Mamografia: porque é tão importante
Anualmente, surgem 4500 novos casos de cancro da mama em Portugal, sendo a lesão maligna que mais atinge a mulher. A mamografia permite um diagnóstico precoce.
O cancro da mama, um tumor maligno que se desenvolve nas células do tecido mamário, é o que mais atinge o sexo feminino. É também um dos cancros mais temidos e com maior impacto na vida da mulher, tanto a nível físico como emocional, afetando fortemente a sua autoestima.
A mamografia, efetuada com regularidade, permite uma redução da mortalidade e morbilidade por cancro de mama.
Quando diagnosticado precocemente, o cancro da mama pode ser curado em 85% dos casos. Não deixe de vigiar o seu peito todos os meses e faça uma mamografia periodicamente.
A mamografia é essencial no diagnóstico precoce do cancro de mama, permitindo detetá-lo antes da mulher ou do médico assistente palpar qualquer alteração mamária.
Combater o cancro da mama implica que a mulher assuma, ao longo da sua vida, um papel proativo a nível da prevenção.
Normas e Recomendações
As indicações relativamente à Ecografia e Mamografia na CUF seguem as recomendações da Sociedade Europeia de Imagem Mamária (EUSOBI).
- < 35 anos: a ecografia é o exame de 1ª linha e muitas vezes o único indicado.
- 35 - 40 anos: a ecografia deve ser realizada e cabe ao radiologista recomendar a realização da mamografia.
- > 40 anos: a mamografia é o exame de 1ª linha e a ecografia deve ser realizada como complemento da mamografia.
- A ecografia não deve ser realizada de modo isolado, devido ao alto risco de falsos negativos.
- Exceções:
- Paciente com exames mamários com menos de 1 ano;
- Para avaliação de Próteses;
- Mastectomia bilateral;
- Contexto pós-traumático recente;
- Processo inflamatório / abcesso mamário;
- Gravidez;
- Procedimentos de intervenção.
Independentemente da faixa etária, sempre que a mamografia for prescrita, a realização da eco-mamária como exame complementar é obrigatória. Ou seja, a ecografia mamária é sempre complementar à mamografia.
De acordo com a European Society of Mastology, a American Cancer Society e o National Cancer Institute, os estudos comprovam que o diagnóstico precoce do cancro da mama por rastreio diminui a mortalidade devido a esta doença se o diagnóstico for feito por mamografia.
Mamografia passo-a-passo
Este exame utiliza uma dose mínima de radiação (1/10 da utilizada a realizar um simples Rx de tórax) e permite obter imagens da mama com alto contraste e alta resolução radiológica dos tecidos.
Utilizando equipamentos adequados, o Mamógrafo Digital Direto, o médico imagiologista com diferenciação em patologia mamária pode fazer o diagnóstico das patologias da mama precocemente.
Uma vez que ao executar o exame vai ser realizada uma breve compressão da mama que durará cerca de poucos segundos, as mulheres em fase pré-menopausa com maior sensibilidade à dor deverão programar o exame para a semana seguinte ao período menstrual, altura em que se sente menor desconforto.
Preparação
No momento do exame, deverá estar tranquila e ter consigo a prescrição médica, bem como os exames de mamografia anteriores, caso já tenha realizado este exame anteriormente.
Informe o médico radiologista se:
- Tiver notado alguma alteração na mama
- Realizou alguma cirurgia anteriormente
- Tiver feito ou estiver a fazer alguma terapia hormonal (pílula ou para a menopausa)
- Existirem antecedentes pessoais ou familiares de cancro da mama
Em mulheres grávidas
Por utilizar radiações ionizantes, este exame é desaconselhado durante a gravidez - embora não esteja contraindicado. Se existir a possibilidade de gravidez, a mulher deve alertar o técnico de radiologia, que tomará os devidos cuidados de radioproteção abdominal e pélvica.
Como se processa o exame:
O técnico de radiologia irá explicar os procedimentos de posicionamento e fará uma compressão suave e lenta da mama. Esta compressão permite reduzir a dose de radiação com melhor visualização das estruturas da mama e, consequentemente, maior probabilidade de fazer o diagnóstico.
Cada uma das mamas é radiografada separadamente em dois posicionamentos diferentes.
Leitura das imagens
As imagens obtidas vão ser lidas pelo médico imagiologista na estação de trabalho e depois este irá observá-la, esclarecer eventuais dúvidas e, se achar necessário, propor exames complementares (como incidências extra, ecografia mamária, ressonância magnética ou biópsia percutânea) com o objetivo de despistar e/ou diagnosticar precocemente o cancro da mama.
Além disso, o médico imagiologista elabora um relatório com as conclusões e, se for caso disso, encaminha-a para a consulta de Senologia ou da mama.
A mamografia tem riscos?
Não. Atualmente, os novos mamógrafos usam uma dose de radiação mínima, desprezível, sem riscos para a saúde, principalmente quando comparado com o benefício que advém da realização de um exame que poderá ser crucial para o seu bem-estar.