Sabe o que é a síndrome mão-pé-boca?

Bebés e crianças
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Na maior parte dos casos, a síndrome mão-pé-boca não é um problema grave, contudo, é muito contagiosa entre crianças. Saiba de que se trata.

A síndrome mão-pé-boca é uma infeção viral habitualmente leve e contagiosa, que afeta especialmente crianças com menos de 10 anos, com maior incidência nas que têm menos de 5 anos. Contudo, embora menos comum, também pode ocorrer em adolescentes e adultos. A causa mais frequente da síndrome mão-pé-boca é a infeção provocada pelo vírus coxsackievirus A16, mas também pode ser provocada por outros tipos de enterovírus. A boa notícia é que a maior parte dos casos de síndrome mão-pé-boca são ligeiros e vão registando melhorias ao longo dos dias.

 

Sintomas da síndrome mão-pé-boca

A síndrome mão-pé-boca pode causar os seguintes sintomas:

  • Febre (38ºC) - muitas vezes, é o primeiro sintoma a surgir.
  • Dor de garganta.
  • Perda de apetite.
  • Mal-estar.
  • Pequenas bolhas (vesículas) associadas a dor à volta da boca (normalmente, não causa aftas dentro da boca), nas solas dos pés, palmas das mãos e possivelmente nas nádegas; estas não causam comichão.
  • Irritabilidade em bebés e crianças mais novas.

 

Atenção!

As vesículas desaparecem por si só após 7-10 dias.

 

Como ocorre a transmissão?

A transmissão do vírus faz-se através do contacto com secreções das vias respiratórias (por exemplo, muco nasal, gotículas respiratórias pela tosse ou espirros e saliva) e das feridas das mãos ou com fezes de pessoas infetadas.

A síndrome mão-pé-boca é mais comum em infantários, pois são locais em que há uma frequente muda de fralda a bebés e crianças e onde estas estão a aprender a usar a casa de banho. A somar a isto, as crianças mais novas levam muitas vezes as mãos à boca.

Habitualmente, o período de incubação do vírus (tempo decorrido entre o contágio e o surgimento dos sintomas) é de 3-6 dias. Uma criança é mais contagiosa durante a primeira semana de infeção, contudo, o vírus que causa a síndrome mão-pé-boca pode permanecer no seu organismo por várias semanas após o fim dos sintomas e ser eliminado pelas fezes, e, por isso, esta ainda pode infetar outras crianças.

É possível a transmissão ser feita por pessoas assintomáticas, especialmente adultos.

 

Sabia que…

Podemos voltar a ser infetados pela síndrome mão-pé-boca, pois a infeção não garante imunidade.

 

Como é feito o diagnóstico

Na síndrome mão-pé-boca, o diagnóstico clínico é suficiente para distingui-la de outras infeções virais.

 

Possíveis complicações

A síndrome mão-pé-boca pode causar algumas complicações, tais como desidratação (a complicação mais comum) e dor ao engolir.

Embora a maior parte dos casos da doença sejam leves e melhorem ao fim de alguns dias, uma forma mais rara e, por vezes, grave do vírus coxsackievirus pode afetar o cérebro e, deste modo, causar algumas complicações, como meningite viral e encefalite.

 

Em que casos consultar o seu médico

Se a criança não está a ingerir líquidos, por exemplo, devido à dor de garganta, às lesões na boca, à febre alta ou à prostração ou se após alguns dias de infeção os sintomas agravam, fale com o pediatra assistente.

 

Tratar a síndrome mão-pé-boca

O tratamento da síndrome mão-pé-boca é sintomático, não havendo uma terapêutica específica. Este pode incluir, por exemplo, a toma de paracetamol ou ibuprofeno.

Há alimentos que podem irritar as bolhas na língua, boca ou garganta, mas há algumas estratégias que podem ajudar a aliviar o desconforto associado a estas lesões:

  • Refrescar o interior da boca com um cubo de gelo.
  • Comer gelado.
  • Evitar comidas salgadas ou picantes e bebidas ou alimentos muito ácidos, como citrinos ou refrigerantes.
  • Consumir bebidas frescas, como água ou leite.
  • Preferir alimentos mais moles, que não envolvam ter de mastigar muito.
  • Depois das refeições, lavar a boca com água morna.

 

Como prevenir a síndrome mão-pé-boca

Algumas estratégias que podem ajudar a reduzir o risco desta infeção passam por:

  • Lavar as mãos com frequência, sobretudo depois de ir à casa de banho ou mudar uma fralda, assim como antes de preparar alimentos ou comer. Pode também utilizar uma solução desinfetante, como álcool gel.
  • Desinfetar zonas comuns e mais utilizadas e lavar a chupeta do bebé com frequência.
  • Ensinar boas medidas de higiene à criança.
  • Explicar à criança que idealmente não deve colocar os dedos, mãos ou outros objetos na boca.
  • Adotar uma boa etiqueta respiratória, cobrindo a boca com o cotovelo ou um lenço quando espirrar ou tossir.
  • Isolar pessoas infetadas, limitando o seu contacto com terceiros enquanto houver manifestação de sintomas. A criança não deve ir à escola enquanto tiver febre e as lesões não tenham curado. Adultos que tenham a infeção devem igualmente ficar em casa.
Fontes:

KidsHealth, setembro de 2021

Mayo Clinic, setembro de 2021

SNS24, setembro de 2021

WebMD, setembro de 2021

Publicado a 19/10/2021