CUF Medicina Dentária convida... Ginecologia

Gravidez
Saúde da mulher
Saúde oral
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Frederico Catalão, médico dentista, e Teresa Filipe, ginecologista-obstetra, conversam sobre a relação entre Medicina Dentária e Ginecologia. Veja o vídeo.

Saúde da mulher é o grande tema de discussão do segundo episódio de "CUF Medicina Dentária convida...". Neste vídeo, Frederico Catalão, médico dentista CUF, e Teresa Filipe, ginecologista-obstetra CUF, falam sobre a relação entre Medicina Dentária e Ginecologia, tocando em assuntos relacionados com as diferentes fases da vida da mulher, como gravidez, aleitamento e menopausa, e de que forma os cuidados de saúde oral devem ser adaptados a cada um dos casos.



Mitos sobre saúde oral e gravidez

É comum a mulher chegar à consulta de Medicina Dentária com alguns mitos associados à gravidez, assim como algum desconhecimento sobre esta fase da sua vida e os tratamentos dentários. Segundo nos conta Frederico Catalão, algumas mulheres referem em consulta que, durante a gravidez, os seus filhos lhes "roubaram" o cálcio ou que lhes estragaram os dentes.

Contudo, é importante ressalvar que estas ideias estão erradas e que o acompanhamento pelo médico dentista é essencial para que a mulher esteja bem informada, independentemente da fase da vida em que se encontra.

 

Saúde oral e pré-conceção

"O ideal é que a mulher ainda antes de engravidar faça uma consulta de Medicina Dentária e depois, durante a gravidez e até na fase de aleitamento, de seis em seis meses", afirma a ginecologista-obstetra Teresa Filipe. Mas porquê? Esta fase da vida da mulher envolve muitas alterações do seu corpo e, segundo nos explica a especialista, "sabemos que a gravidez e aleitamento são responsáveis por um aumento muito grande de hormonas e que têm um impacto, por exemplo, nas gengivas, que ficam muito mais inchadas". Frederico Catalão acrescenta ainda que "esse exacerbar da inflamação das gengivas era prevenível se a mulher tivesse feito essa avaliação inicialmente e a prevenção adequada". Além disso, "os vómitos, que são tão comuns no primeiro trimestre, são material ácido e acabam por desgastar os dentes e destruir o esmalte", refere Teresa Filipe. É por isso que, para proteger a saúde oral da mulher nesta etapa da sua vida, a consulta de Medicina Dentária consta da lista de prescrições feita pelo médico ginecologista-obstetra na fase de pré-conceção.

 

É possível fazer tratamentos dentários na gravidez?

Sim, se necessário, é possível fazer tratamentos dentários durante a gravidez. Ainda assim, "é fundamental que uma mulher antes de engravidar faça uma consulta de Medicina Dentária", recomenda Teresa Filipe, pois é preferível que o tratamento de alguns problemas mais graves e que precisem de uma intervenção mais complicada ou de medicamentos mais agressivos sejam evitados na gravidez. Contudo, a gravidez não deve ser motivo para que não se recorra a cuidados de saúde oral, se forem necessários. Segundo nos explica o médico dentista Frederico Catalão, "é importante que as mulheres tenham a consciência de que, mesmo quando estão grávidas, se houver alguma situação urgente, algum problema que precise de ser tratado, há formas seguras de fazê-lo. Claro que queremos sempre evitar a toma de medicamentos ou a injeção de anestésicos mesmo sendo locais. Contudo, há anestésicos locais mais apropriados às grávidas e a mulheres que estejam em fase de aleitamento e também há proteções próprias para o caso de ser necessária uma radiografia intraoral, que tem uma dose de radiação muito baixa". Resumindo, é possível fazer tratamentos dentários com segurança durante a gravidez e "é preferível fazê-lo a protelar uma infeção que possa até ser prejudicial ao bebé", acrescenta o médico dentista.

 

Bifosfonatos: o que são e cuidados a ter

"Os bifosfonatos são o medicamento de primeira linha para a osteoporose", uma doença que provoca "a alteração da arquitetura do osso, que o enfraquece muito", e que pode levar a que qualquer pequeno trauma provoque uma fratura, começa por explicar a ginecologista-obstetra Teresa Filipe.

A osteoporose pós-menopausa é a mais comum, resultado da diminuição dos níveis de hormonas femininas. Segundo Teresa Filipe, "é fundamental que se saiba explicar às pacientes os efeitos secundários que podem existir com os bifosfonatos e avaliar a saúde oral dessas mulheres ainda antes de prescrever. Se houver necessidade de uma intervenção um pouco mais agressiva, uma extração dentária grande, implantes, uma cárie extensa", é mais seguro fazer esses tratamentos antes do início da toma de bifosfonatos do que durante, explica.

Quanto a este tema, Frederico Catalão frisa o papel da prevenção: "O mais eficaz será sempre a prevenção e uma avaliação prévia ao início da toma dos medicamentos, mas, se for estritamente necessário e para garantir que na eventualidade de uma extração dentária ou de um procedimento cirúrgico inadiável não acontece a seguir um problema de cicatrização, é possível interromper [a toma de bifosfonatos], desde que haja uma boa articulação entre as diferentes áreas".

Publicado a 10/02/2022