Estudo inédito comprova impacto da redução do consumo de sal

Pela primeira vez em Portugal foi realizado um estudo de intervenção populacional, no âmbito do Programa Menos Sal Portugal, que pretendeu avaliar o efeito que a redução do consumo de sal, integrada com a promoção de hábitos alimentares saudáveis, pode ter na saúde.

 

O Estudo, hoje apresentado, conclui que a diminuição da ingestão de sal e o aumento da ingestão de potássio, a par da mudança dos padrões alimentares, estão diretamente associados a uma significativa redução da pressão arterial e a potenciais benefícios cardiovasculares.  Revelou mesmo que, com a redução da ingestão de sal no plano alimentar diário, em média, os participantes reduziram a pressão arterial (SBP) em 2,1 mm hg. No grupo de indivíduos com maior consumo de sal ou com pressão arterial mais elevada obteve-se respetivamente uma redução do consumo diário de sal de 0,6gr e uma importante redução da pressão arterial de 9 mm Hg.

 

Esta conclusão é muito relevante já que os cinco maiores estudos observacionais, realizados mundialmente, nos indicam que pequenas diferenças no índice SBP resultam numa significativa redução do risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, nomeadamente, 10% na mortalidade por enfarte, 9% na mortalidade por doenças coronárias e 7% noutras causas de mortalidade.

Com o ganho obtido com a redução da ingestão de sal muitos doentes poderão evitar iniciar medicação anti hipertensora ou conseguir reforçar o efeito de medicação já em curso.

 

Coordenado pelos investigadores Conceição Calhau, Coordenadora da Unidade Universitária de Lifestyle Medicine da CUF e da NOVA Medical School, onde é Professora, e Investigadora do CINTESIS, e Jorge Polónia, Professor na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Professor Catedrático Convidado da Universidade de Aveiro, Investigador do CINTESIS, Médico Especialista em Medicina Interna e Hipertensão Arterial do Hospital CUF Porto, este estudo, designado por ReEducar – Reeducação para uma alimentação saudável, contou com a participação de 311 voluntários acompanhados de perto durante 12 semanas, quer pela CUF através de consultas nos seus hospitais, quer pelo Pingo Doce através do aconselhamento no decorrer da compra de alimentos. Esta investigação suscitou bastante interesse na sociedade, tendo sido rececionadas 1500 candidaturas de pessoas interessadas em participar neste estudo. Conheça os testemunhos dos participantes neste vídeo.

 

Convém recordar que as doenças cardiovasculares mantêm-se como a principal causa de morte na Europa, sendo responsáveis por 45% de todas as mortes no continente Europeu e 37% nos países da União Europeia*.

 

Através do Programa Menos Sal Portugal, a CUF e o Pingo Doce pretendem incentivar os portugueses a seguirem as recomendações da Organização Mundial da Saúde e reduzirem o seu consumo diário para apenas 5 gramas de sal - metade do que ingerem atualmente.

O consumo excessivo de sal é um problema de saúde pública em Portugal e está associado a várias doenças, nomeadamente à hipertensão que afeta mais de 40%  da população nacional e que quando não controlada, pode levar a situações fatais como o AVC ou o enfarte do miocárdio.

 
*ESTUDO EUROPEAN CARDIOVASCULAR DISEASE STATISTICS 2017