Filipa Neves
Saudável e com uma vida ativa, a última coisa em que Filipa Neves pensava aos 28 anos era na possibilidade de ter cancro.
Um sinal de alarme impossível de ignorar
Não hesitou em procurar ajuda quando surgiram os primeiros sintomas. “Comecei a sangrar da mama. Era difícil de ignorar”, recorda esta psicóloga, hoje com 37 anos e mãe de uma menina de 2 anos.
Em poucos dias, Filipa foi avaliada pela sua ginecologista, que, pela sintomatologia, suspeitou de uma inflamação. Recomendou-lhe, ainda assim, uma mamografia e uma ecografia mamária. “Foi nessa altura que começou a minha relação com a CUF”, conta Filipa.
Os exames revelaram papilomas no canal mamário e, depois de um novo exame – uma galactografia –, a ginecologista referenciou-a para a consulta de Ida Negreiros, Coordenadora da Unidade da Mama CUF em Lisboa. “Tendo em conta a sensibilidade da situação, marquei consulta com a Dra. Ida e uma outra consulta, para ter uma segunda opinião. No entanto, a confiança e a empatia foram tão grandes que, quando saí da consulta na CUF, desmarquei a outra. Sou seguida pela Dra. Ida até hoje”, afirma Filipa.
Embora os exames de diagnóstico não fossem claros, a equipa médica suspeitava de um cancro agressivo, o que veio a confirmar-se. Na cirurgia resultante para a retirada da totalidade da mama (com preservação do mamilo e da aréola), foi feita a avaliação do gânglio sentinela, não tendo sido necessário o esvaziamento axilar. A análise detalhada do tumor determinou o caminho a seguir: bloqueio hormonal com injeções trimestrais (entretanto concluído) e medicação oral (que mantém até hoje).
“A minha única intenção era garantir que poderia ser mãe”
Chegou a ser colocada a possibilidade de uma cirurgia para retirar os óvulos, caso fosse necessário. Para Filipa, este foi um dos aspetos mais duros da doença: “Uma das minhas questões iniciais – talvez a única – era a da maternidade. Eu sempre soube que queria ter filhos e, embora ninguém me pudesse assegurar isso a 100%, a minha única intenção era garantir que poderia ser mãe. A Dra. Ida Negreiros deu-me imenso apoio, com a tranquilidade possível naqueles momentos.”
A decisão de ter um filho demorou algum tempo, mas, um ano depois de suspender as injeções de bloqueio hormonal, Filipa voltou a menstruar e, nove meses depois de suspender a medicação oral, engravidou.
A gestação foi tranquila. Filipa apenas teve de deixar de trabalhar mais cedo, por sentir dores de cabeça intensas. “Penso que estariam sobretudo relacionadas com ansiedades normais – talvez mais normais ainda, tendo em conta tudo o que tinha passado.” Hoje, leva uma vida normal e as traquinices da filha e o pouco suporte familiar são as únicas coisas que a fazem repensar sobre uma nova gravidez. “Mas não fecho a porta a isso, até porque não tenho a menor dúvida de que o melhor presente que lhe posso dar é um irmão”, refere.
Confiança na equipa é fundamental
Quando olha para trás, não tem dúvidas de que a rapidez com que todo o processo correu foi determinante para o sucesso no seu tratamento: “Mais do que a CUF, eu valorizo as pessoas – e, desde o primeiro dia, sinto uma grande confiança na equipa clínica que me acompanha. Essa proximidade foi algo que sempre me tranquilizou muito. É ela que faz com que, até hoje, se mantenham as ligações.”
Fotografia Luís Filipe Catarino 4SEE