O que é?

A halitose é o termo médico utilizado para designar a presença de um hálito desagradável.

O hálito humano é um gás de composição complexa, no qual se incluem múltiplos compostos voláteis. São diversas as causas que determinam a ocorrência destes compostos, nomeadamente o estado de saúde geral, a condição física, diversas doenças, a ingestão alimentar e de medicamentos, fatores ambientais e o estilo de vida.

Cerca de 75% dos casos de halitose tem origem oral. Apesar de tudo, esta percentagem tem diminuído nos últimos anos, provavelmente dada a crescente sensibilização da população para uma higiene oral adequada. As causas extra orais (aparelho respiratório, tubo digestivo e sistémicas) são responsáveis por cerca de 25% das ocorrências. Estes são de diagnóstico mais complexo. Noutros existe uma sensação gustativa ou olfativa gerada pela diminuição da secreção salivar, problemas digestivos, stress ou ansiedade, que pode induzir a pessoa a crer que sofre desta patologia.

Estima-se que até cerca de 30% da população mundial possa ter este problema de uma forma frequente, independentemente do sexo, idade e classe social. Os valores de prevalência da halitose nos estudos internacionais são muito variados, entre os 2% e os 44%. Em Portugal, a prevalência é de 49,5%.

Trata-se de uma condição com importante impacto social e na autoestima das pessoas afetadas. De facto, embora possa existir alguma preocupação com a saúde física, a maioria preocupa-se mais com as implicações sociais da halitose.

Sintomas

Os odores associados a este problema são variados, consoante a causa. Algumas pessoas preocupam-se muito, mesmo tendo uma halitose discreta e outras, com um acentuado mau hálito, pelo contrário, não se preocupam.

Causas

  • Presença de partículas de comida nos dentes aumenta o número de bactérias na boca; 
  • Alimentos: como a cebola, alho e especiarias. Estes, após digeridos, passam para a circulação, alcançam os pulmões e afetam o hálito; 
  • Tabaco: quer diretamente quer pela indução de doença gengival;
  • Má higiene oral, da língua e de próteses dentárias; 
  • Ausência de uso regular de fio dental;
  • Gengivite e Peridontite;
  • Saliva: é importante para a limpeza da boca e para a remoção de partículas na boca. Alguns medicamentos podem contribuir para a sua menor produção como os inibidores da bomba de protões, os ansiolíticos e os anti-histamínicos;
  • Infeções bucais e as inflamações do nariz, seios perinasais ou garganta;
  • Medicamentos e doenças: como os antidepressivos, alguns tipos de cancro, doenças metabólicas e o refluxo gastroesofágico;
  • Género masculino;
  • Idade avançada. 

Diagnóstico

Existem várias formas de a diagnosticar, tais como a auto perceção do paciente, provas olfativas e monitores de compostos sulfurados. A cromatografia gasosa é o método mais fiável e objetivo, mas é uma técnica nem sempre disponível. Ela permite identificar os agentes químicos responsáveis pela halitose.

Tratamento

A higiene oral e dentária é um passo essencial. O tratamento das doenças gengivais, da periodontite e das cáries é muito importante e deve ser complementado por uma correta higiene oral, que deve incluir uma boa pasta dentífrica, um elixir e o fio dentário.

Quando a causa não é oral, é importante investigar outras origens, sendo que o tratamento varia em função do que for diagnosticado.

Prevenção

A higiene oral não só pode tratar a halitose como é muito importante na sua prevenção. Escovar os dentes e a língua após as refeições, usar fio dentário pelo menos uma vez por dia, e fazer uma higiene adequada de próteses dentárias são algumas das formas possíveis de prevenção.

De sublinhar que escova de dentes deve ser mudada com regularidade, em média a cada dois/três meses.

É recomendável fazer uma consulta de Estomatologia ou Medicina Dentária, uma ou duas vezes por ano.

É igualmente importante evitar a secura da boca, ingerindo bastante água e evitando o tabaco, o café, as bebidas açucaradas e o álcool. O uso de pastilha elástica sem açúcar ajuda a estimular a produção de saliva.

No que se refere à dieta, devem-se excluir alimentos e bebidas muito doces.

Fontes

Mayo Foundation for Medical Education and Research, Setembro de 2013

Associação Brasileira de Halitose, 2013

Jonas Cameira Nunes e col., Halitose: estudo de prevalência e factores de risco associados numa Unidade de Saúde Familiar, Rev Port Med Geral Fam 2012;28:344-9

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