O que é?

As fraturas do colo do fémur ocorrem entre a cabeça do fémur e a região pertrocantérica (entre o pequeno e o grande trocânter).

 

Correspondem a 50% das fraturas proximais do fémur; ocorrem nos homens, em média, aos 72 anos e nas mulheres, aos 77 anos.

 

Vários estudos confirmam o aumento exponencial da incidência das fraturas proximais do fémur com o avanço da idade, sendo este aumento acentuado a partir dos 65 anos e para ambos os sexos.

 

Tipologia de fraturas:

 

Trauma de baixa energia - mais frequente em idosos - queda com impacto no grande trocânter

 

Trauma de alta energia - doentes jovens e idosos - queda de altura e acidentes de viação

 

Stress cíclico - mais frequentes em atletas, recrutas militares e bailarinas

Sintomas

As fraturas impactadas e fraturas de stress podem não apresentar deformidade, sendo possível o doente fazer carga e apenas descrever dor ligeira

 

No caso das fraturas descoaptadas (afastadas) os doentes não conseguem andar e têm encurtamento e rotação externa do membro

Diagnóstico

As radiografias da bacia e o perfil do fémur proximal são habitualmente suficientes para fazer o diagnóstico.

 

Por vezes, pode ser necessário uma TAC para esclarecer o traço de fratura, ou nos casos em que a radiografia não for suficientemente esclarecedora

Tratamento

A cabeça e colo do fémur têm uma estrutura vascular complexa que determina o prognóstico e por isso o tratamento destas fraturas varia de acordo com o traço de fratura e o afastamento dos topos da mesma.

 

Tipos de tratamento:

 

  • Não cirúrgico: Reservado apenas para os doentes com outras doenças com risco médico extremo e em que a cirurgia possa pôr em perigo a sua vida ; poderá também ser equacionado nos doentes dementes, sem capacidade de marcha e com pouca dor.

 

  • Fraturas de stress/fadiga: pode ser feito tratamento não cirúrgico com descarga e diminuição da atividade física. O tratamento cirúrgico com estabilização interna deverá ser equacionado perante a falência do tratamento conservador.

 

  • Fraturas impactadas, não descoaptadas: Poderão vir a descoaptar se não forem estabilizadas. Existe ainda o risco de necrose avascular pelo risco de alteração da vascularização da cabeça femoral devido à fratura.

 

  • Fraturas descoaptadas/afastadas: Nos doentes jovens tenta-se a redução e fixação da fratura. Nos doentes idosos é feita habitualmente a substituição protésica da anca que pode ser parcial (hemiartroplastia nos doentes com pouca exigência funcional) ou substituição total da anca nos doentes menos idosos, ainda com um nível de atividade importante.

 

A recuperação deste tipo de lesões passa pela mobilização precoce, levante e treino de marcha. O objetivo é reabilitar o doente para o nível funcional prévio à fratura.