CUF Talks: Ressono. E agora?
Existem várias dúvidas acerca da roncopatia, assim como ideias erradas. Assista ao vídeo da CUF Talks, onde vários especialistas se juntam para desfazer mitos.
Todos nós ressonamos, embora umas pessoas o façam mais do que outras. Ressonar não é normal e pode ser o primeiro sinal de uma doença que pode ter consequências graves. A roncopatia é o tema discutido na CUF Talk "Ressono. E agora?", que conta com a participação de vários especialistas do Centro de Medicina do Sono do Hospital CUF Tejo:
- André Mariz de Almeida, Medicina Dentária
- Cristina Caroça, Otorrinolaringologia
- Paula Moleirinho, Fisioterapia
- Pedro Cebola, Medicina Dentária
- Susana Teixeira de Sousa, Pneumologia
Este é um bom exemplo, que demonstra que o tratamento deste problema é feito por uma equipa multidisciplinar, constituída por profissionais de saúde de diferentes especialidades, permitindo uma abordagem mais completa.
Nesta CUF Talk, são esclarecidas várias dúvidas acerca do tema e desmistificadas várias ideias erradas acerca de ressonar.
Mas o que é, afinal, ressonar?
Segundo a otorrinolaringologista CUF Cristina Caroça, "quando respiramos, inspiramos ar para os pulmões. Se o trajeto por onde esse ar passa - que vai das fossas nasais à faringe e laringe até chegar à traqueia - tiver algum estreitamento, é como se uma multidão tentasse passar por um sítio estreito". Esta agitação provoca não só a vibração das paredes, como também o colapso da via aérea. De acordo com a especialista em Otorrinolaringologia, pode haver várias causas para esse tal "estreitamento da passagem do ar", como processos inflamatórios ou infecciosos, tais como as constipações, amigdalites, refluxo gastroesofágico, como o próprio excesso de peso que estreita o lúmen respiratório, entre outras. Também o bruxismo (ranger ou apertar os dentes de forma involuntária) pode estar diretamente relacionado com a roncopatia, pois, quando "a passagem de ar está tapada, a mandíbula começa a mexer e os dentes a ranger para entrar ar", explica André Mariz de Almeida, médico dentista CUF, que refere ainda que outro ponto importante relacionado muitas vezes com a roncopatia e / ou apneia de sono e o bruxismo é, por exemplo, a dor de cabeça. Embora muitas vezes a associemos a outras causas, a dor de cabeça pode dever-se a uma má qualidade do sono ou ao apertar dos dentes durante o sono, explica o médico dentista.
Impacto na qualidade de vida
A roncopatia pode ser sinónimo de uma menor qualidade do sono e pode associar-se a cansaço e sonolência durante o dia e sensação de sono não reparador. É frequente ouvirmos a queixa "acordo mais cansado do que quando me deitei". No limite, esta menor qualidade do sono pode acabar por ter um impacto nas várias tarefas que desempenhamos no nosso dia a dia, como, por exemplo, na performance no trabalho.
Além disso, a apneia do sono (perturbação respiratória relacionada com o sono, de maior gravidade do que a roncopatia simples) pode também estar associada a outras patologias, como as doenças cardíacas - nomeadamente a hipertensão arterial e arritmias -, conta-nos Susana Teixeira de Sousa, pneumologista CUF.
A que consulta nos devemos dirigir?
A Consulta de roncopatia ou de apneia do sono é multidisciplinar, não há uma especialidade única que seja a porta de entrada. Por isso, os doentes, de acordo com as queixas que apresentam, dirigem-se à consulta que mais se adequa ao seu caso. Por exemplo, um doente com roncopatia pode ter obstrução nasal e por isso recorre a um otorrinolaringologista. Por vezes, a roncopatia ou apneia do sono é identificada nas Consultas de Medicina Dentária, apesar de o doente não apresentar queixas nesse sentido. Muitas vezes, a roncopatia e sonolência diurna são avaliadas em consulta de Pneumologia. Mas não só, há muitas outras especialidades que podem participar no diagnóstico e tratamento deste problema.