Diagnóstico e tratamento da alergia medicamentosa

O diagnóstico da alergia medicamentosa é baseado na história clínica de forma a estabelecer uma relação causal e a suspeita do mecanismo imunológico envolvido. Após avaliação especializada os casos que têm indicação para investigação diagnóstica e que foram referenciados por múltiplas especialidades médicas e cirúrgicas, são encaminhados para sessões de hospital de dia, onde se realizam testes cutâneos específicos com fármacos, e são programadas as provas de provocação para confirmar ou excluir o diagnóstico, ou para encontrar uma alternativa terapêutica.

 

Os testes cutâneos específicos com fármacos, por picada e intradérmicos, são realizados no hospital de dia, pelo risco de reações alérgicas graves, as quais são imediatamente controladas com a terapêutica apropriada.

 

A prova de provocação oral com o fármaco suspeito é imprescindível para a confirmação ou a exclusão do diagnóstico, evitando evições medicamentosas desnecessárias. Por outro lado, nos casos de alergia medicamentosa confirmada, permite identificar fármacos alternativos tolerados pelo doente. Nas crianças são habitualmente realizadas segundo um protocolo aberto, nos adultos são frequentemente efetuadas em ocultação simples contra placebo. São administradas por via oral doses crescentes do fármaco suspeito a intervalos regulares, até ser atingida uma dose cumulativa correspondente à dose terapêutica diária. A prova é suspensa se surgir uma reação adversa. Durante a prova são cuidadosamente vigiadas manifestações sugestivas de reação alérgica. Em casos selecionados poderá ser necessário o internamento de maior duração, pela gravidade do quadro clínico ou pela cronologia da reação (tardia).

 

No hospital de dia é também realizada a indução de tolerância a fármacos, em doentes com alergia confirmada ao fármaco e quando não existe alternativa terapêutica adequada. É exemplo a indução de tolerância ao ácido acetilsalicílico (AAS) que é um procedimento essencial em doentes com hipersensibilidade ao AAS e necessidade de tratamento crónico imprescindível com este fármaco, nomeadamente em contexto de doença cardiovascular ou doença respiratória agravada pela aspirina.

 

A administração de vacinas que contêm proteínas do ovo, tal como a VASPR e a vacina anti-influenza, nas crianças com alergia ao ovo, é por razões de segurança efetuada sob vigilância médica. Procedimentos mais específicos serão necessários em caso de indicação para efetuar a vacina anti-febre amarela em pacientes com alergia ao ovo.

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