Telemonitorização: garantia de proximidade e cuidado
Se a importância do estilo de vida é inegável, a verdade é que este é um aspeto de difícil monitorização por parte dos profissionais de saúde, que assume particular importância no caso das doenças crónicas. “A monitorização é essencial no caso de qualquer doença crónica”, refere Luísa Fontes, Coordenadora de Telemonitorização da CUF Digital. “No caso da diabetes, em particular, existe necessidade de monitorização das glicémias, mas sobretudo de estilos de vida. Enquanto médicos, promovemos estes hábitos de vida saudáveis junto dos nossos doentes, mas não temos possibilidade de os acompanhar nos hiatos entre consultas.”
Porque o acompanhamento dos doentes crónicos é desde sempre uma preocupação, a CUF lançou um programa de monitorização da diabetes numa parceria com a Multicare e a Promptly, com acompanhamento presencial, através de consultas e exames, e remoto, com recurso à telemonitorização.
Em termos práticos, as pessoas com diabetes tipo 2 abrangidas pelo programa são acompanhadas por uma equipa multidisciplinar composta por médicos, enfermeiros, nutricionistas e psicólogos. Através de dispositivos médicos inteligentes e conectados, o doente fica também ligado a uma plataforma através do seu telemóvel, na qual podem ser inseridos dados relativos, por exemplo, a glicemia capilar, tensão arterial ou atividade física. “As enfermeiras acompanham os registos que os doentes inserem na plataforma e, se for necessário, o doente pode ser contactado e encaminhado para uma consulta presencial. Ao mesmo tempo, o sistema vai gerar mensagens dirigidas ao doente: de reforço positivo ou com algum ensino, através do envio de questionários ou indicação de ajustes necessários”, explica a especialista.
Para Luísa Fontes, o impacto do programa vai muito além da diabetes, já que o seu desenho será fundamental para o acompanhamento de qualquer doença crónica. “Uma das características da saúde à qual penso que todos queremos aceder é a celeridade na prestação de cuidados, mantendo a qualidade clínica. A telemonitorização, com o acompanhamento de profissionais de saúde especializados, pode ajudar a aproximar-nos dessa celeridade de resposta.” É mais um passo de gigante rumo aos cuidados de saúde do futuro.
Fotografia de António Azevedo (4SEE)