Bolsas GO UP
Reconhecer e desenvolver o talento
Nunca é tarde para cumprir sonhos, sobretudo quando estes passam por voltar a estudar. Em 2019, a CUF criou as bolsas GO UP para incentivar os colaboradores não licenciados a frequentarem o ensino superior. Ao fim de pouco mais de três anos, 21 colaboradores já foram abrangidos pela iniciativa. Rui Moura e Maria José Oliveira são dois desses exemplos.
Concluir um curso superior era um sonho há muito perseguido por Rui Moura, que, aos 36 anos, integra a equipa de Produção de Medicina Dentária, um projeto integrado na Direção de Novos Modelos Assistenciais da CUF. No passado, chegou a frequentar uma licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial, mas viu-se obrigado a interromper os estudos pouco tempo depois de os ter iniciado. “Tinha de trabalhar, inclusive nas férias, e por isso tinha pouco tempo. Acabei por parar”, explica.
Ambicioso e exigente consigo mesmo, mas também confiante das suas capacidades, Rui Moura sempre acreditou que um dia haveria de concretizar esse seu sonho. Depois de ter experimentado Matemática Aplicada e a Escola Naval da Marinha, em 2018, reinscreveu-se no curso de Engenharia e Gestão Industrial em regime pós-laboral. No ano seguinte, já a frequentar o segundo ano da licenciatura, candidatou-se a uma das cinco bolsas GO UP criadas na altura pela CUF – e foi um dos vencedores.
Curiosamente, começou por ter dificuldade em acreditar que tinha ganho, até porque, como diz, não costuma “ter muita sorte nestas coisas”. Acabou, contudo, por cair em si quando se realizou a cerimónia de entrega das bolsas. “Esta bolsa permitiu-me retomar o que tinha parado e deu-me a energia e o empurrão que eu precisava”, confidencia. “Se não tivesse ganhado a bolsa, teria parado os estudos e não sei se os iria retomar.”
De acordo com Mariana Ribeiro Ferreira, Diretora de Cidadania Empresarial da CUF, as bolsas GO UP foram criadas com o intuito de “incentivar os colaboradores a complementarem as suas atuais formações com uma licenciatura ou um mestrado integrado ou com cursos técnicos superiores profissionais no ensino superior, através de apoio financeiro para pagamento das propinas e material escolar”.
Há vários anos que a CUF apoia a formação superior dos filhos dos seus colaboradores através de bolsas de estudo concedidas pela Fundação Amélia de Mello, no entanto ainda não tinha uma medida estruturada que fosse diretamente dirigida aos colaboradores que quisessem aumentar o seu nível de escolaridade. Integradas no programa CUF Inspira, as bolsas GO UP permitiram preencher essa lacuna. Com um valor individual de 900 euros, são renovadas anualmente mediante a apresentação dos comprovativos de aprovação ou transição para o ano letivo seguinte.
Qualquer colaborador sem formação superior pode candidatar-se. “A candidatura à bolsa GO UP pode ser apresentada sem qualquer limitação de área formativa, embora um dos critérios de ponderação das candidaturas seja a ligação entre a área de estudo e as funções desempenhadas. Este é, no entanto, um critério de ponderação entre outros e não um fator de exclusão”, esclarece Mariana Ribeiro Ferreira. “Em caso de igualdade, são considerados outros critérios na apreciação das candidaturas, como a avaliação de desempenho, a antiguidade do colaborador e o montante do seu vencimento, privilegiando-se os que auferem vencimentos mais baixos.”
Capacitar os colaboradores
Em 2019, o primeiro ano de existência, foram concedidas cinco bolsas GO UP. “Em 2020, perante a qualidade das candidaturas, o júri e a Comissão Executiva decidiram atribuir mais uma bolsa, alargando para seis os colaboradores abrangidos”, refere Mariana Ribeiro Ferreira. Este ano, o número de bolseiros voltou a subir – desta feita para 10.
“É um sinal muito importante que se transmite aos colaboradores, sobretudo no atual contexto em que a qualificação e requalificação dos colaboradores (upskilling e reskilling) é tão importante. A responsabilidade das empresas também passa por capacitar os colaboradores, para que o percurso na CUF seja impactante e transformador”, explica a responsável.
A maioria dos candidatos exerce funções administrativas, havendo também vários auxiliares de ação médica a candidatarem-se à iniciativa. Os cursos que frequentam são sobretudo na área da gestão e da saúde, designadamente em enfermagem.
Maria José Oliveira, 34 anos, administrativa na Direção do Cliente, exercendo a sua atividade no Instituto CUF Porto, foi outra das primeiras contempladas com uma bolsa GO UP, em 2019. Frequenta o segundo ano da licenciatura em Contabilidade e Administração, depois de um longo interregno nos estudos. Quando concluiu o 12.º ano, pensou inscrever-se no curso de Secretariado, mas ganhou outras prioridades na vida e acabou por arrumar esse sonho na gaveta.
