Exercício físico e doenças cardiovasculares combinam?
A prática regular de exercício físico pode trazer muito benefícios para a saúde dos doentes cardiovasculares. Mas deve aconselhar-se com o seu médico.
As doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de mortalidade na população portuguesa, à semelhança do que acontece com outros países europeus.
O papel do exercício físico na prevenção das doenças cardiovasculares é unanimemente reconhecido. Mas, para alguém que sofra de doença cardiovascular, a atividade física regular continua a ter um papel essencial, fazendo parte de uma terapêutica multifacetada - que inclui a cessação tabágica, redução dos níveis de colesterol, manutenção do peso e controlo da tensão arterial.
Exercício físico e doenças cardiovasculares: benefícios
O exercício físico apresenta inúmeros benefícios para quem tem doença cardiovascular:
- Reduz a tensão arterial e o colesterol
- Melhora a capacidade de absorver e utilizar o oxigénio
- Aumenta os níveis de energia e diminui o cansaço
- Melhora a qualidade do sono
- Pode reduzir os sintomas de insuficiência cardíaca congestiva
- Ajuda a pessoa a atingir e/ou manter um peso saudável
- Ajuda a controlar o stress
Repercussões do exercício físico na qualidade de vida
Segundo a American College of Sports Medicine, os doentes cardiovasculares que praticam exercício físico regularmente referem, muitas vezes, sentir mais autoconfiança e bem-estar e, em contrapartida, menos ansiedade, depressão, stress e isolamento social.
Aconselhamento médico
Siga sempre as indicações do seu cardiologista ou médico de medicina desportiva em relação à periodicidade com que deve/ pode fazer exercício físico, a duração de cada treino e os tipos de atividade física que deve preferir (ver tópico abaixo). É muito importante que o médico lhe explique, por exemplo, se deve ajustar a sua medicação ou medir a frequência cardíaca antes/ depois de praticar exercício físico. Este aconselhamento é também essencial para que o doente fique a par dos sinais de alarme que devem levar à interrupção da atividade física ou que implicam recorrer a ajuda médica (ver tópico "Sinais de alarme").
Exercício aeróbio e treino de força
As atividades físicas mais benéficas para os doentes cardiovasculares são o exercício aeróbio e o treino de força. As atividades aeróbias melhoram a circulação, a respiração e ajudam a reduzir os valores de tensão arterial e de colesterol. Andar a passo rápido, fazer corrida, saltar à corda, andar de bicicleta, fazer aeróbica ou cardio, remo, natação ou jogar ténis são alguns exemplos de atividades aeróbias.
Já o treino de força fortalece os músculos e os ossos e é muito útil na gestão do peso. Pode, por exemplo, usar máquinas de musculação ou fazer halteres.
A American College of Sports Medicine refere que os benefícios mais consistentes do exercício físico em pessoas que têm doença cardiovascular parecem ocorrer quando a atividade física é praticada pelo menos três vezes por semana ao longo de 12 ou mais semanas.
6 cuidados a ter
- Nunca inicie a prática de exercício físico sem aconselhamento médico
- Aqueça sempre antes de iniciar o treino e faça alongamentos quando terminar
- Comece gradualmente e vá aumentando um pouco a duração do treino a cada semana que passa
- Não faça exercício físico logo a seguir às refeições - espere pelo menos 60 minutos
- Evite fazer exercício físico ao ar livre quando a temperatura está muito elevada ou muito baixa. As temperaturas extremas podem afetar a circulação sanguínea e dificultam a respiração
- Hidrate-se - aconselhe-se com o seu médico em relação à quantidade de líquidos que pode beber
Sinais de alarme
Deve parar de fazer exercício físico imediatamente perante...
- Dor no peito
- Fraqueza
- Tonturas ou sensação de desmaio
- Pressão ou dor no peito, pescoço, braço, mandíbula ou ombro
Atenção!
Se os sintomas persistirem mesmo depois de ter interrompido a atividade física, deve recorrer a um serviço médico de emergência.