Os alimentos ainda estão bons?

Aprenda a identificar os sinais
Alimentação
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Há alterações a nível de sabor, odor, textura e aparência que nos podem ajudar a perceber se os alimentos estão estragados. Fique a conhecê-los.

"Será que a sopa ainda está boa?". "Este estufado está no frigorífico há três dias, será que ainda o posso comer ou é melhor pôr no lixo?". Quantas vezes já se deparou com estas dúvidas e ponderou se seria ou não seguro ingerir determinada refeição? Por questões de segurança alimentar, é aconselhável que os alimentos que apresentam alterações relativamente ao seu estado normal, quer em termos de aparência, textura, sabor ou odor, não sejam consumidos.



Alimentos perecíveis

Alguns alimentos degradam-se mais facilmente do que outros, podendo até tornar-se inseguros para consumo caso não sejam corretamente conservados ou se não forem consumidos dentro de um curto período de tempo, tais como:

  • Carne crua
  • Marisco
  • Leite e derivados, incluindo queijo e iogurtes
  • Fruta e vegetais

 

Esteja atento a estes sinais

Há alguns sinais que podem estar associados à deterioração dos alimentos, tais como:

  • Carne de vaca e de aves e marisco: descoloração do alimento, mau odor ou presença de uma camada de substância viscosa à superfície.
  • Laticínios: presença de bolor, um odor forte e uma textura mais coagulada / coalhada.
  • Fruta e vegetais: presença de bolor, consistência mais pastosa e mau cheiro.
  • Alimentos enlatados: presença de bolor, tampa inchada, libertação de cheiro forte, gás ou líquido ao abrir a embalagem.

 

Na maioria dos alimentos, os sinais de deterioração incluem a presença de cheiro forte, aspeto diferente do habitual, a presença de bolor (branco, verde, preto) ou deterioração da embalagem.

 

O que causa a deterioração dos alimentos

A deterioração dos alimentos pode ser causada por bactérias, que, quando presentes, podem levar ao desenvolvimento de mau odor e alterações do sabor e da textura. Na maioria das vezes essas bactérias podem ser de duas "famílias": as patogénicas - que podem provocar intoxicações alimentares - e as que simplesmente provocam a deterioração das características dos alimentos.

Muitas vezes, as bactérias patogénicas não afetam o sabor, odor ou aparência dos alimentos e, por isso, não as conseguirmos detetar a olho nu. Estas bactérias podem até crescer em temperaturas baixas, como as do frigorífico, e apenas num estado mais avançado levam ao desenvolvimento de sabor e odor desagradáveis.

 

Frigorífico: um aliado na conservação dos alimentos

Na conservação dos alimentos, o frigorífico é o eletrodoméstico de maior importância. A refrigeração (o frio) torna o crescimento e desenvolvimento das bactérias mais lento, o que leva a que os alimentos se mantenham bons para consumo durante um período de tempo mais prolongado.

Quando os alimentos estão fora do frigorífico as bactérias multiplicam-se rapidamente até ao ponto em que podem ser causa de problemas de saúde. É entre aproximadamente os 4 e os 60 ºC que as bactérias conseguem crescer mais rapidamente. Por isso, mantenha a temperatura do seu frigorífico abaixo dos 4ºC. No entanto, é importante ter em consideração que a refrigeração apenas torna o crescimento de bactérias mais lento, não o impede por completo.

É por este motivo que devemos respeitar os prazos de validade dos produtos alimentares ou, caso não haja essa indicação, consumi-los antes que se estraguem. Por exemplo, no caso da carne crua, como a de vaca e de aves, ou do peixe, deve guardá-los no frigorífico durante 1-2 dias no máximo antes de os cozinhar ou congelar.

 

Durante quanto tempo podemos guardar as sobras das refeições?

Podemos conservar no frigorífico as sobras de refeições durante 3-4 dias. Após esse período de tempo, pode já não ser seguro ingerir esses alimentos e o risco de intoxicação alimentar aumenta. Se considerar que a probabilidade de consumir essas refeições extra durante esse intervalo de tempo é baixa, congele-as imediatamente.

Quando consumir alimentos que estão guardados no frigorífico há alguns dias, reaqueça-os no forno, fogão ou micro-ondas, certificando-se de que o interior dos alimentos atinge uma temperatura superior a 70ºC, o que ajuda a eliminar as bactérias.

 

Estratégias para conservar os alimentos e evitar o desperdício

  • Depois da compra, guarde os alimentos frescos o mais rápido possível no frigorífico.
  • Siga as recomendações de conservação e armazenamento indicadas na embalagem dos produtos alimentares evitando locais de temperatura elevada ou expostos a luz intensa.
  • Congele os alimentos e refeições já preparadas e que não vai consumir em breve.
  • Consuma os alimentos frescos o mais brevemente possível e, sobretudo, aproveite a fruta que se degrada rapidamente.
  • Prolongue a vida dos legumes. Pode, por exemplo, embrulhar os brócolos em papel de rolo de cozinha húmido ou colocar os espargos num copo com um pouco de água.
  • Organize o frigorífico, mantendo os alimentos mais facilmente perecíveis à vista.
Fontes:

American Heart Association, maio de 2021

Canadian Institute of Food Safety, maio de 2021

Consumer Reports, maio de 2021

U. S. Department of Agriculture, maio de 2021

Publicado a 09/08/2021