Rastreio Auditivo do recém-nascido
Com o rastreio auditivo pretende-se identificar precocemente eventuais perdas auditivas nos bebés recém-nascidos.
O que é e porque se deve fazer o rastreio auditivo ao recém nascido?
Uma audição normal é essencial para uma correta aquisição e desenvolvimento da linguagem, daí a importância da deteção precoce da surdez de modo a poder iniciar-se a reabilitação auditiva antes dos seis meses de idade.
A prevalência da perda auditiva é de 1 a 3 por 1000 recém nascidos saudáveis e de 20 a 40 por 1000 recém nascidos de risco. A intervenção e a reabilitação precoces aumentam as probabilidades de a criança com surdez adquirir linguagem oral e frequentar o ensino regular.
Quando deve ser efetuado o rastreio?
O rastreio deve ser efetuado após as primeiras 12 horas de vida, antes da alta hospitalar.
Como é efetuado o rastreio?
O rastreio auditivo é efetuado através do exame de Otoemissões Acústicas. É um teste simples e não invasivo, que consiste na colocação de uma sonda no canal auditivo do bebé e no registo da resposta do ouvido interno ao estímulo sonoro emitido pelo equipamento.
A análise das características dos sons registados apresenta uma de duas respostas possíveis:
- “passa” significa funcionamento aparentemente normal do ouvido interno.
- “refere” significa impossibilidade de deteção dos sons de resposta do ouvido interno.
Esta última situação pode ter várias causas como por exemplo: bebé agitado, secreções no canal auditivo externo, líquido no ouvido médio ou pode significar também audição alterada.
Neste último caso o teste deverá ser repetido no prazo de 15 dias e, caso este se mantenha o bebé deverá ser observado na consulta de otorrinolaringologia e efetuar outros exames de diagnóstico; se o resultado for “passa” não será necessário efetuar mais testes.
A surdez é responsável pelo atraso do desenvolvimento da linguagem e tem graves consequências no desempenho futuro da criança.
Com o diagnóstico efetuado através do Rastreio Auditivo Neonatal Universal - RANU -, as consequências da surdez severa a profunda podem ser minimizadas com intervenção precoce e com a utilização das ajudas técnicas disponíveis.