Fundação Gulbenkian e CUF estabelecem parceria científica
Protocolo promove o intercâmbio de conhecimentos, formação e investigação nas áreas da saúde e da ciência
A presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Isabel Mota, e o Presidente da CUF, Salvador de Mello, firmaram hoje um protocolo de colaboração através do qual pretendem aproveitar as sinergias existentes entre as áreas de atuação das duas instituições e promover o intercâmbio de conhecimentos, incentivar a cooperação e a investigação científica, estimular a formação de profissionais de saúde, apoiar iniciativas de elevado potencial e incentivar a publicação científica.
A Fundação Gulbenkian, através do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), tem promovido a cultura e os valores científicos na sociedade e desenvolvido investigação de excelência nas áreas da imunologia, fisiologia, oncologia, doenças infeciosas, epidemiologia, microbioma, genómica e big data; a CUF, por seu lado, como prestador de cuidados de saúde de excelência com 75 anos de existência, dispondo de 19 unidades de saúde no país, detém um vasto potencial de conhecimento clínico adequado ao desenvolvimento de projetos de investigação, em diversas áreas, com impacto na saúde dos cidadãos. A Fundação Gulbenkian traz pois, para esta parceria, a componente de investigação e a CUF a componente clínica.
De acordo com Isabel Mota, “esta parceria traduz a aproximação indispensável entre um instituto de investigação científica de excelência e um grupo líder na prestação de cuidados de saúde, aprofundando a relação entre a ciência e a prática hospitalar, o que se revela essencial para o avanço da própria investigação, ligando a ciência fundamental ao bem-estar das pessoas. A Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian realçou ainda que “hoje em dia a ciência e a inovação não se fazem isoladamente. Fazem-se em colaboração constante e por isso acredito que esta nossa parceria nos levará a fazer mais e melhor, a ligar a ciência à sociedade e a contribuir para melhores políticas e melhores práticas de saúde.”
Por seu lado, Salvador de Mello destaca a importância desta parceria “para o progresso da investigação clínica e para a formação de profissionais de saúde em Portugal”, acrescentando que “a melhoria contínua dos cuidados de saúde depende de uma articulação crescente entre todas as entidades do ecossistema da ciência e da investigação. Só assim é possível partilhar e dinamizar o conhecimento científico e promover as melhores práticas na saúde”. O Presidente da CUF salienta ainda que esta parceria é “uma aposta na investigação que se coloca verdadeiramente ao serviço da saúde dos portugueses”.
Cientes da importância do papel da investigação científica na promoção da sustentabilidade e competitividade dos sistemas de saúde, a cooperação entre a Fundação Gulbenkian e a CUF vai implicar a criação de parcerias específicas para a promoção de projetos de estudo de investigação científica e clínica, apoio a iniciativas de elevado potencial – com particular ênfase nas dimensões tecnológica e de saúde digital –, identificação e proteção de inovações tecnológicas e de conhecimento científico, formação de profissionais, estágios, publicação de trabalhos científicos, permuta de informação ou serviços especializados complementares.
A título de exemplo, as duas instituições vão colaborar no âmbito das atividades do projeto COVID19 da Fundação Calouste Gulbenkian – Instituto Gulbenkian de Ciência. O IGC, com 60 anos de história e 30 grupos de investigação dedicados à investigação biológica e biomédica, tem ainda desenvolvido programas de doutoramento inovadores, por onde já passaram vários líderes internacionais. Esta parceria específica permitirá desenvolver atividades de investigação, inovação e novas ferramentas de diagnóstico para responder às necessidades da população e dos serviços de saúde no contexto pandémico, bem como gerar mais conhecimento sobre o comportamento do vírus e da doença, garantindo a produção de informação crucial para a definição de estratégias futuras
José Neves Adelino, Mónica Bettencourt Dias, Carlos Moedas (em cima) e Salvador de Mello, Isabel Mota, Rui Diniz e Catarina Gouveia (em baixo), após a assinatura do protocolo