Bolsa D. Manuel de Mello atribui 100 mil euros
A investigadora na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Patrícia Costa Reis, e o investigador na Escola de Medicina da Universidade do Minho, Tiago Gil Oliveira, são os vencedores, respetivamente, da edição 2021 e de 2022 do maior prémio nacional de incentivo à investigação para jovens médicos em Portugal. A Bolsa D. Manuel de Mello, atribuída pela Fundação Amélia de Mello, em parceria com a CUF, vai ser entregue hoje, recebendo cada um dos investigadores 50 mil euros, valor a aplicar no seu projeto de investigação.
Patrícia Costa Reis, investigadora na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, recebe o prémio de 2021 para desenvolver o projeto de investigação “Dieta, microbiota e permeabilidade intestinal no Lúpus”, que tem como objetivo avaliar a dieta, a atividade física, a composição corporal, a microbiota e a permeabilidade intestinal de doentes com Lúpus e comparar os resultados obtidos com os de pessoas saudáveis. A investigadora pretende, desta forma, aprofundar o conhecimento existente da doença e assim contribuir para o desenvolvimento de novas formas de a tratar.
O Lúpus é uma doença autoimune que causa uma grande disrupção na vida dos doentes. É uma das dez principais causas de morte não-traumática em mulheres jovens e associa-se a dor crónica, insucesso escolar, desemprego e menor qualidade de vida. Atualmente é necessário saber mais sobre a doença para identificar novas formas de tratamento mais eficazes e com efeitos adversos mais reduzidos.
Tiago Gil Oliveira, investigador na Escola de Medicina da Universidade do Minho, é o vencedor da edição de 2022, com o projeto de investigação “Determinantes da neuropatologia da doença de Alzheimer em ressonância magnética cerebral”, que pretende identificar novos métodos ao nível da ressonância magnética para um diagnóstico mais preciso da doença, comparativamente com outras doenças neurodegenerativas.
A doença de Alzheimer é a patologia neurodegenerativa mais prevalente a nível mundial. Caracteriza-se clinicamente por défices cognitivos e ao nível da neuropatologia pela presença de acumulações de proteínas específicas no cérebro que se associam a atrofia preferencial de regiões cerebrais, como por exemplo do hipocampo, que é uma região importante para a memória e aprendizagem. Um dos grandes desafios do diagnóstico da doença de Alzheimer passa por identificar métodos e biomarcadores que revelem directa ou indirectamente o grau de acumulação destas proteínas específicas.
Rui Diniz, Presidente da Comissão Executiva da CUF, considera que a Bolsa D. Manuel de Mello “é um incentivo à investigação e ao desenvolvimento de melhores práticas clínicas ao serviço dos doentes e é, igualmente, deste modo que a CUF cumpre o seu compromisso de promoção da investigação científica e de cooperação com as instituições universitárias, de forma a valorizar o mérito dos investigadores portugueses, que através dos seus projetos de investigação podem contribuir ativamente para a melhoria dos cuidados de saúde”.
Vasco de Mello, Presidente da Fundação Amélia de Mello, sublinha que “acreditamos, na Fundação e na nossa Família, ser um papel essencial da nossa matriz de atuação, enquanto responsabilidade social, intervir ao nível da educação e da saúde, seja na perspetiva corporativa, seja na perspetiva mais individual, que cabe a cada cidadão, enquanto tal. Esses desígnios são essenciais ao pleno desenvolvimento do nosso País e permitem reforçar e aumentar o seu potencial humano e técnico, ao serviço da medicina para todos e para o Bem Comum”.
A Bolsa D. Manuel de Mello é uma bolsa de investigação anual instituída, em 2007, pela Fundação Amélia de Mello, em parceria com a CUF, que se destina a premiar jovens médicos que desenvolvam projetos de investigação clínica, no âmbito das unidades de investigação e desenvolvimento das Faculdades de Medicina portuguesas. Este é o maior prémio nacional de incentivo à investigação para jovens médicos, que ambicionam encontrar as melhores práticas clínicas ao serviço dos doentes e, deste modo, possam contribuir para a melhoria contínua dos cuidados de saúde.