Não deixe que a vertigem o domine
Sabia que 10 a 15% da população portuguesa sofre de vertigens ou problemas de equilíbrio? É um problema que atinge todas as faixas etárias (incluindo as crianças) mas que é especialmente prevalente entre os mais idosos, afetando 85% das pessoas com mais de 65 anos, de acordo com dados da Acta Médica Portuguesa. Por esta razão, e considerando que a população idosa está a aumentar em Portugal, não será desajustado depreender que a vertigem poderá tornar-se um sintoma ainda mais comum no futuro.
“A idade provoca um envelhecimento do sistema do equilíbrio que, em conjunto com as comorbilidades e polimedicação habituais na população idosa, fazem com que a vertigem, a tontura e o desequilíbrio sejam causas frequentes das consultas e das idas à urgência”, explica Rosa Castillo, Otorrinolaringologista e Coordenadora da Unidade de Vertigem do Hospital CUF Porto. É necessário que estes sintomas não sejam subvalorizados, já que, em muitos casos, se podem tornar altamente incapacitantes. Existem doentes que não conseguem sequer viajar de carro sem enjoar e outros, em condições ainda mais severas, que são obrigados a recorrer a uma cadeira de rodas por não terem equilíbrio suficiente para se manterem de pé.
Não obstante, a vertigem pode ser tratada, de modo a evitar a progressiva limitação física e psicológica dos doentes. “Podemos tratar a vertigem com medicação (tanto para melhorar a crise aguda como os sintomas crónicos), com reabilitação vestibular ou, nos casos mais rebeldes, com cirurgia”, explica a médica. “No caso da vertigem posicional paroxística benigna, a causa mais frequente de vertigem, esta é tratada com manobras reabilitadoras. A autorreabilitação vestibular consiste numa série de exercícios que podem ser realizados pelo próprio paciente, com orientação médica, no seu domicílio, ajudando a minimizar e prevenir problemas crónicos.”