“Senti-me genuinamente bem acompanhada”
O final do ano de 2021 trouxe a Marta Flores um diagnóstico de cancro da mama. No entanto, a influenciadora digital assegura que a tristeza e a surpresa duraram apenas um minuto, porque no momento seguinte decidiu que o cancro não haveria de lhe roubar o sorriso.
Marta Flores tinha apenas 23 anos quando descobriu que tinha nódulos em ambas as mamas. Passou, desde essa altura, a ter uma vigilância mais apertada e a prestar uma maior atenção aos sinais que o corpo lhe dava. Os anos passaram e em 2021, com 44 anos, passou a fazer uma ecografia e uma mamografia de meio em meio ano. A primeira ronda de exames da nova rotina de vigilância não revelou nenhuma alteração nas lesões já conhecidas, mas, ao segundo controlo, passados seis meses, o caso mudou de figura. Um dos nódulos mamários tinha aumentado dois milímetros.
“Passados três dias, o médico ligou-me e disse que era melhor eu fazer uma biopsia”, recorda Marta. “Quando me contactou para comunicar o resultado, eu estava no cabeleireiro. Ele foi cuidadoso, perguntou onde estava, se estava acompanhada e por quem.” Marta não podia estar em melhor companhia, já que tinha ao seu lado o seu noivo e a amiga cabeleireira. Foi junto deles, e com o seu apoio, que recebeu o diagnóstico: tinha cancro da mama.
“Tive o meu momento de choro, mas durou apenas um minuto”, lembra. Depois, limpou as lágrimas, soltou uma gargalhada e declarou: “Se for para ficar sem cabelo, vou usar uma peruca nova todos os dias!” No dia seguinte, arranjou-se e partiu para Lisboa para um trabalho importante: maquilhar a apresentadora televisiva Cristina Ferreira para a capa da sua revista. Porque, como prometeu a si própria, a vida ia continuar.
Em novembro, começou o tratamento. “O meu plano terapêutico passou por quimioterapia, cirurgia e radioterapia. Neste momento, já com este processo ultrapassado, estou a fazer hormonoterapia e injeções com um anticorpo monoclonal”, um medicamento que estimula o sistema imunitário. Apesar do espírito positivo e do sorriso sempre pronto, Marta confessa: “Estava com receio da radioterapia, embora já tivesse realizado 16 sessões de quimioterapia, [pois] tinha ouvido muitas histórias negativas dos efeitos colaterais da radioterapia. Mas nada disso se refletiu na minha experiência.” Concluiu as 14 sessões necessárias de radioterapia com o objetivo, segundo as explicações da equipa que a acompanhou, de reforçar todo o tratamento feito para que, a longo prazo, estivesse livre do cancro.
Agora que a fase de tratamentos intensivos já ficou para trás, Marta assegura que “correu tudo lindamente” e que “a CUF tem os melhores equipamentos e os melhores profissionais”. A maquilhadora profissional acrescenta que, na passagem pelo Hospital CUF Porto e Instituto CUF Porto, se sentiu “genuinamente bem acompanhada – por todos os profissionais, mas em particular pela equipa de Oncologia, nomeadamente da Unidade da Mama. São pessoas especiais que estão sempre com um sorriso no rosto. São atenciosos, carinhosos, compreensivos, tolerantes e muito competentes”.
Marta continua no que chama de “processo de cura”, mas mantém a boa disposição – e a gargalhada – e sente que está a caminhar para ultrapassar em definitivo este momento mais delicado da sua vida. “Sinto-me agradecida por estar tudo a correr bem.” Aproveita ainda para deixar não um, mas três conselhos a quem está a passar pela mesma situação: “Pensamento positivo, alegria no coração e muita fé.”
Fotografias de Bruno Garcez