Dermatite de Contacto Alérgica

Como identificar, diagnosticar e tratar
Pele, unhas e cabelo
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Reconheça os sintomas desta doença de pele e saiba como os testes epicutâneos (provas de contacto) podem ajudar no diagnóstico.

A dermatite de contacto alérgica é uma patologia inflamatória da pele que surge devido ao contacto com um agente externo.

É uma doença de prevalência crescente nos países desenvolvidos e é motivo frequente de consultas de Imunoalergologia, Dermatologia ou Medicina Geral e Familiar.

Importa sublinhar que não é uma doença contagiosa nem perigosa, no entanto pode ser muito incomodativa e interferir intensamente com a qualidade de vida dos doentes.

 

Sintomas da dermatite de contacto alérgica

Na dermatite de contacto alérgica a pele apresenta lesões vermelhas, com zonas de descamação associadas a comichão, podendo também aparecer bolhas em estadios mais graves de doença. Com o tempo, a pele torna-se gretada, endurecida e com crostas, podendo ter mesmo feridas abertas e causar bastante dor.

 

Podem surgir lesões em todo o corpo, mas os locais mais frequentemente afetados são as mãos e a face. A avaliação dos locais de distribuição das lesões pelo corpo é fundamental para direcionar o diagnóstico do médico.

Frequentemente as lesões surgem nas zonas do corpo que foram diretamente expostas ao alergénio, como no caso da bijuteria: a lesão surge na zona dos brincos, do colar ou do relógio.

No entanto, existem casos de dermatites de contacto ectópica em que as lesões aparecem à distância (longe do local de contacto com o alergénio), como por exemplo, no caso de alergia a acrilatos presentes nas unhas de gel. Neste caso os doentes apresentam frequentemente lesões na face.

 

Diagnóstico - Testes Epicutâneos (Provas de Contacto)

Quando surgem sintomas destes cutâneos, o doente deverá efetuar Provas de Contacto (Testes Epicutâneos ou Patch Tests) para identificar a substância causadora de alergia.

Estes testes são feitos com a colagem de adesivos nas costas. Os adesivos contêm mais de 30 câmaras de alumínio ou plástico, impregnadas com:

  • produtos presentes na cosmética (maquilhagem, cremes, perfumes, champôs)
  • produtos presentes em roupas e sapatos, detergentes, substâncias conservantes, borrachas, metais, medicamentos e vários produtos de exposição profissional

 

A realização destes testes envolve, em média, três idas ao consultório no espaço de uma semana.

Estes testes permitem determinar se a sua doença cutânea é causada por reação alérgica a algum dos componentes testados. A identificação do produto envolvido na causa da doença é muito importante para se conseguir a melhoria dos sintomas do doente.

 

Atenção!

Para realização destas provas, o doente não deverá ter efetuado corticoides orais no último mês. Anti-histamínicos não interferem com a realização do exame.

 

Dermatite e exposição ao sol

Alguns produtos podem causar dermatite de contacto alérgica só depois da exposição solar. Esta forma de dermatite é chamada de dermatite de contacto fotoalérgica. 

Exemplos destes produtos:

  • ingredientes de protetores solares
  • pomadas com anti-inflamatórios não-esteróides

 

Profissões mais vulneráveis à dermatite de contacto alérgica

Existem profissões com maior risco para aquisição de dermatite, pois têm uma exposição continuada a certas substâncias pontencialmente alergénicas.

São exemplos disso esteticistas, cabeleireiros, manicures, protésicos, metalúrgicos, trabalhadores da indústria da borracha, padeiros e serralheiros, entre outros.

 

Tratamento da dermatite de contacto alérgica

O tratamento da dermatite de contacto alérgica centra-se em evitar o agente causador da alergia. No entanto, as queixas cutâneas podem demorar bastante tempo a desaparecer. É de extrema importância a hidratação da pele com emolientes e a utilização de corticoides tópicos (cremes / pomadas) nas lesões.

Publicado a 19/01/2021