O que é?

A mastite é uma inflamação do tecido mamário, benigna, comum durante os primeiros meses de amamentação, sobretudo nas primeiras seis a 12 semanas de amamentação. No entanto, pode também surgir em mulheres que não estão a amamentar e em homens.

É muitas vezes resultado de uma infeção e pode causar dor e inchaço na mama. Afeta mais frequentemente apenas uma mama, mas pode surgir em ambas as mamas.

Existem dois tipos de mastite:

  1. Mastite puerperal (ou de amamentação): este tipo de infeção afeta as mulheres que estão a amamentar e é a mais comum. Pode dificultar a amamentação. Quando necessita de tratamento com antibiótico, é possível continuar a amamentar ou a retirar o leite para dar ao bebé. O leite materno contém propriedades antibacterianas que ajudam a proteger o bebé da infeção.
  2. Mastite periductal: ocorre quando os ductos do leite ficam mais espessos. O mamilo da mama afetada pode inverter e produzir um corrimento leitoso. Mulheres na menopausa ou pós-menopausa e fumadores têm maior probabilidade de ter este tipo de mastite.

 

Sintomas de mastite

Os sinais e sintomas de mastite podem surgir de forma súbita e incluem:

  • Dor na mama
  • Dor ou sensação de ardor contínua ou durante a amamentação
  • Vermelhidão e inchaço na mama
  • Pele quente ao toque
  • Corrimento amarelo do mamilo
  • Sensação de mal-estar
  • Febre
  • Dores corporais
  • Fadiga
  • Arrepios

 

Quando consultar um médico

Alguns sinais perante os quais deve pedir aconselhamento médico são:

  • Inflamação ou infeção nas mamas que persiste
  • Dor na mama
  • Sintomas súbitos ou severos
  • Riscas vermelhas no peito
  • Leite materno com pus ou sangue
  • Sintomas não melhoram num período de 24 horas
  • Sintomas não melhoram após 48 horas de toma de antibiótico
  • Ter mastite e não estar a amamentar
  • Alterações no aspeto da mama e ao toque
  • Corrimento do mamilo
  • Presença de um novo nódulo

 

Causas

A mastite é um problema comum em mulheres a amamentar e pode ser causada pela acumulação de leite e bloqueio dos canais / ductos por onde passa o leite, resultando em infeção. Isto pode acontecer, por exemplo, quando a mama não fica “vazia” em cada mamada.

Contudo, mulheres que não estão a amamentar (e homens) também podem ter mastite.

Além da amamentação, alguns fatores de risco da mastite são:

  • Já ter tido mastite durante a amamentação.
  • Mamilos e pele com fissuras.
  • Usar um soutien muito justo ou colocar pressão no peito, por exemplo, durante o uso de cinto de segurança ou ao carregar uma mala pesada, o que pode restringir o fluxo de leite.
  • Técnica de amamentação inadequada ou usar apenas uma posição para amamentar.
  • Estar demasiado cansada ou stressada.
  • Má nutrição.
  • Tabagismo: toxinas presentes no tabaco podem danificar o tecido mamário.
  • Danos no mamilo, como piercings ou problemas dermatológicos como eczema.
  • Ter implantes mamários.
  • Ter um sistema imunitário fragilizado devido a problemas de saúde como diabetes.
  • Remover pelos à volta do mamilo com uma lâmina ou pinça.

 

Diagnóstico

O diagnóstico da mastite é feito através do exame físico e do registo dos sintomas e sinais apresentados. Além disso, a cultura de uma amostra de leite materno pode ajudar a determinar qual o antibiótico mais indicado para cada caso específico, sobretudo em situações de infeção grave.

O cancro da mama inflamatório - que é uma forma rara de cancro da mama - também pode causar vermelhidão e inchaço que, inicialmente, pode ser confundido com mastite. Para excluir esta ou outras doenças da mama, se ocorrer mastite numa pessoa que não está a amamentar, o médico poderá prescrever uma mamografia e/ou ecografia.

Quando os sintomas persistem mesmo após a toma de antibióticos, pode ser necessário realizar uma biópsia para excluir outros problemas, incluindo cancro da mama.

 

Tratamento da mastite

Quando há a confirmação de mastite, o médico poderá prescrever a toma de antibiótico oral, para combater a infeção, e de analgésicos. A infeção deverá desaparecer em dez dias, contudo, há situações em que pode durar até três semanas. Na maioria das vezes, a mastite durante a amamentação resolve-se sem necessidade de tratamento médico. Mulheres que estão a amamentar e apresentam inflamação na mama podem continuar a amamentar, começando pela mama que não apresenta sintomas, e após cada mamada, esvaziar a mama afetada, quer manualmente ou recorrendo a uma bomba. Também se pode aplicar compressas frias depois da amamentação, fazer massagem, usar um soutien com bom suporte, repousar sempre que possível e beber muitos líquidos.

Algumas estratégias que podem ser aplicadas na amamentação para uma técnica mais adequada são:

  • Evitar ter uma quantidade excessiva de leite e de forma prolongada antes de amamentar. Se necessário, extrair leite manualmente ou com a bomba entre mamadas.
  • Tentar garantir que o bebé pega na mama de forma correta - algo que pode ser difícil em casos de ingurgitamento. Extrair manualmente uma pequena quantidade de leite antes de amamentar pode ajudar.
  • Massajar a mama com movimentos circulares durante a amamentação ou extração de leite com a bomba, começando na área afetada e descendo até ao mamilo para ajudar à saída ao fluxo do leite.
  • Certificar-se de que drena o peito completamente durante a amamentação. Aplicar calor húmido na mama antes de amamentar ou extrair o leite com uma bomba pode facilitar este gesto.
  • Variar a posição de amamentação.

 

Prevenção

Para reduzir o risco de mastite, é importante:

  • Tratar o ingurgitamento e os mamilos gretados de forma precoce.
  • Certificar-se de que o bebé pega corretamente na mama.
  • Evitar roupas justas e que comprimam a mama.
  • Evitar comprimir a mama de forma excessiva com os dedos enquanto estiver a amamentar.
  • Não utilizar discos de amamentação ou soutiens muitos justos que mantenham os mamilos húmidos.
  • Arejar a mama após a amamentação.
  • Amamentar o bebé de um dos lados até que a mama esteja vazia de leite antes de trocar para o outro lado.
  • Ir trocando a posição de amamentação para que todas as zonas da mama fiquem completamente vazias.
  • Deixar de fumar (no caso de fumadores).
Fontes:

American Board of Obstetrics and Gynecology, julho de 2022

Cleveland Clinic, julho de 2022

Mayo Clinic, julho de 2022

NHS, julho de 2022

SNS24, julho de 2022

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