O que é?

O termo aneurisma provém do grego e significa dilatação e aplica-se sempre que há um aumento irreversível do diâmetro normal das artérias. Caracteriza-se por tumefação mais ou menos volumosa, pulsátil e com expansão, isto é, com uma variação de diâmetro síncrona com a pulsação arterial.

O aneurisma da aorta abdominal (AAA) infrarrenal é uma doença relativamente frequente, denominando-se como tal sempre que a dilatação for superior a três centímetros.

Resulta de uma fraqueza estrutural da parede arterial, nomeadamente da túnica média, sendo a sua causa mais frequente a aterosclerose. Nestas situações tem em regra uma distribuição focal, com localizações preferenciais na aorta abdominal infrarrenal e nas artérias poplítea e subclávia.

É mais frequente a partir dos 65 anos, mais comum no sexo masculino e a sua prevalência é maior em pacientes com doença coronária ou arterial oclusiva periférica e em portadores de aneurismas periféricos.

Se a prevalência na população portuguesa for semelhante à de outros países europeus, poder-se-á admitir que pode haver cerca de 500 novos casos por ano, com tendência a aumentar, consequência do progressivo envelhecimento da população.

A sua importância clínica deriva essencialmente da irreversibilidade da dilatação arterial e do seu carácter progressivo, a qual pode conduzir à rutura, situação fatal se não tratada cirurgicamente, e associada a elevada mortalidade - 80% nas melhores séries publicadas, o que contrasta com um risco cirúrgico mínimo (menor que 4%) - quando é tratado de forma programada.

Sintomas

É na maioria assintomático, raramente causa dor e, num terço dos casos, a sua primeira manifestação clínica pode ser a rutura. Esta complicação parece associada com maior frequência a aneurismas da aorta com diâmetro superior a cinco centímetros. A presença de dor, espontânea ou à palpação, é um sintoma desfavorável, que pode estar associado à sua expansão e/ou a fenómenos de fissuração parietal sem rutura franca.

Por vezes pode determinar embolização arterial com isquemia, aguda ou crónica, consequência da fragmentação do trombo intra-sacular.
O diagnóstico precoce por ecografia abdominal é essencial, de modo a possibilitar um tratamento eficaz, nas melhores condições clínicas possíveis, reduzindo os riscos e, assim, contribuir para diminuir a mortalidade associada quer à patologia quer à sua correção.

Causas

Constituem fatores de risco para o aneurisma da aorta abdominal: o sexo masculino, idade superior a 60 anos, traumatismos, problemas no sistema circulatório, aterosclerose, tabagismo, pressão arterial elevada e  predisposição genética.

Diagnóstico

A maioria é diagnosticada durante uma consulta de rotina ou numa radiografia realizada a propósito de outro problema de saúde. Após a suspeita de um aneurisma, os seguintes exames de imagem podem ser usados ​​para determinar o seu tamanho, localização e opções de tratamento:

  • Ecografia abdominal
  • Tomografia computorizada
  • Ressonância magnética
  • Angiograma

Tratamento

O tratamento habitual é cirúrgico e o seu objetivo é excluí-lo da circulação, assegurando a continuidade desta pela interposição de enxerto arterial. Os resultados são bons, duradouros, com um risco cirúrgico cada vez menor, graças aos desenvolvimentos da anestesia e cuidados intensivos pós-operatórios.
O desenvolvimento das novas endopróteses (designação dos enxertos utilizados), as quais são colocadas por cateterismo arterial retrógrado, sob controlo radiológico, e libertadas de modo a excluir o saco aneurismático da circulação através de duas pequenas incisões nas virilhas, conduziu ao aparecimento de endoenxertos eficazes, com durabilidade de cinco anos comparados à cirurgia convencional.

Quer a reparação cirúrgica tradicional, como a reparação endovascular apresentam vantagens e desvantagens, pelo que a indicação terapêutica deve ser adaptada à situação clínica específica de cada doente.

Prevenção

A prevenção da doença cardiovascular no geral inclui uma dieta equilibrada, rica em fruta, legumes e cereais integrais e pobre em gorduras. É fundamental a prática de exercício físico regular e deixar de fumar, bem como controlar a tensão arterial, o colesterol ou a diabetes. Fale com o seu médico assistente  e mantenha a vigilância do seu estado de saúde na consulta de rotina.

Fontes:

Cleveland Clinic

Healthline

WebMD