Equipa do Hospital CUF Porto publica artigo sobre COVID-19

Equipa de investigadores do Hospital CUF Porto publica conclusões pioneiras sobre a COVID-19 em prestigiada revista internacional.

 

O artigo “Qualitative serology in patients recovered from SARS CoV 2 infection” foi recentemente publicado por uma equipa de investigadores do Hospital CUF Porto no Journal of Infection - o órgão de comunicação científica oficial da British Infection Association, com elevado fator de impacto.

 

Este trabalho revela que 85% a 90% das pessoas que tiveram a doença COVID-19, e estão em processo de cura, desenvolveram anticorpos. A conclusão foi apurada a partir de um teste qualitativo para determinação de anticorpos.

 

Segundo Paulo Bettencourt, Coordenador de Medicina Interna no Hospital CUF Porto e um dos investigadores envolvidos neste estudo pioneiro, “é fundamental perceber de que forma o organismo humano se adapta e reage após a infeção e um dos aspetos primordiais é saber quantos de nós desenvolvem anticorpos para a COVID-19. Com essa informação poderemos avaliar o risco de re-infecção, que é algo ainda bastante desconhecido, e perceber qual é o grau de imunidade que as pessoas adquirem após contacto com o vírus”. 

 

O investigador relembra que, sobre este tema, a literatura é escassa. Existem apenas alguns artigos chineses que sugerem resultados similares aos do estudo português. 

 

Este artigo é um avanço decisivo para a comunidade científica mas a equipa de investigadores ambiciona dar um contributo ainda maior: “o nosso trabalho, além de divulgar esta informação importantíssima, valida este instrumento [teste qualitativo para determinação de anticorpos] como um método para averiguar a frequência de exposição ao vírus na população. É nessa perspetiva que vai determinar e dar informação muito importante sobre a Taxa de Ataque Secundário: isto é, vamos saber em cada família, dos conviventes com doentes, quantos foram infetados. Este número esclarece-nos, por um lado, sobre o comportamento do vírus e a sua taxa de infeção em ambientes em que a sua prevalência é elevada; por outro lado, ajuda-nos a saber mais sobre a imunidade que a população está a desenvolver para a COVID-19”. 

 

O estudo, desenvolvido em parceria com o Centro Hospitalar de S. João e financiado pela Fundação La Caixa, está já em fase de conclusão e trará à comunidade científica informação decisiva no combate à doença, já que “ninguém tinha olhado para o problema por este prisma”, remata Paulo Bettencourt.

 

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