Hemorragia Uterina Anormal: quando procurar ajuda?

Saúde da mulher
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Podendo ocorrer em qualquer idade, uma hemorragia uterina anómala exige avaliação e tratamento adequados devido aos riscos de anemia e outras complicações.

É muito provável que uma mulher, ao longo da sua vida, se depare com uma situação de hemorragia uterina com características diferentes do habitual. A hemorragia de origem uterina pode ser anormal tendo em conta a sua quantidade, duração, frequência e regularidade. Esta situação pode ocorrer em qualquer idade, associada ou não à menstruação (anteriormente conhecida como menorragia e metrorragia, respetivamente), e pode surgir de forma súbita ou prolongada. Além do impacto negativo na qualidade de vida, a Hemorragia Uterina Anormal (HUA) pode causar anemia, sendo importante a sua avaliação e tratamento adequado.

 

Causas da Hemorragia Uterina Anormal

A origem da hemorragia pode resultar de uma ou várias causas coexistentes, incluindo:

  • Alterações estruturais do útero;
  • Alterações da coagulação;
  • Disfunção da ovulação ou do endométrio;
  • Uso de determinados medicamentos.

 

Adolescência

Na adolescência, a Hemorragia Uterina Anormal (HUA) é particularmente frequente, maioritariamente associada à imaturidade fisiológica do mecanismo de regulação hormonal. É também nesta fase que muitas vezes se detetam distúrbios da coagulação, isolados ou em conjunto com outras causas de hemorragia, pelo que a investigação da origem da hemorragia deve ser sempre feita de forma abrangente.

 

Idade reprodutiva

A partir da idade reprodutiva, começam a ser mais frequentes as alterações da estrutura do útero, como o aparecimento de pólipos e miomas. Mais uma vez, qualquer causa, isolada ou em conjunto, pode estar presente.

 

Menopausa

Uma hemorragia uterina na menopausa deve ser sempre investigada. Embora na maioria dos casos seja causada por situações benignas, pode também ser o primeiro sinal do cancro que se origina na superfície das paredes da cavidade uterina, o chamado Cancro do Endométrio. Após os 45 anos, o cancro do endométrio é o cancro ginecológico mais frequente, mas geralmente tem um bom prognóstico se for diagnosticado e tratado precocemente. Portanto, qualquer mulher em menopausa que inicie perdas de sangue por via vaginal, deverá recorrer ao seu ginecologista.

 

Exames de diagnóstico da Hemorragia Uterina Anormal (HUA)

A investigação da causa da hemorragia uterina anómala começa sempre pela realização de uma história clínica detalhada e pela observação geral e ginecológica. Poderá ainda ser necessário realizar exames complementares de diagnóstico, nomeadamente:

  • Análises clínicas: as análises ao sangue são importantes para avaliação da presença de anemia, despiste de alterações da coagulação e gravidez;
  • Ecografia ginecológica: sobretudo por via vaginal, é importante para identificar possíveis alterações da estrutura do útero;
  • Ressonância Magnética: pode ser um complemento à informação obtida na ecografia, sobretudo para planeamento do tratamento conservador de miomas;
  • Histeroscopia: é o melhor exame para visualizar a cavidade uterina, permitindo biópsias e remoção de lesões dentro da cavidade. A biópsia do endométrio deve ser feita em casos de risco aumentado de lesões pré-malignas e Cancro do Endométrio, e tem melhores resultados se realizada através de histeroscopia.

 

Como se trata a Hemorragia Uterina Anormal?

O tratamento estará sempre dependente da causa da hemorragia, podendo passar por um tratamento médico, incluindo medicamentos hormonais ou não hormonais, e/ou pelo tratamento cirúrgico.

Uma investigação aprofundada da situação é crucial para determinar o tratamento mais eficaz. A presença de uma Hemorragia Uterina Anormal (HUA) deve, por isso, motivar a realização de uma Consulta de Ginecologia atempadamente, não só para evitar as consequências da perda de sangue, como para detetar causas benignas e malignas tratáveis.

Publicado a 27/05/2024