Proteja-se das picadas de insetos

Prevenção e bem-estar
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Chega o calor e os insetos vêm atrás. As suas picadas não costumam ser graves, mas são incomodativas. Conheça algumas estratégias para se proteger.

Comichão, comichão e mais comichão. Quem já foi “picado” ou “mordido” por um inseto, sabe que é mesmo assim, seja qual for o inseto - entre os agentes mais comuns encontram-se as melgas, mosquitos, vespas, abelhas, moscardos, carraças, pulgas, percevejos e aranhas.

Felizmente, a maior parte das picadas e mordidas de insetos não são graves e melhoram passado pouco tempo. Contudo, ocasionalmente podem infetar, causar uma reação alérgica severa (anafilaxia) ou ainda existe a possibilidade de transmitirem doenças graves, como a Doença de Lyme, Zika, Dengue ou Malária.

 

Como prevenir as picadas de insetos

Existem algumas precauções que pode tomar para reduzir o risco de ser picado ou mordido por insetos. Estes conselhos tornam-se ainda mais importantes para quem já sofreu uma reação alérgica à picada ou vai viajar para uma zona de risco.

 

Estratégias contra as picadas de insetos

  • Mantenha-se calmo e movimente-se devagar se encontrar vespas ou abelhas; não agite os braços nem as enxote.
  • Cubra a pele exposta usando mangas compridas e calças nos momentos do dia em que os insetos estão mais ativos - como o nascer e o pôr-do-sol).
  • Calce sapatos fechados enquanto estiver na rua.
  • Aplique repelente de insetos - com entre 20 a 30% de DEET (dietiltoluamida) - na pele exposta e por cima da roupa. Se vai aplicar protetor solar, faça-o antes de aplicar o repelente.
  • Tenha cuidado quando estiver perto de flores, lixo, águas estagnadas (onde os mosquitos se costumam reproduzir) ou em zonas exteriores com comida.
  • Nunca perturbe ninhos de insetos.
  • Evite fazer campismo perto de zonas com água parada, como lagos e pântanos. É aqui que os mosquitos e moscardos se concentram.
  • Mantenha os alimentos e bebidas tapados enquanto estiver a consumi-los ao ar-livre, especialmente os doces.
  • Em zonas de risco, mantenha as portas e janelas fechadas da casa e do carro, sobretudo no final do dia ou coloque uma rede mosquiteira para prevenir a entrada de insetos.

 

Evite picadas de carraças

Normalmente presentes em zonas de floresta ou charnecas, as carraças são pequenas e parecidas com aranhas. Habitualmente agarram-se à pele, sugam o sangue e podem causar doença de Lyme em certos casos. Para reduzir o risco de ser mordido por uma carraça deve:

  • Caminhar em trilhos e evitar as zonas de erva alta.
  • Usar manga comprida e entalar as calças nas meias em zonas infestadas.
  • Preferir tecidos claros para conseguir identificar a carraça.
  • Aplicar repelente de insetos na pele exposta.
  • Inspecionar a pele (cabeça, pescoço e pregas da pele, como axilas, virilhas e zona da cintura), especialmente ao final do dia.
  • Certificar-se de que não transporta carraças para dentro de casa: inspecionar a roupa usada no exterior e o pêlo do seu cão.

 

Se vai viajar, tenha cuidados extra

Alguns países risco elevado de contrair uma doença grave (como a Malária) através da picada ou mordida de um inseto.

Se tem uma viagem planeada, informe-se numa Consulta do Viajante acerca dos riscos existentes no seu destino e sobre a necessidade de se vacinar contra certas doenças endémicas, como a febre amarela ou a cólera. Esclareça com o médico assistente cuidados especiais que deva ter ou medicações que deva tomar ou levar consigo na viagem. Por exemplo, se planeia visitar um local em que existe o risco de Malária, o seu especialista de saúde poderá aconselhá-lo a levar consigo uma rede mosquiteira e receitar medicamentos preventivos desta doença.

 

O que fazer em caso de picada ou mordida

Por vezes, não é possível evitar uma picada ou mordida de inseto; felizmente, a maior parte das situações pode ser tratada em casa. Alguns dos cuidados que pode ter variam consoante, por exemplo, o tipo de sintomas que ocorrem:

  1. Remova o ferrão da abelha ou parte do inseto que possa ainda estar cravado na pele.
  2. Lave o local da picada abundantemente com água fria.
  3. Quando sente dor, por exemplo, nas picadas de abelha, tome um analgésico, como o paracetamol ou o ibuprofeno. Siga sempre as indicações do folheto e tome a dose recomendada.
  4. Se tem comichão, aplique gelo ou uma pomada de venda-livre comprada na farmácia para o alívio deste sintoma. Outra opção passa por tomar um anti-histamínico.
  5. Para reduzir o edema aplique gelo na lesão.

 

O perigo da vespa asiática

Vespa Velutina Nigrithorax, conhecida por vespa velutina ou vespa asiática, introduzida na Europa em 2004 e avistada em Portugal desde 2011, representa riscos para a saúde pública. É essencialmente predadora de abelhas, mas sempre que se sente ameaçada (ou aos seus ninhos) pelo Homem, é capaz de, muitas vezes em grupo, reagir de forma bastante agressiva, com perseguições que podem durar centenas de metros, com subsequente picada.

A picada de vespa, embora dolorosa e levando a reação local de inchaço e vermelhidão similar à picada de outros insetos, não representa risco grave para a saúde da pessoa picada, a não ser em caso de alergia ao veneno. Nesta situação, e principalmente em caso de picadas múltiplas, pode ocorrer um choque anafilático que pode colocar em risco vários órgãos e sistemas e, no limite, levar à morte.

Como só se sabe se existe alergia após ter havido a picada de vespa, torna-se recomendável que, caso suspeite de ataque por este tipo de vespa, seja observado em ambiente hospitalar de urgência, sobretudo em caso de sintomas que sugiram choque anafilático, tais como:

  • Inchaço da língua
  • Dificuldade respiratória
  • Respiração ruidosa
  • Tosse
  • Sensação de desmaio
  • Palidez

Caso encontre uma destas vespas (com o corpo mais escuro e as patas amareladas) ou um ninho afaste-se e contacte o SOS AMBIENTE (808 200 520) e/ou reporte o avistamento no site stopvespa.icnf.pt. Em nenhum momento tente destruir o ninho, muito menos utilizando armas de fogo (como armas de caça). Este método contribuirá para dispersão e disseminação da vespa asiática e pode ainda motivar uma perseguição.

Publicado a 01/02/2019
Doenças