Fratura Pertrocantérica/ Intertrocantérica
O que é?
As fraturas pertrocantéricas, extracapsulares ocorrem na região entre o grande e o pequeno trocânter do fémur proximal. Ocorrem numa zona de osso trabecular, com um aporte sanguíneo abundante, por isso, contrariamente às fraturas do colo do fémur, a osteonecrose e a não consolidação são pouco frequentes.
As fraturas pertrocantéricas, ocorrem, em média, aos 70 anos. Correspondem a cerca de 50% de todas as fraturas do fémur proximal e são mais frequentes nas mulheres, numa proporção que pode ir até 8:1.
Mais de 90% das fraturas pertrocantéricas nos idosos resultam de uma simples queda com impacto direto no grande trocânter.
Sintomas
Os doentes com fraturas pertrocantéricas habitualmente não conseguem andar e têm o membro encurtado e com rotação externa.
Diagnóstico
Habitualmente as radiografias simples são suficientes para fazer o diagnóstico e delinear o traço de fratura.
Tratamento
Não cirúrgico: associado a uma maior taxa de mortalidade que o tratamento cirúrgico. Reservado apenas para os doentes com outras patologias com risco médico extremo em que a cirurgia possa pôr em perigo a vida do doente. Poderá ser também equacionado nos doentes dementes, não ambulatórios e com pouca dor.
Cirúrgico: o objetivo é a fixação interna estável para permitir mobilização precoce com carga no membro operado. A estabilidade da fratura operada depende da qualidade óssea, do padrão da fratura, da qualidade da redução e da posição do implante. A cirurgia deve ser realizada precocemente, assim que o doente esteja medicamente estabilizado. Habitualmente, é realizada a redução da fratura e a estabilização interna com material de osteossíntese, em raras ocasiões poderá ser necessário a substituição protésica nos doentes em que a cirurgia de osteossíntese inicial tenha falhado e uma nova osteossíntese não seja viável.
A recuperação depende da mobilização precoce dos doentes com treino de marcha e carga no membro operado de acordo com as indicações do cirurgião.