Estimulação Cerebral Profunda (ECP)

Tratamento neurocirúrgico de Parkinson

O que é?

A Estimulação Cerebral Profunda (ECP) é um procedimento neurocirúrgico que envolve a implantação de eletrodos em áreas específicas do cérebro que funcionam como se fosse um pacemaker cerebral. Esses eletrodos emitem impulsos elétricos para modular a atividade cerebral anómala, permitindo reduzir os sintomas da doença de Parkinson e distúrbios do movimento, como tremores, rigidez, dificuldade de movimento, entre outros. 

 

Vantagens e Benefícios

A Estimulação Cerebral Profunda tem como principais vantagens a redução significativa dos distúrbios do movimento, como tremores e rigidez, permitindo uma melhora na qualidade de vida dos pacientes. Adicionalmente, a ECP tem um grande impacto na melhoria da qualidade de vida destes doentes e permite reduzir entre 50% a 80% da medicação habitual, além de potencialmente melhorar sintomas não motores, como distúrbios do sono e dor. O tratamento também proporciona uma abordagem terapêutica que pode ser ajustada conforme necessário, garantindo que os pacientes recebam a melhor gestão de seus sintomas.

 

Metodologia do procedimento

O procedimento de Estimulação Cerebral Profunda consiste em várias etapas. Primeiro, uma avaliação rigorosa do paciente é realizada para determinar a elegibilidade para a cirurgia. Isso inclui exames neurológicos, psicológicos e de imagem, como ressonância magnética. Após a aprovação, sob anestesia geral, são implantados eletrodos em áreas específicas do cérebro que controlam os movimentos. Esses eletrodos são conectados a um dispositivo implantado sob a pele que gera impulsos elétricos de baixa intensidade. O ajuste dos parâmetros de estimulação é feito posteriormente, conforme necessário, pela equipe médica.

 

Indicações

Consideram-se "candidatos" todos os doentes diagnosticados com doença de Parkinson que apresentam sintomas motores graves e que não estão a responder adequadamente à medicação oral. Antes de considerar o tratamento cirúrgico, deve ser realizada uma avaliação neuropsicológica e psiquiátrica para excluir demência, outro tipo de comprometimento cognitivo ou doença psiquiátrica não controlada. Além disso, é necessário realizar uma ressonância magnética crânio-encefálica para excluir alterações estruturais que possam inviabilizar a cirurgia. Após a exclusão de todas as contraindicações, uma consulta multidisciplinar será realizada em conjunto com o doente e cuidador principal/familiares para decisão terapêutica final.

 

Cuidados a ter

Após a cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda, é essencial seguir as orientações médicas para garantir uma recuperação adequada. Os pacientes devem evitar atividades extenuantes e movimentos bruscos por um período determinado para reduzir o risco de complicações. É importante ter acompanhamento regular com a equipa médica para monitorar a eficácia do tratamento e realizar ajustes nos parâmetros de estimulação. Além disso, o apoio da família e cuidador é fundamental para ajudar na adaptação às mudanças após o procedimento.

 

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