O que é?

A coluna vertebral normal tem curvas que fazem com que a zona mais alta do tronco (região torácica) se projete um pouco para fora (cifose) e a zona lombar ligeiramente para dentro (lordose). Contudo, há pessoas que têm curvas para os lados. Estas curvas não são naturais e chamam-se escolioses. Ao contrário das más posturas, estas curvas não se corrigem apenas por endireitar os ombros ou sentar-se direito.

A escoliose é uma doença complexa caracterizada pela existência de uma deformidade grave, em vários planos, e que envolve vários segmentos da coluna vertebral.

Este tipo de deformação da coluna vertebral afeta, globalmente, cerca de duas em cada 100 pessoas. No entanto, existe uma forte tendência familiar: se algum elemento da família tiver escoliose, este número aumenta para cerca de 20%.

Sintomas

Se uma escoliose for progredindo ao longo do tempo, pode resultar em:

  • Dores severas
  • Deformidade marcada
  • Dificuldade respiratória

Alguns dos sinais que se podem observar são:

  • Ombros assimétricos ou desnivelados
  • Proeminência de uma das omoplatas
  • Assimetria da cintura
  • Ancas desniveladas
  • Inclinação do tronco para o lado

Perante a existência de qualquer um destes sinais, é aconselhável uma avaliação médica (pelo médico de família, pediatra ou ortopedista infantil).

Causas

As causas da escoliose podem ser de diversa natureza, nomeadamente postural. No entanto, na maior parte dos casos não é possível identificar as causas ou razões da doença, tendo a denominação de escoliose idiopática.

Normalmente, a escoliose desenvolve-se mais ou menos no início da puberdade, em jovens saudáveis, e é mais frequente em raparigas do que nos rapazes. No entanto, pode surgir em qualquer idade.

Algumas causas conhecidas desta deformação passam, por exemplo, por:

  • Paralisia cerebral
  • Malformações congénitas das vértebras
  • Distrofia muscular
  • Tumores

A escoliose tem tendência a piorar com o passar dos anos, devido às más posturas que adotamos nas diversas vertentes da nossa vida.

Diagnóstico

Embora não seja possível prevenir a escoliose, a sua deteção precoce é a melhor forma de evitar que um problema que já existe continue a agravar.

O raio-x de toda a coluna em diferentes incidências e inclinações faz o diagnóstico e orienta o tratamento. Em determinadas situações podem ser necessários estudos adicionais como a Tomografia Axial Computorizada ou a Ressonância Magnética.

Tratamento

Por vezes, as escolioses só se detetam nos adultos, mas podem resultar da progressão de uma curva que não foi tratada durante a fase de crescimento e aquilo que começou por ser uma escoliose discreta continuou a agravar na ausência de tratamento.

Embora a maioria das curvas se mantenham muito pequenas e apenas necessitam de ser vigiadas pelo ortopedista infantil para despiste de sinais de progressão, há casos em que é mesmo necessário tratamento. 

Há vários fatores que devem ser tidos em conta para traçar o plano de tratamento da escoliose, como, por exemplo:

  • História familiar
  • Idade em que a curva apareceu
  • Localização da curva
  • Gravidade da curva

Perante a sua progressão poderão ser usados coletes para tentar controlá-la. Este tipo de tratamento permite que qualquer criança mantenha todo o tipo de atividade física e social habitual. 

Se o tratamento com o colete não for eficaz, poderá ser necessário recorrer à cirurgia, que, nos dias de hoje, é um método extremamente eficaz e seguro de corrigir as curvas. Este procedimento promove a fusão dos segmentos envolvidos – instrumentação - e é realizado sob anestesia geral, implicando internamento de cerca de quatro a sete dias.

Outros métodos, como a estimulação elétrica, exercícios físicos específicos, métodos de terapia manual e manipulações, não têm eficácia demonstrada.

Prevenção

A escoliose não se consegue prevenir, no entanto a sua deteção precoce é a forma ideal de evitar que um problema que já existe continue a agravar.