O que é?

A cirurgia da glândula tiroideia pode ser realizada em doenças benignas ou malignas. As doenças benignas incluem hipertiroidismo (aumento de função da tiroideia), bócio (aumento de volume), e bócio nodular. Perante um nódulo suspeito deve ser efetuada hemitiroidectomia (excisar metade da glândula) para se chegar a um diagnóstico. As doenças malignas incluem os carcinomas bem diferenciados e o carcinoma medular da tiroideia.

 

Antes de realizar qualquer cirurgia na tiroideia devem ser efetuados testes sanguíneos de função tiroideia (T3, T4, TSH). O seu otorrinolaringologista tem de realizar uma laringoscopia para avaliar a função das cordas vocais, visto que os nervos recorrentes, que inervam as cordas vocais, estão localizados junto à glândula.

 

O especialista ORL vai solicitar uma ecografia da glândula. Certos aspetos são suspeitos: a presença de microcalcificações, nódulos sólidos hipoecoicos, hipervascularidade, e a presença de bordos irregulares.

 

Perante um nódulo suspeito deve ser realizada uma citologia aspirativa (picada para colheita de células).

 

Em determinados casos deve ser solicitado uma TAC para avaliar a extensão da doença abaixo do esterno, e se existe ou não compressão da traqueia.

 

O que fazer perante um nódulo da tiroideia?

A maior parte dos nódulos são benignos, mas 5% a 10% são malignos. Qualquer nódulo com dimensões acima de 1,5 cm deve ser investigado, mesmo que apresente características de benignidade na ecografia. Qualquer nódulo suspeito na ecografia deve ser biopsado.

 

A citologia aspirativa guiada por ecografia permite obter resultados mais fiáveis.

 

Um nódulo benigno deve ser vigiado com ecografias, e se aumentar mais de 20% do seu tamanho, ou se surgirem características suspeitas deve ser picado novamente ou excisado.

 

Quando o resultado da citologia aspirativa revela células indeterminadas (suspeitas, foliculares, ou células de Hurtle) o risco de malignidade sobe para 10 a 20 %. Nestes doentes, é indicada uma lobectomia (excisão dum lobo da tiroideia) para diagnóstico. No caso da análise revelar malignidade será necessário tirar o resto da tiroideia.

 

Nos casos em que o nódulo é superior a 4 cm, ou em que há história familiar de carcinoma da tiroideia deve-se logo realizar uma tiroidectomia total.

 

Os tumores malignos da tiroide são normalmente tratados com tiroidectomia total, com algumas particularidades conforme o tamanho e o aspeto. Por exemplo, o carcinoma papilar da tiroideia, que representa 80% dos tumores malignos da tiroide, muitas vezes é multifocal, daí que a indicação seja tiroidectomia total.

 

A presença de metástases ganglionares impõe um esvaziamento dos gânglios no pescoço.

 

Se apresenta patologia da tiroideia recorra ao seu médico assistente ou a um especialista em tiroide e doenças endócrinas, para que o possam aconselhar, seguir e operar se necessário.