Protetores solares minerais e químicos:

quais as diferenças?
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Além do fator de proteção solar, há outras características que distinguem os protetores solares. Saiba em que difere um protetor solar mineral de um químico.

Devemos ter cuidado com o excesso de exposição solar, devido aos raios ultravioleta (UV), causadores de lesões na pele e no organismo em geral. No verão, há horas em que devemos ter particular cuidado, sobretudo entre as 11h e as 17h, recordando que o chapéu e o protetor solar devem estar sempre presentes, mesmo à sombra. Um eritema, ou escaldão, pode surgir em escassos minutos se a incidência de raios solares UV for elevada.

Na hora de escolher o protetor solar, além do fator de proteção solar (FPS) há outros aspetos a ter em conta. Os protetores solares podem ser de diferentes espectros e ter uma composição mineral ou química, o que contribui também para a sua eficácia.

 

Sabia que...

Cerca de 30 % dos raios UV conseguem atravessar um chapéu de praia. Assim, mesmo à sombra, precisamos de aplicar frequentemente o protetor solar.

 

Quais as diferenças entre protetores solares minerais e químicos?

São os compostos presentes no protetor solar que indicam que se trata de um produto mineral (não orgânico) ou químico (orgânico). As diferenças podem notar-se visualmente na pele, mais no caso dos minerais, mas nos critérios para a sua escolha, acima das questões estéticas, estão as necessidades resultantes do tipo de pele, da idade, ou de doenças associadas.

 

Protetores solares minerais

Também chamados “físicos”, criam uma barreira na pele, por vezes espessa, que permite repelir uma parte da radiação UV, absorvendo os restantes raios solares. É mais difícil a pele absorver estes cremes, que deixam um tom esbranquiçado, o que leva algumas pessoas a preferirem outros produtos. No entanto, a sua proteção é normalmente maior, o que os torna particularmente indicados para crianças ou adultos com a pele mais sensível. Óxido de zinco ou dióxido de titânio são algumas das substâncias que contribuem para essa barreira protetora.

 

Protetores solares químicos

O nome está relacionado com a reação química que estes produtos provocam na pele. Os protetores solares químicos absorvem os raios solares, convertendo a sua energia em calor, que se dissipa à superfície. O creme é rapidamente absorvido pela pele - o que os torna mais apelativos do ponto de vista estético -, pelo que os seus constituintes têm maior facilidade de provocar reações alérgicas em pessoas com pele mais sensível. Assim, principalmente nas crianças, a utilização dos protetores químicos deve ser testada com cuidado, para prevenir irritação. Substâncias orgânicas como benzofenona e octocrileno entram habitualmente na composição destes protetores solares.

 

Como existem vantagens em ambos os tipos de protetores solares, há também produtos no mercado que procuram combinar as características químicas e minerais. No entanto, o seu médico ou farmacêutico podem ajudar a encontrar o protetor adequado à idade, ao seu tipo de pele ou à sua situação clínica.

 

O que ter em atenção num protetor solar?

Tão importante como escolher bem um protetor solar é saber quando usá-lo. Ou seja, deve ser aplicado meia hora antes da exposição ao sol e renovado pelo menos de duas em duas horas, principalmente após o banho, o que acelera a sua saída da pele. E se à sombra também é preciso ter protetor solar, no caso das crianças a melhor segurança está em manter igualmente chapéu e roupa vestida. Acima de tudo, o protetor solar não deve ser visto como uma garantia de que podemos estar mais tempo ao sol, uma vez que a proteção conferida depende de vários fatores.

Além da composição e do fator de proteção - que nas crianças deve ser sempre acima de 50 e na maioria das pessoas deve ser de pelo menos 30 -, os protetores solares também podem oferecer uma segurança diferenciada face aos raios UV. Ou seja, o FPS está associado aos raios UVB, com os cremes 50+ a serem os de maior proteção contra essa radiação. No entanto, os UVA são mais difíceis de refletir ou filtrar, pelo que uma boa proteção UVB não é garantia de maior segurança contra esses.

Os protetores solares de largo espectro, com efeito também sobre os raios UVA, apresentam normalmente essa sigla dentro de um pequeno círculo. E segundo as regras europeias, precisam de garantir para esses raios UV um terço do FPS indicado, que é referente aos UVB.

 

Sabia que...

O FPS indica o tempo médio que a pele suporta até começar a sofrer com os raios solares. Ou seja, se numa pessoa com a pele desprotegida o escaldão começa ao fim de dez minutos de exposição, com a aplicação de um protetor solar com fator 30 a queimadura solar surgiria após 300 minutos. Mas isso varia muito em função da pele, dos raios solares e até das condições do protetor solar.

 

Não se esqueça:

  • Evite a exposição solar direta nas horas de maior calor.
  • Use chapéu, óculos escuros e protetor solar, mesmo à sombra.
  • Volte a aplicar protetor a cada duas horas ou depois de ir à água.
  • Não se esqueça dos lábios, orelhas, pregas do corpo ou zonas de pele com sinais e sardas.
  • Um protetor solar à prova de água deve ser reaplicado na mesma.
  • Nos dias cinzentos ou dentro de água os raios UV são igualmente prejudiciais.
  • Crianças e pessoas com pele clara precisam de mais proteção.
  • Não force o “bronzeado”, use sempre um protetor com FPS alto.
  • Tenha atenção à validade do produto e não o guarde para o ano seguinte.

 

A pele é a nossa primeira barreira de proteção, uma garantia da saúde em geral, pelo que devemos mantê-la hidratada e protegida de agressões como as da elevada exposição solar. Há lesões que podem esconder doenças graves, como cancro. Se notar algum sinal diferente na sua pele, fale com um dermatologista ou com o seu médico assistente.

Fontes:

Cleveland Clinic, julho de 2023

Farmácias Portuguesas, julho de 2023

Infarmed, julho de 2023

National Health Service, julho de 2023

Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia, julho de 2023

Publicado a 04/08/2023