Quando as crianças têm medo
Compreender os medos é a forma mais eficaz de ajudar os seus filhos a lidar com eles. Saiba o que deve fazer nestas situações e tranquilize a criança.
O medo corresponde a uma emoção desagradável com uma componente fisiológica, cognitiva e comportamental. Ocorre como resposta a uma causa reconhecida conscientemente de perigo (real ou imaginário). Todas as crianças têm episódios de medo, estimando-se entre os 2-6 anos a maior incidência.
Como surgem os medos?
Existem vários fatores que podem contribuir para o desencadeamento dos medos: estímulos temidos - como o contacto com cão/outro animal grande - ou fatores culturais (por exemplo, divórcio dos pais).
Medos comuns na infância e na adolescência
Ao nascimento só estamos predispostos a ter medo das quedas e de certos ruídos. A partir do 1º ano de vida, surgem outros medos:
- 1º ano de vida: Separação, ruídos, quedas
- 2 anos: Animais, treino do bacio, banho
- 3 anos: Hora de deitar, medo do escuro, monstros, fantasmas
- 5 anos: Divórcio dos pais, de se perderem
- 7 anos: Perda/morte dos pais, rejeição social
- 9 anos: Guerra, situações novas, adoção
- 12 anos: Ladrões, injeções
Como devem os pais proceder quando as crianças têm medo?
- É importante que os pais saibam que a maioria dos medos são normais, passageiros e não representam nenhum problema. As crianças pequenas não distinguem a fantasia da realidade e, para elas, o monstro que temem é real.
- Os pais não devem exacerbar o medo dos filhos, dizendo coisas como "O doutor vai dar-te uma pica se não te portas bem".
- Devem respeitar o medo que a criança sente, sem lhe dar, porém, uma importância desmedida.
- Não devem obrigar a criança a contactar com os medos.
- Os pais devem tranquilizar e ajudar os filhos a ultrapassar os medos (por exemplo, falar acerca do medo na tentativa de corrigir uma ideia errada).
- Em crianças pequenas, alguns medos não podem ser explicados racionalmente, pelo que os pais terão de usar determinadas ações. Por exemplo, se a criança tem medo de monstros, os pais devem dizer-lhe: "As casas não deixam entrar os monstros pelo que em casa não há monstros".
- Em relação aos medos noturnos, a mãe/pai deve acender a luz e reconfortar o seu filho dizendo, se necessário, repetidamente "Eu estou aqui.” ou “O pai/a mãe está aqui”. Responda aos receios da criança num tom calmo e suave; dê-lhe o peluche, boneca ou herói preferido para lhe fazer companhia quando regressar para o quarto (ficando o seu filho no dele).
Atenção!
Peça ajuda ao pediatra assistente se o medo evoluir para uma situação generalizada, recorrente ou especialmente assustadora, que comprometa o desempenho da criança.