Ecocardíaca fetal
A Ecocardiografia Fetal é uma ecografia dirigida ao coração do feto. Utiliza um aparelho semelhante aos usados nas ecografias obstétricas normais mas com algumas técnicas diferentes que permitem, por exemplo, estudar o fluxo do sangue dentro do coração.
É um exame indolor, sem riscos para a grávida ou para o bebé, que pode ser repetido as vezes que for necessário. Demora entre 15 minutos e uma hora, dependendo da dificuldade e complexidade do exame.
Deve ser efetuado, idealmente, entre as 18 e as 24 semanas de gravidez, altura em que o feto já está suficientemente desenvolvido para se poder detetar qualquer alteração e que permite atuação eficaz se houver alguma doença. Entre as 18 e as 22 semanas pode não ser possível efetuar o exame se o feto estiver mal posicionado visto o útero ainda estar pouco acima da sínfise púbica. A partir das 28 ou 30 semanas também se colocam dificuldades quando o feto está com o dorso para cima visto os ossos da coluna serem já muito densos e bloquearem a passagem dos ultrasons.
É realizado por um médico especialista em Cardiologia Pediátrica, que tem experiência na deteção e tratamento de doenças do coração em recém nascidos, crianças e fetos.
Este exame realiza-se sempre que haja suspeita de que possa haver uma malformação no coração do bebé. As malformações do coração são as malformações mais frequentes ao nascimento e a maior causa de morte de recém nascidos em países civilizados. As situações que permitem suspeitar de doença cardíaca no feto são:
- Malformações cardíacas dos Pais, Irmãos ou familiares diretos
- Doenças maternas (Diabetes, doenças reumáticas)
- Medicamentos ou drogas tomadas pela Grávida
- Deteção, no feto, de malformações de outros órgãos
- Deteção de anomalias dos cromossomas do feto (Trissomia 21, Trissomia 18, etc)
- Patologia própria da Gravidez
- Suspeita, na Ecografia Morfológica realizada pelo Obstetra, de que possa haver uma malformação no coração do feto
Nem sempre o exame é conclusivo. A obesidade ou a existência de cicatrizes no abdómen da grávida, a posição do bebé e a quantidade de líquido amniótico podem esconder o coração do feto e não permitir a realização do exame. Nesses casos pede-se habitualmente à grávida que dê um passeio ou que volte em outro dia para tentar novamente realizar o exame.
Com o Ecocardiograma Fetal o Médico consegue observar o interior do coração do bebé (as quatro cavidades, as válvulas, as paredes do coração) bem como as grandes artérias e as veias que entram no coração. Assim, se houver algum problema grave ele é facilmente detetado.
Não podemos esquecer que a circulação do feto é diferente da circulação após o nascimento (o feto não respira, recebendo o Oxigénio de sua mãe, através do cordão umbilical) pelo que algumas doenças só podem ser detetadas algum tempo após o parto. Igualmente algumas malformações cardíacas fetais são mal visíveis durante a gravidez pelo que poderão não ser detetadas no exame, mas trata-se na maioria dos casos de anomalias sem importância para a vida normal do seu bebé.
Assim doenças como a Comunicação Interventricular (CIV) pequena, a Comunicação InterAuricular Ostium Secundum (CIA OS), a Persistência do Canal Arterial (PCA), a Coartação da Aorta (CoAo) e a Janela Aorto-Pulmonar (JaoP) poderão não ser diagnosticadas pelo que se pede sempre especial atenção aos Pediatras e Neonatalogistas para estas doenças.
Após o exame o Médico informa-a imediatamente do seu resultado e faz um relatório completo para entregar ao seu Obstetra. Se for detetada alguma doença no coração do seu filho, o Médico vai-lhe explicar em que consiste essa doença, que consequências terá para a vida do seu filho e que tratamentos se poderão efectuar. Essa informação será fornecida igualmente ao seu médico Obstetra para, em conjunto, se decidir qual é a melhor atitude a tomar. A partir daqui a sua gravidez será também acompanhada pelo Cardiologista Pediátrico que, em colaboração com o Obstetra e convosco, programará o parto e o tratamento subsequente do seu filho.
É importante que a mãe esteja relaxada e descontraída, uma vez que bebé reage ao estado de ansiedade da mãe.