Quando tomou conhecimento das bolsas GO UP, o seu primeiro pensamento foi de que já não tinha idade para voltar a estudar. “O que me levou a seguir esta oportunidade foi uma antiga chefia que tive, que insistiu e me motivou a voltar a estudar”, conta. Foi o que aconteceu. Candidatou-se ao ensino superior, ao abrigo do programa Maiores de 23, e conseguiu vaga. Em seguida, concorreu ao apoio financeiro da CUF.
“Até essa altura, o medo era o de não conseguir entrar na faculdade. Mas, se já tinha conseguido, e já que tinha oportunidade de ganhar uma bolsa, segui em frente com o projeto”, lembra Maria José Oliveira, que começou a trabalhar como administrativa no Atendimento Permanente do Instituto CUF Porto em 2011. Quando soube que era uma das vencedoras das bolsas GO UP, ficou naturalmente “contente”.
O primeiro ano do curso foi muito desafiante. “Ser trabalhador-estudante não é fácil e o curso em si também não. O primeiro ano, em especial, é sempre o mais difícil porque nos estamos a adaptar e existem muitas matérias. No entanto, o segundo ano já está mais focado para a nossa área, e isso é mais motivante”, revela.
A Diretora de Cidadania Empresarial da CUF confirma que a adesão dos colaboradores a esta iniciativa é cada vez maior. “Embora a medida seja recente, o interesse dos colaboradores pela iniciativa tem aumentado e muitas pessoas acabam por ficar motivadas a formalizar a candidatura ao ensino superior. E esse é o melhor resultado que podemos esperar: motivar os colaboradores a progredirem nas suas carreiras e nas qualificações para a empregabilidade”, afirma Mariana Ribeiro Ferreira.
Motivação e reconhecimento profissional
Maria José Oliveira está confiante de que a licenciatura lhe permitirá progredir no emprego, uma vez que terá um currículo “muito mais enriquecido”. A seleção do curso de Contabilidade e Administração também foi feita a pensar nisso. “Eu estava a desempenhar funções na área financeira. Tinha uma parte de contabilidade e despertou-me interesse em saber mais.”
Esta administrativa da Direção do Cliente considera que a atribuição das bolsas tem um impacto positivo na vida dos colaboradores e da empresa: “Por um lado, motiva-nos; por outro, faz-nos ter outras ideias para a empresa – e isso também é bom.”
Rui Moura concorda que as ajudas financeiras à formação dos colaboradores são de extrema importância. “Estes apoios ajudam imenso. Financeiramente, fazem toda a diferença e motivam qualquer jovem trabalhador”, refere. No seu caso, considera que a atribuição da bolsa foi igualmente uma forma de a empresa reconhecer o seu mérito profissional: “Acredito que é trabalhando que percebemos o que realmente valemos.”
Rui Moura alimenta a esperança de que a licenciatura lhe traga novas oportunidades profissionais na CUF, empresa onde ingressou em abril de 2017, na altura no Contact Center de Lisboa. “Ganhei ferramentas que posso aplicar gradualmente e entendo a linguagem que é falada. Tudo o que aprendi é-me útil de alguma forma.”
Se não houver percalços, conta terminar os estudos em fevereiro de 2022, concretizando, assim, o sonho que há muito perseguia. Não descarta a possibilidade de frequentar uma pós-graduação, mas por enquanto está sobretudo focado na conclusão do projeto de final de curso. “Estudar e trabalhar em simultâneo não é mesmo nada fácil”, confessa. “Mas, neste momento, está tudo em aberto sobre o que poderei fazer.”
Esse é, precisamente, um dos propósitos das bolsas GO UP: aumentar o leque de opções e oportunidades profissionais para os bolseiros. “O principal objetivo desta medida é potenciar o desenvolvimento pessoal e profissional dos nossos colaboradores”, assegura Mariana Ribeiro Ferreira. “Temos percebido que os colaboradores valorizam muito este apoio da CUF e que se empenham bastante nas carreiras académicas que acumulam, muitas vezes com esforço, com as suas responsabilidades profissionais.”
Lançado em 2018, o programa CUF Inspira agrega todas as iniciativas de responsabilidade social corporativa da CUF, como é o caso das Bolsas GO UP, dando maior relevância e consistência aos compromissos sociais, económicos e ambientais assumidos com os seus colaboradores, parceiros e comunidades em que está inserida.
O programa intervém em áreas tão distintas como a conciliação da vida pessoal e familiar dos seus colaboradores, o voluntariado corporativo, a integração social e profissional de pessoas portadoras de deficiência, o combate ao desperdício alimentar ou o empreendedorismo social, entre outras.
“A responsabilidade social sempre fez parte da história e da origem da CUF”, salienta Mariana Ribeiro Ferreira. “Esta atuação estruturada e sistémica permitiu aproximar a CUF das comunidades onde atua, sendo um agente mais ativo no desenvolvimento local e na promoção do bem comum, com capacidade de avaliar o impacto desta intervenção.”
Os quatro pilares do CUF Inspira
O programa CUF Inspira assenta em quatro pilares que estão, em simultâneo, em consonância com os valores da CUF e com os objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas:
- Responsabilidade Social Interna
- Conduta Ética e Direitos Humanos
- Impactos Sociais na Comunidade
- Sustentabilidade Ambiental