Qual o impacto do sono do bebé nos pais?

Bebés e crianças
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O sono do bebé é fundamental para o seu desenvolvimento. Conheça as condições ideais para um sono descansado e as rotinas a estabelecer.

O sono reparador é essencial para uma vida saudável. Não se pode viver sem dormir, sendo que o sono não é de todo um processo passivo, constituindo um momento de reorganização de funções e de recuperação física e psíquica.

Nas crianças, o sono desempenha um papel fundamental no desenvolvimento cerebral, na aprendizagem e consolidação da memória, tendo também um papel significativo no crescimento corporal.

Nos primeiros anos de vida da criança as perturbações de sono são frequentes, e o sono insuficiente, seja em qualidade seja em número de horas de descanso, tem um impacto significativo na qualidade de vida de pais e crianças. 

Para as mães as dificuldades com o sono têm início logo no período da gestação. Durante a gravidez, por razões variadas, aumenta significativamente a probabilidade de sofrer de perturbações do sono, sendo mais frequentes os despertares noturnos repetidos e insónia inicial, que resultam em sono de pior qualidade e sonolência diurna.

Estudos recentes indicam que a qualidade e número de horas de sono nas mães reduz progressivamente durante a gravidez, atingindo um nível mínimo nos primeiros 3 meses após o parto. Após este período, assiste-se a uma recuperação gradual da qualidade do sono, mas atingindo níveis semelhantes ao período pré-gestação cerca de 4 a 6 anos depois do parto.

Nos pais a alteração de sono no período pós-parto é muito semelhante, ainda que menos acentuada, mas só recuperando níveis iniciais nos mesmos 4 a 6 anos após o nascimento do filho.

Verifica-se ainda que estas alterações serão mais acentuados para os primeiros filhos do que para os seguintes.

 

O que acontece quando dorme pouco?

Nos adultos a privação de sono tem diversas consequências, das quais se destacam:

  • problemas de humor, com tendência a humor depressivo
  • baixa tolerância à frustração
  • problemas na vida de casal
  • alteração do rendimento laboral
  • doenças como a diabetes, hipertensão arterial e obesidade

 

Medidas de higiene do sono do bebé

Sabendo que nos primeiros meses de vida o bebé ainda não tem um ritmo de sono-vigília bem estabelecido e necessita ser alimentado frequentemente, mesmo no período noturno, é fundamental definir prioridades, com divisão clara de tarefas, de modo a que ambos possam desfrutar de algumas horas de sono. A mãe que amamenta deve aproveitar os momentos de sono do bebé para descansar e repor energias.

Com o crescimento, essencialmente a partir dos 6 meses de vida, o bebé tem a capacidade de estabelecer um ritmo de sono-vigília mais semelhante ao do adulto, fazendo um período mais longo de sono noturno e sestas diurnas de menor duração.  É a partir desta idade que a qualidade de sono dos pais parece também melhorar.

Existem algumas regras e rotinas simples de implementar para a melhoria da qualidade de sono de crianças e família, as quais designamos por higiene do sono.

Nos bebés até aos 6 meses, não havendo ainda um acerto do ciclo sono-vigília, existem algumas regras simples que poderão facilitar a aprendizagem de dormir de forma autónoma. Deve-se manter uma rotina relativamente aos momentos de sono e alimentação, em que o bebé, após a alimentação, tenha um período desperto para afeto, interação e cuidados, após o qual será colocado no berço para dormir.

A partir dos 6 meses de idade existem algumas medidas de higiene do sono que facilitam o processo de aprendizagem do dormir e melhoram a qualidade do sono das crianças:

  • Manter horários regulares de refeições e sestas durante o dia
  • Não efetuar atividades físicas estimulantes nas 2 horas que antecedem o sono
  • Não usar ecrãs cerca de 2 horas antes de ir para a cama
  • Evitar refeições pesadas ao jantar
  • Criar um ritual no período prévio ao deitar, que deverá repetir-se diariamente
  • Repetir horários de forma diária e consistente no adormecer e acordar
  • Adaptar o ambiente do quarto: conforto, luz, temperatura
  • Ensinar a criança a ser autónoma no momento de adormecer: usar elementos de conforto externos (chucha, fralda, boneco), independentes dos pais
  • Não associar os momentos de alimentação ao sono, incentivando que a criança não adormeça a comer
Publicado a 05/09/2019