Hérnia epigástrica
O que é?
É semelhante à hérnia umbilical, mas forma-se acima do umbigo. De um modo geral, são hérnias pequenas e, por isso, apenas o revestimento da cavidade abdominal (peritoneu) consegue passar. Nos casos mais graves, permite a passagem de um órgão ou de uma da cavidade abdominal.
Ocorre quando uma fraqueza dos músculos abdominais permite que os tecidos prolapsem através do músculo. Este tipo de hérnia está habitualmente presente no momento do nascimento e pode cicatrizar sem tratamento, à medida que a criança cresce e os músculos abdominais se fortalecem.
Este tipo de hérnia é mais comum no género masculino numa razão de três para um e a sua incidência é reduzida, afetando menos de 1% da população adulta.
Sintomas
Por vezes, só é visível quando a criança chora ou exerce uma atividade em que tenha de contrair os músculos abdominais. Quando é visível torna-se facilmente diagnosticável, não sendo necessários outros tipos de exames.
Se se tornar dolorosa ao toque ou a pele ficar avermelhada e se esses sinais se acompanharem de náuseas, vómitos e dor, pode ter ocorrido o estrangulamento da hérnia, situação que requer uma avaliação médica de urgência.
É importante reter que qualquer hérnia estrangulada se pode associar a morte dos tecidos que ficaram retidos, com consequente risco de infeção, perfuração e, mesmo, morte.
Causas
Embora ocorra habitualmente no nascimento, pode também desenvolver-se na idade adulta, sendo, nesse caso, o resultado de uma fraqueza da parede abdominal, de levantamento de objetos pesados, tosse, obstipação ou excesso de peso.
Diagnóstico
A observação da hérnia epigástrica é suficiente para se obter um diagnóstico. Se necessário, pode-se solicitar uma ecografia ou um estudo radiográfico para identificar uma oclusão intestinal ou outros tipos de hérnia.
Tratamento
Não se cura de modo espontâneo e, como tal, requer sempre cirurgia. Contudo, essa pode ser adiada para quando a criança for mais velha, desde que não ocorra estrangulamento. Desse modo, é mais facilmente tolerada.
Existem dois tipos de cirurgia, dependendo da dimensão da hérnia. Para as mais pequenas, a por via laparoscópica é a preferida. Nas maiores, recorre-se a uma técnica clássica por via abdominal. Esta é, de um modo geral, realizada sob anestesia geral e nem sempre requer internamento.
No caso de hérnias pequenas, o defeito na parede muscular é reparado mediante uma sutura. Quando a sua dimensão é maior, coloca-se uma rede permanente que recobre o defeito na parede.
Na maior parte das situações, os pacientes podem retomar a sua atividade normal ao fim de duas a quatro semanas. Na fase inicial, convém evitarem esforços que provoquem um aumento da pressão abdominal, como tossir, espirrar, chorar, vomitar, fazer movimentos súbitos, ou esforços durante a defecação.
Prevenção
Quando a hérnia epigástrica resulta de uma alteração congénita, não pode ser prevenida. Nos outros casos, a prevenção passa por se evitar o excesso de esforço e pressão na parede abdominal. Não fumar (de modo a evitar a bronquite e a tosse), manter um peso saudável, evitar aumentos súbitos de peso, evitar o levantamento de objetos muito pesados, prevenir a obstipação e tratar as doenças e alergias que causam frequentemente tosse, espirros e vómitos.
About.com Surgery, 2014
University Surgeons Associates, 2013
Family Practice Notebook, 2014