Doente cardíaco? Saiba como enfrentar o inverno

Coração
Doenças crónicas
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Conheça os riscos que o tempo frio traz ao doente com patologia cardíaca e aprenda minimizá-los.

Os dias frios associam-se a uma preocupação adicional relativamente às doenças cardiorrespiratórias. De facto, vários estudos demonstraram que com a chegada do inverno aumentam os riscos de mortalidade e hospitalizações por patologias como a insuficiência cardíaca, enfarte do miocárdio ("ataque cardíaco"), arritmias, acidente vascular cerebral, doença pulmonar crónica e pneumonia.

 

Os efeitos do frio

Uma redução de cerca de 10ºC na temperatura mínima aumenta em cerca de 7% o risco de enfarte do miocárdio. Indivíduos que apresentem fatores de risco para doença cardiovascular, como colesterol elevado, hipertensão arterial, diabetes, hábitos tabágicos / alcoólicos e idade avançada, são os mais vulneráveis.

 

São inúmeros os fatores que contribuem para o risco acrescido de doença cardiovascular nos meses de inverno.

Um dos principais fatores é o aumento da incidência de infeções respiratórias que ocorrem nessa época, condicionando uma sobrecarga acrescida para o sistema circulatório e um "maior esforço" cardíaco para suprir as necessidades metabólicas dos órgãos / tecidos. Adicionalmente, a presença de infeção, e consequentemente de inflamação, aumenta o risco de fenómenos de trombose intra-vascular.

O frio ativa um conjunto reações que desencadeiam a contração dos vasos sanguíneos e consequente redução do espaço disponível para a circulação do sangue. Tal facto pode comprometer a adequada entrega de oxigénio aos tecidos, sendo um possível causador de instabilidade de placas de gordura nas artérias e consequente entupimento súbito do vaso.

 

Outro problema observado no inverno relaciona-se com o facto de que as pessoas tendem a ingerir refeições mais abundantes e aumentar o consumo de bebidas alcoólicas, intensificando o risco de eventos cardiovasculares.

 

Recomendações para um inverno mais saudável e seguro

  1. Use roupas e calçado quentes para se proteger das temperaturas baixas e preservar a temperatura corporal.
  2. Pratique exercícios físicos regulares, utilizando vestuário apropriado que reduza a perda de calor sem comprometer a amplitude de movimentos. As atividades físicas não devem ser abandonadas com a descida da temperatura, sendo essenciais à manutenção da saúde cardiovascular, reduzindo o estado de inflamação sistémica e a suscetibilidade às infeções.
  3. Mantenha uma alimentação saudável e equilibrada, que inclua frutas, vegetais e fontes de proteína, evitando alimentos gordos, muito salgados e com elevado teor de açúcares.
  4. Assegure a ingestão da adequada quantidade de líquidos. As bebidas quentes devem ser preferidas para ajudar a manter o calor corporal. Devem evitar-se bebidas alcoólicas, causadoras de dilatação dos vasos sanguíneos, com perda de calor associada. Pessoas com insuficiência cardíaca deverão informar-se com o médico assistente acerca das quantidades de líquido a ingerir diariamente, tendo em conta a habitual recomendação de restrição hídrica neste grupo de doentes.
  5. Vacine-se contra os agentes infeciosos respiratórios causadores da gripe e pneumonia, de acordo com as recomendações da Direção Geral da Saúde (por exemplo: indivíduos com mais de 65 anos ou com outros fatores de risco de complicações).
  6. Procure o seu médico assistente sempre que se verifique modificação do seu estado clínico habitual ou surjam sintomas de novo, como por exemplo dor no peito, dificuldade respiratória, cansaço para esforços habituais, inchaço dos pés / pernas, palpitações persistentes e tonturas / desmaios. 
Publicado a 28/08/2020