Fui picado por um peixe aranha, e agora?
Há várias “ameaças” que se escondem debaixo de água e da areia. Saiba o que fazer se sofrer uma picada de peixe aranha ou de outro animal marinho.
A picada de peixe-aranha é habitualmente bastante dolorosa, mas as lesões que provoca, geralmente, não são graves e podem ser tratadas de imediato, sem que seja necessária assistência médica. No entanto, há exceções e, por vezes, dirigir-se a um hospital é a melhor decisão.
Debaixo da água e areia podem ainda encontrar-se outros animais marinhos que o podem picar. Alforreca, ouriços e caravela-portuguesa, apresentam espinhos ou tentáculos como mecanismos de defesa.
Aprenda a prevenir estes acidentes e saiba como deve agir quando acontecem.
Qual o aspeto e onde se encontram estes animais marinhos?
O peixe-aranha está normalmente soterrado na areia e tem espinhos venenosos na região dorsal e guelras. Por ser claro como a areia consegue facilmente camuflar-se, picando quem o pisa.
Os ouriços encontram-se em águas rasas, rochas ou algas. Têm um corpo pequeno e redondo, coberto de espinhos afiados e rijos, que podem perfurar a pele.
As alforrecas têm um corpo em forma de cogumelo, de aspeto gelatinoso, com tentáculos longos e finos na parte de baixo do seu corpo, cobertos de pequenas bolsas venenosas que provocam queimaduras. As alforrecas vivem em várias zonas do mundo e podem ser encontradas em águas de profundidade variável.
A caravela-portuguesa, da família das alforrecas,tem uma bolsa cheia de gás de cor roxa-azulada e flutua à superfície da água. A sua picada é muito dolorosa e passível de provocar queimaduras com gravidade.
Quais os sintomas mais comuns
Se foi picado por um peixe aranha, os principais sintomas são: dor intensa no local da picada e erupção cutânea com zona vermelha e prurido (comichão). No caso da alforreca e da caravela portuguesa, poderão surgir zonas circulares inflamadas (vergões) com dor intensa associada.
O que fazer se foi picado por um animal marinho
Se possível, peça ajuda ao nadador-salvador, que tem um kit de primeiros-socorros e está preparado para este tipo de situações. Se esta não é uma opção viável, há algumas medidas que pode tomar e que são tratamentos comuns a todas estas situações:
- Lave abundantemente a zona afetada com água do mar e não água doce.
- Remova qualquer espinho (use uma pinça ou o canto de um cartão de crédito, por exemplo) ou tentáculo que tenha ficado na pele.
- Coloque a zona picada de molho em água quente (até uma temperatura que consiga tolerar) por pelo menos 30 minutos. Se não o conseguir fazer, use panos ou toalhas quentes ou tome um duche quente.
- Tome medicamentos para as dores, como paracetamol ou ibuprofeno.
Atenção!
O uso do vinagre não é consensual, nem aplicável a todas as situações - no caso de uma picada de alforrecas, mergulhar a zona afetada em vinagre pode ajudar a prevenir a libertação de toxinas, mas no caso da caravela portuguesa o vinagre não é indicado.
O que nunca deve fazer
- Urinar sobre a lesão
- Aplicar gelo
- Tocar nos espinhos diretamente com as mãos
- Cobrir a ferida
Dirija-se ao hospital se…
- Tem dor severa que não desaparece com os medicamentos usuais e/ou em espaço de tempo razoável.
- A picada for no rosto ou órgãos genitais.
- Tem sintomas graves como: dificuldade respiratória, dor no peito, desmaios, grande inchaço à volta da lesão, hemorragia, vómitos, tonturas ou perda de consciência.
Como evitar uma picada de um animal marinho
Embora a picada destes animais seja muitas vezes imprevisível - costumam estar escondidos debaixo da areia - existem algumas estratégias que pode colocar em prática quando for à praia e que o podem ajudar a evitar acidentes:
- Verifique se existem sinais de aviso na praia quanto à existência, por exemplo, de alforrecas.
- Calce sapatos ou chinelos à prova de água quando estiver a caminhar em zonas rochosas ou com pouca altura de água, durante a maré vazia, por exemplo.
- Não mexa em animais marinhos que apresentem picos, espigões ou um aspeto suspeito.
- Vigie sempre as crianças.