Apneia do sono
O que é?
A síndrome de apneia do sono pode muitas vezes começar pelo ressonar, sendo que 90% dos que sofrem deste síndrome ressonam. A roncopatia resulta de um som originado pela vibração do palato e das paredes da faringe. O ressonar não constitui apenas um incómodo do ponto de vista conjugal e social, mas pode também ser a fase inicial da síndrome de apneia do sono, sendo que 90% dos que sofrem deste síndrome ressonam.
O ressonar incómodo habitual é muitas vezes o início de uma doença com consequências na saúde a longo prazo. Cerca de 80% das pessoas que ressonam têm apneia obstrutiva do sono (SAOS). Esta síndrome afeta entre 9% a 24% da população adulta, homens acima dos 40 anos, mulheres pós-menopausa e crianças (2%). Estima-se que um milhão de portugueses sofre desta patologia. Que é ainda responsável por mais de 100 mil acidentes de viação por ano, devido ao facto dos doentes adormecerem ao volante.
Sintomas
A apneia do sono é uma perturbação respiratória relacionada com o sono, de maior gravidade do que a roncopatia simples, e consiste na cessação do fluxo respiratório durante o sono por mais de 10 segundos e mais de cinco vezes por hora devido ao colapso da via aérea superior. A sua consequência direta é a alteração do padrão do sono, em que há uma incapacidade de se atingir as fases profundas, as que permitem o descanso físico e mental. Deste modo, o doente não se sente restabelecido pela manhã. Pode ter sonolência durante o dia, quer no emprego, quer a conduzir ou a fazer outras atividades simples do dia a dia. Pode também ter cefaleias, irritabilidade e alterações do humor. Nas situações mais graves pode haver deterioração intelectual, da atenção, memória e raciocínio bem como impotência sexual.
A incorreta oxigenação do sangue que ocorre durante a noite induz problemas graves como o aumento do trabalho cardíaco, hipertensão arterial, arritmias cardíacas, maior risco de enfarte agudo do miocárdio e alterações hormonais.
Causas
A maioria das pessoas com síndrome de apneia do sono apresenta alterações a nível da faringe, com obstrução da via aérea num qualquer nível entre a epiglote e as fossas nasais, muitas vezes associada ao aumento excessivo de peso e a outros fatores de risco. Cansaço, sonolência, diminuição da líbido e uma maior incidência de problemas cardiovasculares, são situações frequentemente associadas a este quadro clínico.
Diagnóstico
Os médicos dispõem de um conjunto de ferramentas para ajudar o diagnóstico e o tratamento da apneia do sono, como exames complementares endoscópicos, estudo poligráfico do sono noturno e se necessário a cirurgia para tratar a roncopatia.
Em caso de ressonar intenso ou suspeita de apneia do sono o doente deve ser encaminhado para uma consulta especializada, onde é confirmado o diagnóstico e planeado o tratamento. São colocadas algumas questões acerca da facilidade em adormecer em situações do dia a dia.
Através do exame objetivo é possível identificar as alterações anatómicas e planear um tratamento. Quando há suspeita de SAOS deve ser realizado um estudo polissonográfico do sono, um exame que avalia diversos parâmetros, permitindo a confirmação do diagnóstico.
Tratamento
Atualmente existem algumas opções de tratamento para a síndrome de apneia do sono, devendo sempre ser tentado em primeiro lugar a correção dos fatores de risco como a obesidade, a ingestão de álcool à noite, o tabagismo, o refluxo gastro esofágico, a toma de determinados medicamentos e a posição de decúbito dorsal (dormir de barriga para cima). O tratamento médico mais estandardizado consiste na utilização de um aparelho durante a noite que aumenta a pressão nas vias aéreas superiores, impedindo deste modo as apneias. Tem como vantagem ser eficaz em quase todos os doentes, mas pode ser incomodativo, além de ter de ser usado permanentemente. As terapêuticas cirúrgicas são diversas e devem ser adaptadas às alterações encontradas no paciente, designadamente anomalias nasais, da faringe e palato, língua e craniofaciais. Têm como vantagem a correção do problema sem a utilização permanente de dispositivos. Podem ser pouco invasivos como a intervenção por radiofrequência ou laser ou, se necessário, mais tradicionais como a cirurgia nasal, do palato e da base da língua.
Prevenção
Alguns fatores de risco podem ser evitados, tais como o tabagismo e o uso de drogas miorelaxantes, álcool ou sedativos.