Seniores: até quando é seguro conduzir?

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Com o passar dos anos, capacidades como a visão ou o reflexos podem diminuir. Conheça os sinais que demonstram que pode já não ser seguro conduzir.

Por vezes, os sinais de alerta que revelam que já não é seguro conduzir instalam-se gradualmente. Noutras situações podem surgir subitamente. Se este é um tema que o preocupa ou, por outro lado, tem um familiar de idade avançada que conduz regularmente, fique a par dos sinais que podem significar que sentar-se ao volante já não é seguro - para o condutor e para os outros.

 

Fatores que podem afetar a condução

À medida que envelhecemos, a diminuição da visão e/ou da audição e os reflexos motores mais lentos podem tornar-se um problema. Pode também existir uma doença crónica que se vai agravando com o passar do tempo ou termos de nos ajustar a uma mudança súbita que causa limitações - como é o caso de um AVC, por exemplo. A toma de alguns fármacos ou a combinação entre vários podem afetar os sentidos e os reflexos.

O processo de envelhecimento, associado à presença de doenças crónicas (como artrite reumatoide, por exemplo), tende a resultar na diminuição da força, coordenação e flexibilidade, o que pode ter um grande impacto na capacidade de controlar um carro:

  • A dor ou rigidez no pescoço pode tornar difícil olhar por cima do ombro para mudar de faixa de rodagem ou para a esquerda e para a direita nos cruzamentos
  • As dores nas pernas podem dificultar mover o pé do acelerador para o travão
  • Uma menor força nos braços pode dificultar rodar o volante com rapidez e eficácia
  • Como os tempos de reação também aumentam com a idade, a pessoa pode demorar mais tempo a detetar um veículo que surja inesperadamente
  • A redução da capacidade de concentração pode levar a que seja difícil dividir a atenção pelo trânsito, sinais, pedestres, etc

 

Sinais de alarme

Na prática, existem alguns sinais de alerta a que o condutor e/ou os seus familiares devem estar atentos:

  • Ter dificuldade em ver à noite
  • Ter dificuldade em ver os semáforos/sinais de trânsito, outros carros e pedestres que atravessam a rua
  • Não conseguir reagir adequadamente/atempadamente quando os outros carros o ultrapassam
  • Esquecer-se de recorrer aos espelhos retrovisores e de fazer sinais de luzes
  • Não conseguir ouvir a sirene de uma ambulância, uma travagem brusca ou a buzina de outro carro
  • Não conseguir reagir de forma suficientemente rápida se precisar de travar subitamente
  • Ter dificuldade em manter-se no centro da faixa de rodagem
  • Confundir o pedal do travão com o do acelerador ou vice-versa
  • Cometer violações ao código da estrada sem se aperceber
  • Fazer travagens abruptas
  • Conduzir "aos soluços"
  • Sentir fadiga, sonolência, tonturas
  • Ter excesso de confiança/não ter noção do perigo
  • Perder-se num percurso que fazia diariamente ou em zonas familiares
  • Estar ansioso, frustrado ou irritado enquanto guia

 

O que fazer?

Se se reconheceu nestes sinais de alarme, não fique desanimado. Aconselhe-se com o seu médico de medicina geral e familiar, que poderá proceder a vários exames (oftalmológicos, auditivos, entre outros). O médico pode recomendar que conduza apenas durante o dia e quando não estiver muito trânsito.

No entanto, se for aconselhado a deixar de conduzir, não fique abatido. Informe-se sobre os transportes que existem na sua área de residência, comece a caminhar mais diariamente e tente encontrar quem o transporte quando tiver de ir ao médico, por exemplo.

Se tem um familiar que reúne alguns dos sinais de alarme atrás mencionados, tente abordar o assunto de forma delicada, mas firme, aconselhando-o a conversar com o médico e alertando-o para os perigos que corre e aos quais os outros condutores e pedestres também poderão ficar sujeitos.

 

Não se esqueça!

Ao abordar este tema junto de um familiar faça-o, preferencialmente, em privado. Se ele não reagir da melhor forma, deixe passar alguns dias e volte então a falar no assunto.

Publicado a 29/07/2015