas, podem dar origem a situações graves.
Carlos Martins reforça a importância de manter a saúde controlada e não adiar a procura do médico, especialmente no caso dos doentes crónicos. “Houve períodos, na atual pandemia, em que se gerou um certo receio, o que acarretou um risco de agravamento das doenças crónicas”, explica. “Um doente com diabetes tipo 2 pode precisar realmente de uma consulta trimestral.
O facto de ter uma doença crónica traz-lhe o risco de, no futuro, sofrer determinadas complicações.” Cabe ao médico de família capacitar o doente crónico para conseguir controlar bem a sua doença – até porque, muitas vezes, surgem períodos de agudização ou descontrolo da patologia. “Por exemplo, perante uma infeção das vias aéreas ou uma síndrome gripal, uma pessoa com doença pulmonar obstrutiva crónica pode sofrer uma agudização da doença.
O acompanhamento regular visa não só evitar as complicações futuras como minimizar a ocorrência de agudizações, de modo a que o doente tenha uma boa qualidade de vida.” O especialista em Medicina Geral e Familiar funciona ainda, nas palavras de Carlos Martins, como um coordenador de cuidados: “Por vezes, detetamos sinais e sintomas que nos indicam que o doente precisa de cuidados médicos de outras especialidades. O médico de família tem a função de orientar o doente para a especialidade correta.”
Para o Coordenador de Medicina Geral e Familiar no Instituto CUF Porto, a rede CUF tem uma vantagem importante, ao trabalhar com todas as especialidades: “Facilmente orientamos o nosso doente para a especialidade certa na altura certa e no tempo devido.”
Oncologia:
o combate a um inimigo silencioso
É também no âmbito da Consulta de Medicina Geral e Familiar que são, muitas vezes, realizados exames importantes para detetar, em fases precoces, doenças oncológicas, como o cancro colorretal, da mama ou da próstata, os três com maior incidência em Portugal em 2020, de acordo com o Observatório Global de Cancro – GLOBOCAN.
Muitos destes cancros são “inimigos silenciosos”, uma situação ainda mais preocupante se considerarmos a quebra de diagnósticos registada no ano passado, não apenas na rede CUF – o maior diagnosticador privado de cancro em Portugal, com uma média de 80 diagnósticos por semana – mas em todo o sistema nacional de saúde.
“Temos doentes que tiveram receio de recorrer ao seu médico assistente aquando do aparecimento de sinais ou sintomas de doença. Isto faz com que os diagnósticos sejam feitos num contexto muito mais avançado da doença, o que tem um impacto dramático na qualidade de vida e na própria sobrevivência do doente”, alerta Nuno Bonito, Oncologista no Hospital CUF Coimbra e no Hospital CUF Viseu.
O médico lembra que, para uma boa parte das doenças oncológicas, o “gold standard” do tratamento continua a ser a cirurgia, pelo que o diagnóstico precoce assume uma importância capital. “Quanto mais precoce for o diagnóstico – ainda numa fase de lesões pré-malignas ou num estadio que permita a cirurgia –, maior é a possibilidade de se conseguir ter uma estratégia terapêutica com intuito curativo.” Importa, por isso, ter uma boa monitorização de patologias benignas que potencialmente podem evoluir para cancro, como a doença inflamatória intestinal, as associadas aos síndromas genéticos conhecidos, bem como a outros potenciais fatores de risco.
"Quanto mais precoce for o diagnóstico, maior é a possibilidade de se conseguir ter uma estratégia terapêutica com intuito curativo."
Via Verde Diagnóstico de Cancro
Um processo disponibilizado pela CUF Oncologia para ampliar os seus recursos e garantir uma resposta célere e atempada no apoio a quem necessita de um diagnóstico oncológico, particularmente nos tumores com maior incidência em Portugal.
A pessoas com suspeita de doença oncológica por presença persistente de sintomas como:
- Perda inexplicada de peso
- Fadiga constante
- Nódulo palpável
- PSA elevado ou outras alterações suspeitas detetadas em exame
- Linha gratuita 800 100 077
- www.cufoncologia.pt
Teresa não se deixou atemorizar pela pandemia e foi atempadamente diagnosticada e tratada a um cancro gástrico.
Fotografias © Miguel Proença (4SEE) © Carla Tomás (4SEE)