Vai mergulhar estas férias? Previna os acidentes

Desporto
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Fazer mergulho pode ser um excelente plano para as próximas férias. Mas não se esqueça: é fundamental ter alguns cuidados ao mergulhar para que corra tudo bem.

Nos anos mais recentes, a oferta turística e comercial virada para as atividades subaquáticas tem-se vindo a intensificar e os operadores tentam passar a ideia de que esta prática está ao alcance de qualquer um. Se, por um lado, é verdade que esta é uma atividade que não é exclusiva de uns poucos eleitos, também não é menos verdade que, para uma prática segura, é imprescindível um sólido conhecimento dos procedimentos e um cumprimento escrupuloso dos protocolos de segurança.

 

Prática segura

Poderá já ter feito um curso de mergulho amador há uns tempos, ou aproveitar a estadia de férias para iniciar a formação nesta atividade. Se está a pensar usufruir destas atividades neste período, assegure-se que não tem contraindicações para a sua prática.

A prática segura do mergulho, sobretudo com escafandro autónomo (com garrafa ou "scuba"), assenta em pressupostos que não interfiram com os princípios físicos relacionados com o aumento da pressão ambiente (ou a sua diminuição no regresso à superfície), que não interfiram com o correto estado de consciência ou com as relações interpessoais (o mergulho é praticado a pares, por motivos de segurança) e com base na inexistência de situações clínicas que possam ser confundidas com aquelas que podem ocorrer com a sua prática ou se possam agravar.

 

Quem não deve fazer ao mergulhar

O aumento da pressão ambiente provoca uma redução dos volumes de gás existentes em várias cavidades anatómicas, das quais o conjunto dos ouvidos e aparelho respiratório são os mais importantes. É fundamental que as vias de ligação entre estas cavidades estejam permanentemente desobstruídas de modo a equilibrar as variações de pressão. Deste modo, situações tais como alergias, faringites, constipações, asma mal controlada ou infeções respiratórias banais são contraindicações para a prática de mergulho. Se se encontrar numa destas situações - e é muito frequente isso acontecer após viagens prolongadas de avião, devido ao sistema de renovação do ar - será melhor optar por colocar uma máscara e fazer apenas snorkeling.

 

Outras patologias

O equipamento de mergulho é pesado e, por vezes, muito incómodo de colocar fora de água, o que pode trazer agravamento de patologias da coluna vertebral ou dos ombros. Se tem problemas deste tipo, alerte o seu instrutor e pratique a colocação do equipamento já dentro de água, sem muito esforço.

 

Fauna e flora: atenção!

Mas nem todos os problemas estão diretamente relacionados com o equipamento de mergulho ou com a sua prática. O meio ambiente - fauna e flora - também poderá dar origem a situações desagradáveis que podem estragar as férias.

Evite tocar nas algas, anémonas ou corais, pois muitos são providos de minúsculas espículas que facilmente penetram na pele e injetam toxinas que podem ser extremamente dolorosas, desencadear reações alérgicas graves ou provocar a destruição de tecidos e causar infeções secundárias. O mesmo pode acontecer com alguns peixes que até se encontram camuflados na orla marítima e que são semelhantes, em termos de atuação, ao nosso conhecido peixe-aranha.

 

Farmácia de viagem é essencial

Felizmente, muitas destas toxinas são sensíveis à temperatura ou a um meio ácido, pelo que a farmácia de viagem deve contemplar um spray de cloreto de etilo, ácido acético (vinagre serve perfeitamente) e uma embalagem de comprimidos de antialérgico. Depois de neutralizada a toxina, deve ser bem desinfetado o local de injeção e manter-se a vigilância nos dias seguintes.

Publicado a 16/05/2014