Tudo o que precisa de saber sobre o fungo Candida auris
É um fungo resistente aos medicamentos normalmente utilizados para tratar infeções fúngicas e, por isso, tem suscitado alguma preocupação na comunidade médica.
Candida auris é um fungo identificado em 2009 no Japão e, desde então, têm surgido infeções noutros países. Pelas dificuldades de diagnóstico e de tratamento, este fungo da família Candida, presente sobretudo em doentes internados em hospitais ou residentes em lares, pode constituir um sério risco para a saúde. É, por isso, importante que conheça os principais fatores de risco para o desenvolvimento desta infeção, como se diagnostica e o que envolve o tratamento.
Porque pode ser perigoso?
O fungo Candida auris apresenta caráter invasivo, podendo entrar na corrente sanguínea e causar infeções graves, por exemplo, no sangue, em feridas, ouvidos ou até no coração e cérebro. A infeção por Candida auris pode mesmo ser fatal: com base em informação relativa a um número limitado de pacientes, entre 30 a 60% dos doentes que contraíram esta infeção morreram.
Contudo, é importante ter em consideração que a maioria destas pessoas tinham outros problemas de saúde graves que aumentaram o seu risco de mortalidade. O facto de existirem já outras doenças pode também contribuir para que seja mais difícil diagnosticar esta infeção.
Como é feito o diagnóstico?
A infeção por Candida auris é normalmente diagnosticada através de uma colheita de sangue ou de outros fluidos corporais. No entanto, esta estirpe é difícil de identificar através dos métodos que são geralmente utilizados em laboratório para as infeções mais comuns causadas por esta família de fungos, como é o caso do Candida haemulonii.
Este fator dificulta um correto diagnóstico, o que, por sua vez, pode colocar em causa o correto tratamento do doente. Consequentemente, este fungo pode espalhar-se mais fácil e rapidamente. O diagnóstico de Candida auris requer métodos laboratoriais específicos.
Quais são os principais fatores de risco?
A infeção por Candida auris habitualmente não afeta pessoas previamente saudáveis, podendo ocorrer sobretudo em:
- Doentes internados ou residentes em lares
- Doentes polimedicados ou com cirurgia recente
- Alterações do sistema imunitário (algumas situações de cancro ou diabetes)
- Toma de antibióticos ou de antifúngicos de largo espectro
- Presença de tubos ou cateteres, como, por exemplo, sondas de alimentação, algálias ou cateteres venosos centrais.
Candida auris: como é feito o tratamento?
A maioria das infeções provocadas por Candida auris são tratadas com uma classe específica de medicamentos antifúngicos: as enquinocandinas. Contudo, existem casos em que esta infeção é resistente e não responde de forma positiva à sua administração, tornando-se difícil de tratar. Deste modo, torna-se muitas vezes necessária a toma de múltiplas classes de antifúngicos em doses elevadas para tratar a infeção.
O que pode fazer para evitar o contágio e propagação
O fungo Candida auris "habita" sobretudo em ambiente hospitalar ou noutras unidades que prestam cuidados de saúde (como os lares) e o contágio pode dar-se através do contacto com superfícies ou objetos contaminados (onde o fungo pode sobreviver durante semanas) ou de pessoa para pessoa, incluindo aquelas que não apresentam sintomas.
Para evitar a propagação desta infeção, é importante fazer uma correta higiene das mãos, lavando-as com água e sabonete ou com um desinfetante à base álcool.
A lavagem cuidadosa das mãos é especialmente importante antes e depois de visitar uma unidade de cuidados de saúde e quando há contacto com paciente que suspeite estar infetado.
Em caso de suspeita de infeções por fungos fale imediatamente com o seu médico assistente.